Família Bolsonaro doou dinheiro vivo entre si para campanhas eleitorais

Jornal GGN – Folha de S. Paulo fez um levantamento junto ao Tribunal Superior Eleitoral mostrando que a família Bolsonaro autofinanciou boa parte de suas campanhas ao longo de 6 anos, usando dinheiro vivo. Os gabinetes de Flávio e Carlos estão no centro de investigações sobre o desvio de verba pública para constituir despesas pessoais, como o caso Queiroz.

Segundo Folha, somente entre 2008 e 2014, Jair Bolsonaro e os filhos doaram entre si R$ 100 mil em espécie. Corrigidos pela inflação, os valores chegam a R$ 163 mil.

Em 2008, por exemplo, Carlos concorreu à Câmara Municipal do Rio e doou para a própria campanha R$ 10 mil em dinheiro vivo. O irmão Flávio doou mais R$ 10 mil e o pai, Jair, outros R$ 15 mil. “Os R$ 35 mil em espécie injetados pela família representam cerca de 60% de todos os recursos angariados por Carlos naquela campanha.”

A título de comparação, Folha, consultou outras 10 campanhas eleitorais realizadas naquele mesmo ano para a Câmara do Rio, e apenas mais um candidato, Sebastião Ferraz, eleito pelo PMDB, também teria usado o mesmo tipo de financiamento.

Em 2014, ano em que estreou na política, Eduardo recebeu R$ 30 mil em dinheiro para sua candidatura a deputado federal. O valor equivale a mais de 60% de todos os recursos usados na campanha. “Enquanto isso, o uso de dinheiro em espécie foi inexpressivo entre os candidatos mais votados em São Paulo.”

Segundo a Folha, das 13 candidaturas analisadas, apenas 4 não tiveram recursos em dinheiro vivo. Em outras 4, não foi possível confirmar pelas prestações de contas ao TSE.

O jornali frisou que “o elevado uso de dinheiro vivo nas campanhas destoa da prática de outras candidaturas bem-sucedidas naqueles anos” e que “reportagens e dados obtidos por órgãos de investigação mostraram que a família Bolsonaro, especialmente na figura do senador Flávio Bolsonaro, já movimentou mais de R$ 3 milhões em dinheiro vivo nos últimos 25 anos.”

Redação

Redação

View Comments

  • Devem ter aprendido com o Mensalão e a Lava Jato, onde qualquer movimentação eletrônica de dinheiro foi vista, mas não provada, como desvio de dinheiro público para pagamento de propinas........................

    aprenderam que saber usar o dinheiro vivo de um povo morto não é visto como crime

Recent Posts

“Para mim é um alívio essa correição”, diz Gabriela Hardt

Substituta de Sergio Moro, juíza admite erros no caso Tacla Duran, mas garante que não…

11 horas ago

O que está por trás da nova corrida pelo ouro

Incertezas políticas e internacionais estão por trás da disparada de preços do minério, diz professor…

11 horas ago

Como capturar o comum cotidiano ou a própria vida, por Maíra Vasconcelos

A cada dia, ficamos esquecidos no dia anterior sem ter conseguido entender e ver o…

12 horas ago

Lula e ministros visitam RS para garantir recursos às vítimas das chuvas

Exército aumentou o número de militares e opera hospital de campanha; Transportes se comprometeu a…

13 horas ago

Entrevista: Ilan Fonseca, procurador que trabalhou como motorista de Uber, revela a dura realidade dos aplicativos

Escritor e membro do MPT, Ilan Fonseca propõe alternativas ao oligopólio que controla trabalhadores sem…

13 horas ago

Temporais no Rio Grande do Sul rompem barragem e autoridades alertam para população deixar área

Barragem 14 de Julho, no interior do Rio Grande do Sul, rompe com as fortes…

14 horas ago