Chama-se Beppe Grillo, tem 63 anos e é comediante. Em 2009, criou o Movimento Cinco Estrelas, declarou guerra aos partidos tradicionais e tem vindo a conquistar Itália. Tanto que, se as eleições legislativas se realizassem esta semana, arrecadaria um surpreendente segundo lugar.
O ativismo do humorista arrancou através do seu blog e expandiu-se pelas redes sociais. Tem mais de 550 mil seguidores no Twitter e quase 850 mil no Facebook. «Estamos no início de algo novo, que irá mudar tudo. A Internet está a levar-nos em direção a um mundo que a maioria das pessoas nem sabe que existe», afirmou.
O Movimento Cinco Estrelas começou a juntar jovens indignados que, segundo Beppe Grillo, são o produto da «hiper-democracia», que aproxima a política dos cidadãos através da web. E foi com candidatos com uma média de idade inferior a 32 anos que avançaram para as eleições municipais.
Na primeira ronda, concorrendo a 101 das 941 cidades italianas, arrecadaram 200 mil votos (cerca de nove por cento a nível nacional). Na segunda volta, esta segunda-feira, conseguiram eleger autarcas em quatro cidades, com destaque para Parma. «Acho que podemos dar um exemplo à Itália e à Europa do que pode ser feito se trabalharmos em conjunto», disse o recém-eleito presidente da Câmara de Parma, Federico Pizzarotti, que gastou apenas seis mil euros na campanha.
Já na terça-feira, uma sondagem do instituto Ipsos, citada pela Reuters, confirmou a ascensão: o Movimento Cinco Estrelas tornou-se o segundo partido mais popular em Itália. Se as legislativas se realizassem esta semana, teria 18,5 por cento dos votos, ficando atrás apenas do Partido Democrático, de centro-esquerda, que conseguiria 26,7 por cento.
O sucesso de Beppe Grillo é, ao mesmo tempo, o desastre de Sílvio Berlusconi. O partido Povo da Liberdade (PDL), do ex-primeiro-ministro, caiu para terceiro lugar pela primeira vez desde que foi formado, em 2008, com 17,2 por cento das intenções de voto.
Também a Liga Norte, direita xenófoba e ex-aliada de Berlusconi, ficou-se pelos 4,6 por cento, menos de metade do que tinha antes do líder Umberto Bossi se ver envolvido num escândalo de fundos partidários.
Beppe Grillo já mostrou que não anda a brincar. Chama «Rigor Montis» a Mário Monti, ex-comissário europeu que lidera o governo desde a saída de Berlusconi, em novembro, numa alusão ao «rigor mortis». Diz que os partidos tradicionais «estão moribundos» e que os seus líderes são «zombies». Admite a saída de Itália da Zona Euro e quer obrigar os políticos a serem julgados pelos cidadãos. «Não há perdão num movimento popular», afirmou, citado pelo «The New York Times».
Antes das eleições municipais, descreveu Parma como a Estalinegrado» do Movimento Cinco Estrelas, referindo-se à batalha da Segunda Guerra Mundial, entre os soviéticos e os alemães, e que foi um ponto de viragem no conflito. Para o próximo ano, há legislativas e Beppe Grillo já assegurou que vai tentar «conquistar Berlim», ou seja, o governo italiano.
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