Categories: NotíciaPolítica

Contando ninguém acredita.

O que posso esperar de um homem desse como conselheiro do TCE do Rio?

Folha online.

Luiz Fernando Vianna

Brasil e Brazão

RIO DE JANEIRO – Se comparada ao cenário da política fluminense, Sucupira vira Estocolmo. Na semana passada, ocorreu no Rio outra história de corar Odorico Paraguaçu.

Na terça-feira (28), o deputado estadual Domingos Brazão (PMDB) foi escolhido por 61 de seus 69 pares o novo conselheiro do TCE (Tribunal de Contas do Estado). Venceu pouco antes das 14h e seguiu para o Palácio Guanabara, onde o governador Luiz Fernando Pezão (também PMDB) assinou a sua nomeação. Correu para o TCE e conseguiu assumir antes das 18h –e antes de sua vitória entrar no Diário Oficial, anomalia que embasa um pedido na Justiça de anulação da posse.

Tamanha celeridade está relacionada ao histórico de Brazão: um homicídio (confessou, mas foi absolvido); um processo por improbidade administrativa (corre em sigilo judicial); e uma condenação por abuso de poder e compra de votos (recorre no TSE). Foi citado na CPI das Milícias como favorecido por elas em sua base eleitoral (zona oeste), mas não entrou no relatório final.

Por incrível coincidência, na segunda (27), a Comissão de Ética da Assembleia Legislativa suspendeu um processo contra ele por quebra de decoro. E na manhã da própria terça, o Órgão Especial do Tribunal de Justiça rejeitou uma queixa-crime que poderia torná-lo inelegível.

Se estamos falando de PMDB e Rio, quem não pode faltar? Eduardo Cunha. Os dois fazem campanhas em dobradinha. Foram multados juntos por compra de votos na disputa de 2006. Para Brazão, Cunha “é o melhor deputado federal do Brasil”.

Antes de tomar conta da Câmara, Cunha fez o mesmo no Rio, controlando deputados estaduais, vereadores e prefeitos. Como conselheiro do TCE, Brazão julgará as contas dos prefeitos. Fecha-se outro elo da cadeia –não a desejável.

Cunha está construindo o país dos seus sonhos: um Brasil de Brazões. 

Redação

Redação

Recent Posts

Moro ameaça arrastar decisões do Supremo para a batalha contra a Corregedoria

Moro alega que ministros de instâncias superiores adotaram "idênticos procedimentos" quanto ao dinheiro das multas…

23 minutos ago

Sofisma da Composição Macroeconômica, por Fernando Nogueira da Costa

O primeiro equívoco de empresários leigos em teoria econômica é considerar a Nação, ou o…

52 minutos ago

Sobe para 83 número de mortos em enchentes no Rio Grande do Sul

Em meio ao cenário drástico, a previsão é de mais chuva nesta semana. Governo federal…

2 horas ago

1º de Maio de 2024, um sinal de alerta, por Francisco Celso Calmon

O 1º de maio foi um sinal da desmobilização dos trabalhadores e do Presidente da…

2 horas ago

Florestan Fernandes: reflexões sobre as ditaduras, por Débora Mazza

Notas sobre o livro “Memórias do Cárcere” de Graciliano Ramos e o filme homônimo de…

3 horas ago

Madonna: duas horas de uma história bem contada, por Afonso Lima

Além de fazer o exorcismo da bandeira nacional do lado da rebelião. A colocação do…

3 horas ago