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Construtoras lideram doação a candidatos de São Paulo

As construtoras foram as maiores financiadoras dos candidatos à Prefeitura de São Paulo no primeiro mês de campanha.

 

Essa é a primeira vez que as informações sobre o nome dos doadores de campanha são divulgadas ainda durante a campanha. Até então, essa informação só vinha a público após o pleito.

 

A novidade é decorrente da entrada em vigor da Lei de Acesso à Informação.

 

Dados entregues pelos candidatos à Justiça Eleitoral mostram que, dos cerca de R$ 2,4 milhões arrecadados por Fernando Haddad (PT), R$ 950 mil foram repassados por duas empreiteiras: Carioca Engenharia e OAS.

 

O petista, que teve a maior arrecadação da cidade, prevê realizar obras de infraestrutura no valor de R$ 20 bilhões se for eleito.

 

Haddad recebeu ainda cerca de R$ 1,4 milhão do próprio partido, que é uma forma de doação oculta.

 

A doação por meio de partidos, que é legal, é usada pelas empresas para evitar a associação com os políticos beneficiados.

 

José Serra (PSDB) foi o segundo que mais recebeu na cidade em julho e início de agosto. Além da direção estadual, que repassou por meio de doação oculta R$ 1,2 milhão ao tucano, a incorporadora JHS F pagou R$ 500 mil. Uma pessoa ligada ao grupo Zogbi, que atua na área financeira, repassou R$ 250 mil.

 

Celso Russomanno (PRB), que lidera as pesquisas ao lado de Serra, recebeu quase a totalidade de sua arrecadação do próprio partido.

 

A direção nacional da sigla repassou R$ 500 mil ao ex-deputado, principal aposta eleitoral do PRB. Os recursos vieram todos do Fundo Partidário, mantido pela União.

 

OUTRAS CAPITAIS

 

No Rio, o prefeito Eduardo Paes (PMDB) recebeu R$ 350 mil das construtoras Coesa e Carvalho Hosken, além de R$ 2 milhões ocultados via PMDB nacional.

 

Seu adversário Rodrigo Maia (DEM) amealhou R$ 50 mil da OAS. Já Marcelo Freixo (PSOL) só registra doações de pessoas físicas.

 

Em Belo Horizonte, o prefeito Marcio Lacerda (PSB) recebeu R$ 1 milhão da direção nacional de seu partido e R$ 600 mil do banco BMG.

 

Em Recife, Geraldo Julio (PSB), candidato do governador Eduardo Campos (PSB),liderou a arrecadação com R$ 1,5 milhão, dos quais R$ 1 milhão vem de sua sigla.

 

A OAS, que tem um dos os sócios ligado ao candidato a prefeito de Salvador ACM Neto (DEM), bancou até agora integralmente, com R$ 500 mil, a campanha de Nelson Pelegrino (PT).

 

Em Curitiba, Ratinho Júnior (PSC) recebeu R$ 180 mil de R$ 193 mil arrecadados da empresa de comunicação de sua família.

 

CAMPEÃS

 

As construturas e os bancos são os principais financiadores pelo país. A OAS foi a que mais investiu no primeiro mês: R$ 5,7 milhões, seguida da Andrade Gutierrez, com R$ 4,2 milhões.

 

Na sequência, vêm Banco Alvorada, do Bradesco, e Carioca Engenharia, que despenderam R$ 3,7 milhões e R$ 2 milhões respectivamente. O BMG doou R$ 1,6 milhão.

 

RODRIGO VIZEU, PAULO GAMA, DANIEL CARVALHO e VALMAR HUPSEL.

Redação

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