Fora de Pauta

O espaço para os temas livres e variados.

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

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  • https://jornalggn.com.br/noti

    https://jornalggn.com.br/noticia/o-restaurante-ca-d%E2%80%99oro-em-sao-paulo-marco-de-uma-epoca-por-andre-araujo

    A VOLTA DO CA D´ORO EM SÃO PAULO - Reabre o classico restaurante Ca D´Oro em São Paulo, hoje dentro de um novo edificio construido no local do antigo hotel  do mesmo nome.   O restaurante sempre foi uma referencia de civilidade  na

    cidade não só pela culinaria mas pela atmosfera europeia que transmitia numa São Paulo cada vez mais pasteurizada pela

    globalização americanizada. O Ca DÓro faz lembrar nossa infancia e juventude quando modos e atitudes eram aprendidos

    para serem usados por todoa a vida. Mas combinará o novo Ca D´Oro com a capital mundial dos nvos ricos bregas? A ver.

    O Ca D´Oro ´éra um espaço  de riqueza antiga paulista, com a patina das boas maneiras, como sobreviverá com a clientala cafona que hoje  infesta boa parte dos restaurantes caros da cidade? O Ca D´Oro novo ja avisou que não entra comensal de bermuda e chinela, há um "dress code" implicito nesse tipo de restaurante mas muita gente de carteira cheia não sabe

    aquele pessoal que no verão de São Paulo desfila seu mau gosto nos lugares mais caros, afinal "sou rico e posso andar

    como quero " é o lema dos grossos de garfo e faca, pedindo para colocar o vinho tinto  no balde de gelo e zurrando em vez da conversa  sotto voce, celulares desligados,  sem abraços batendo nas costas e sem incomodar as demais mesas.

    O Ca D´Oro vai manter seu pratos classicos da cozinha do norte da Italia,  seu carrinho de antepastos, seus apetrechos de alta cozinha, vai ser uma prova dos nove a se ver como São Paulo consegue manter suas tradições que fizeram outrora a capital internacional do Pais. Gastronomia é cultura, São Paulo lembra Ca D´Oro, o Ca DÓro recupera nossa memoria.

    • Será terrivel

         Os novos irão solicitar um bollito misto sem lingua, e os aspargos do peito de pato terão que ser em conserva.

  • O “ÚNICO” LIBERAL BRASILEIRO

    É impressionante, em minha opinião, o acerto da crítica de Jessé de Souza sobre a tolice da inteligência brasileira.

    Digo isso ao ler um artigo no Intercept, onde J.P. Cuenca descreve um diálogo com um “solitário Amigo Liberal, pós-graduado numa Ivy League, diretor de consultoria internacional e proprietário de modesto castelo no enclave carioca do Cosme Velho" – o “único” liberal brasileiro.

    Antes de apresentar o pensamento do “único” liberal, vejamos qual é a tolice da inteligência brasileira. 

    A tolice é confundir a causa do problema (desigualdade extrema associada a “pobreza extrema”) com sua consequência (reprodução crônica e ampliada dos desvios do ideário republicano, tais como: clientelismo, patrimonialismo, compadrio, etc.) Aliás, uma doença existente em todas sociedades avançadas.

    E essa confusão entre causa e consequência, ocorre porque os tolos, colonizados até o osso, acabam vendo subjetividade, ou seja, sociedades melhores, onde na verdade existe objetividade, isto é, sociedades estruturalmente menos desiguais.

    E agora, voltando ao "único" liberal brasileiro, seu diagnóstico inteligente é não misturar as mazelas (“clientelismo", "patrimonialismo”, “burocracia parasitária”, “capitalismo de compadrio”), com suas causas (algo que é ignorado, do ponto de vista teórico, por quase toda "inteligência" brasileira, da esquerda à direita).

    Com a palavra, o "único" liberal.

    “Claro que precisa ser reduzido [o Estado]. Mas precisa ser reduzido pra atender às necessidades sociais do povo com mais eficiência e agilidade...”

    “É poder demais, concentrado em poucas mãos.”

    “O que é a meritocracia numa corrida se cinco pessoas saem na frente de dez mil? Não é meritocracia.”

    Por fim, antes de apresentar o artigo, não me contenho em lembrar uma das famosas frases de Delfim Netto:

    - Algumas pessoas (se referindo a Roberto Campos), antes de serem liberais, são inteligentes.

    E aproveitando a deixa, eu acrescentaria, não concordo com o ideário liberal, mas não posso deixar de reconhecer a sensatez de alguns liberais de boa cepa. 

    PARA O “ÚNICO” LIBERAL BRASILEIRO, O BRASIL NÃO TEM LIBERAIS DE VERDADE

    J.P. Cuenca

    13 de Outubro de 2016, 8h00

    A ÚNICA CERTEZA possível sobre o nosso futuro é que a sucessão de recentes episódios será lembrada enquanto for contada a História do Brasil.

    Se na semana passada o STF atropelou a presunção de inocência garantida pela Constituição de 1988, nesta deu-se início ao desmonte chantagista einconstitucional de direitos sociais também assegurados por ela, numa manobra baseada na surrada narrativa do Desastre Iminente Que Só Pode Ser Evitado Por Medidas Extremas de Austeridade. As instituições funcionam apenas como uma caricatura macabra, concedendo aumentos pornográficos para elas mesmas enquanto o congresso aprova em primeiro turno a PEC 241, que congela despesas fundamentais assegurando a manutenção dos pagamentos de uma dívida pública cuja auditoria, aliás, foivetada pela presidente Dilma em janeiro deste ano. Os acontecimentos sucedem-se num ritmo frenético: durante um mês passam anos; no espaço de um dia, semanas.

    É nesse contexto alucinado que vou ao Lamas tomar um chope com o meu Amigo Liberal – segundo o próprio costuma repetir com melancolia no arco das sobrancelhas, o único brasileiro realmente liberal.

    Meu solitário Amigo Liberal, pós-graduado numa Ivy League, diretor de consultoria internacional e proprietário de modesto castelo no enclave carioca do Cosme Velho, estava sentado numa mesa ao fundo do restaurante, bem ao centro, e comia torradas Petrópolis entre os reflexos dos espelhos nas paredes. Recebeu-me com o pince-nez deslizando até a ponta do nariz e me olhou de baixo para cima com o queixo afundado no pescoço. Saudou-me com o desprezo necessário:

    “Cuenca! Está satisfeito agora com o buraco onde vocês, burgueses-esquerdo-dandys-stalinistas, nos colocaram?”

    Ser liberal hoje está na moda no Brasil – mas meu Amigo Liberal não estava exatamente feliz com isso.

    Devolvi perguntando se ele estava satisfeito com o bem sucedido trabalho de think tanks e movimentos liberais como o MBL, Vem Pra Rua et caterva, multiplicando-se como ácaros na internetarregimentando multidões e, agora, elegendo candidatos.

    Ser liberal hoje está na moda no Brasil – mas meu Amigo Liberal não estava exatamente feliz com isso. O que segue é uma transcrição parcial do que ele disse entre uma dúzia de chopes, algum destilado e o café (editei os palavrões e alusões demasiadamente ofensivas).

    “Fala sério. Esses carinhas não são liberais. O argumento liberal tupiniquim hoje soa como uma linha auxiliar do conservadorismo local com umas citações aleatórias da Escola Austríaca pra dar um brilho. No fundo, esses liberais-conservadores são dogmáticos e tapados como qualquer esquerdista de centro acadêmico. E, pra piorar, são pachequistas, acreditam no “Brasil” acima de tudo. Esses patrimonialistas vão pra cama com quem deveria ser seu maior inimigo, pragas fisiológicas como TemerBolsonaro e Cunha, além de negligenciarem aspectos básicos do liberalismo, como a proteção às liberdades civis. É só ver como se posicionam sobre aborto, legalização das drogas e direitos das minorias. E ainda falam em meritocracia. O que é a meritocracia numa corrida se cinco pessoas saem na frente de dez mil? Não é meritocracia.”

    “Pra ser liberal agora basta ser antipetista e antiestatista? Assim é fácil! A tradição liberal é extremamente rica pra se ater somente a essa visão de mundo economicista e hidrófoba. Os caras basicamente acham que a única versão de economia liberal é algum tipo de thatcherismo aplicado ao Brasil. Isso é uma maluquice e um reducionismo.”

    “E agora vemos esses caras se associando ao espectro mais sujo da direita golpista. Sem pestanejar. O liberal como eu, perfeito obviamente, tem que manter um purismo. Pois é visceralmente liberal na economia e não aceita nem nacionalismo pachequista, nem patrimonialismo ibérico de cinco famílias e de João Dólar. Jamais!”

    “Nessas horas, eu lembro do Merquior. A maior alegoria dessa encruzilhada é lembrar que um gigante intelectual e o maior liberal brasileiro do século XX, o José Guilherme Merquior, ficou encantado pela candidatura do Fernando Collor. Um sujeito que desde o início falava como oligarca, andava como oligarca e cheirava a oligarca…”

    À medida que a coluna de bolachas do chope crescia sobre a mesa, o Amigo Liberal ficava mais assertivo – e também mais triste. Tentei arrancar dele alguma posição concreta, algo que pudesse ultrapassar o túnel que liga o Lamas ao resto do mundo.

    “Olha, seria muito importante pro Brasil e até pra vocês aí dessa esquerda decadente e magoada que eu não fosse o único liberal de verdade por aqui. É uma tragédia o liberalismo ser representado por esses coxinhas 171 da Fiesp, próceres do Capitalismo de Estado, mamando em dinheiro público e defendendo investimento do BNDES em Cuba até ontem enquanto um exército de patos otários marcham a seu favor – os que pagam os impostos que eles não pagam.”

    “É poder demais, concentrado em poucas mãos. Não foi pra combater isso que o liberalismo surgiu?”

    “A esquerda progressista (não o PT, óbvio) que se preocupar com a agenda de liberdades civis pode até ser minha aliada pontual, mas erra ao apostar num sistema econômico clientelista e nacionalista. Todo o ufanismo beija a mão do fascismo. Por isso temos essa cafajestada do bolivarismo com seus uniformes e bandeirinhas… Aliás, esse nacionalismo brega-esquerda, aliado ao pior do patrimonialismo de nho-nhô brasileiro de extrema direita, é um retrato perfeito do governo Dilma.”

    “E agora acabou-se com qualquer ilusão de modernidade. O PMDB previa a ponte para o futuro. E o futuro chegou. É esse presente horrendo que repete o pior do nosso passado. Temos essa PEC colocando um teto nos gastos públicos como única saída possível. Não tou nem aí pra esses novos socialistinhas do FMI advogando hoje em dia por maior intervenção do Estado via investimento público. Trata-se de aritmética simples, gastar o que se tem ou se arrecada. Mas como liberal, acho injustificável apoiar uma top down decision tomada por alguns poucos burocratas de um governo sem qualquer legitimidade e que vai durar pelo menos duas décadas. É tempo demais, e vai impactar gente demais. Ainda que tenha o verniz de legalidade congressual, não gosto do processo que está em curso. É poder demais, concentrado em poucas mãos. Não foi pra combater isso que o liberalismo surgiu?”

    “É óbvio que o Estado brasileiro é excessivamente cartorial e sofre de um gigantismo injustificável. Claro que precisa ser reduzido. Mas precisa ser reduzido pra atender às necessidades sociais do povo com mais eficiência e agilidade, atacando os nossos tão caros clientelismo e patrimonialismo nhô-nhô brasileiros, a relação simbiótica entre nosso big business e a nossa burocracia parasitária estatal. Essa redução do Estado não pode é servir pra beneficiar o nosso capitalismo de compadrio, defendido por absolutamente todos os partidos brasileiros. Todos. E pelos MBLs da vida também.”

    A partir daí, foram variações de algo que poderia ser resumido em “não temos qualquer saída” – e suprimo tais pensamentos para não transmitir ao leitor o travo amargo da desesperança. Quando disse que pensava em transcrever suas idéias, o Amigo Liberal pediu para não ser identificado: “Não quero ser incomodado por esses marxistas tardios leitores do The Intercept Brasil e tampouco pela massa ignara de liberais de araque…”

    E completou: “Passamos agora pro Steinhaeger?”

    https://theintercept.com/2016/10/13/para-o-unico-liberal-brasileiro-o-brasil-nao-tem-liberais-de-verdade/

  • Nassif, discuti essa ideia

    Nassif, discuti essa ideia com alguns amigos e gostaria de sugeri-la a você, bem como a outros blogueiros e jornalistas progressistas. É o seguinte: o assunto é a volta de Dilma. Explico.

    Tenho visto até gente de direita contra a PEC 241, bem como contra outros absurdos e retrocessos que o governo Temer quer aprovar. A população está assustada. Acredito que as mobilizações contra o governo vão aumentar. Cada dia mais, mais escolas são ocupadas pelos estudantes e há uma greve geral sendo desenhada. A pauta do retorno da Dilma tem que entrar de novo no rol de reivindicações. 

    Há, atualmente, a possibilidade (remota, mas real) de o STF invalidar todo o processo de impeachment, em pedido que está lá tramitando e correndo. Motivos para isso não faltam, principalmente pela falta de crime de responsabilidade. Mas o STF só faria isso se fosse pressionado. A indignação social que pode se seguir, e que pode surpreender muita gente, repetindo grandes mobilizações com as Diretas Já e o Junho/2013, pode ser um fator a pressionar o STF. Mas antes é preciso preparar o terreno e já colocar no horizonte do possível a volta de Dilma.

    Se o STF decidir por invalidar o impeachment, Dilma voltaria imediatamente. Já se passaram mais de 180 dias desde o seu afastamento e a lei prevê que aconteça isso.

    A imprensa tem essa capacidade de gerar os fatos. Ela joga a ideia, por mais estapafúrdia que seja, e repercute. Assim, ela vira um objeto de discussão e passa a se tornar real. Fazem isso com o Lula, por exemplo. Sem a existência de qualquer indício de crime, jogam a questão sobre a sua prisão, portanto gerando o próprio fato. A imprensa progressista tem que fazer o mesmo. Tem que colher declarações, fazer matérias, tudo a respeito de um possível retorno da presidenta Dilma Rousseff.

    Acredito que o papel da imprensa alternativa nesse processo seja primordial. A população está muito assustada, Nassif. Isso pode fazer com que eles mudem a visão sobre a política, revendo a impopularidade da presidenta Dilma. Os processos estão acontecendo muito rapidamente hoje.

    Saudações e obrigado.

  • Que diferença faz uma boa conver$a!

    O conhecido simpatizante do nazismo, Jair Bolsonaro, parece que muda de opinião aos sabores de jantares e conversas.

    Primeiro ele declara ser contra a PEC 241 e elenca uma série de motivos para ser contra a PEC 241. Depois da conver$a com Temer, muda totalmente de opinião.

    Veja:

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=brasem5vEiM%5D

    • bem....

      se não é o 6, então não tem nada a ver com fazer contas. soma, divisão, multiplicação, etc...

      o que temos então?

      Primeiramente pensei em esquema tático de partidas de futebol..... e nada.

      Em outros esportes, e nada....

      Aí me vei o esporte da fórmula I e bingo!

      Tem a ver com caixa de câmbio!!! Só pode. 

      Nada como pensar e RÉpensar. :-)

      Será que é isso?

       

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