Fora de Pauta

O espaço para os temas livres e variados.

Redação

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  • possível votação da câmara estar contaminado.

    O voto secreto na câmara, por quê?  Garantia de vitória?

    As duas posições, voto secreto e chapa paralela, intempestivas e incondicionais  que o presidente da camará  impôs na votação para a instalação interna da comissão de  analise do pedido de impeachment da presidente Dilma, foram no mínimo suspeitas,  considerando a suspeição que a oposição fez sobre a possível fraude nas eleições passadas via urnas eletrônicas. Sendo a oposição conhecedora das possibilidades de uma fraude nas eleições por meio das urnas eletrônicas, é passível de entendimento que tenha ocorrido uma armação entre oposição e cunha no intuito de fraudar via voto eletrônico secreto a votação ocorrida. Como isso poderia ter ocorrido? Por meio de algum programa especifico instalado nas urnas que colheram os votos, o que por si, possível se faz a condição de uma grande fraude.  Hoje as técnicas de entrar em programas e viola-los de acordo com as conveniências são muito grande, especialistas profissionais há aos montes, nossas mídias nos dá noticias de tais com certa regularidade.  Portanto as duas ações que estavam fora do escrito e que foram impostas incondicionalmente e tempestivamente de maneira radical, podem muito bem serem em razão da condição que elas proporcionavam e ensejavam a possibilidade de uma grande fraude. 

  • possível votação da câmara estar contaminado.

    O voto secreto na câmara, por quê?  Garantia de vitória?

    As duas posições, voto secreto e chapa paralela, intempestivas e incondicionais  que o presidente da camará  impôs na votação para a instalação interna da comissão de  analise do pedido de impeachment da presidente Dilma, foram no mínimo suspeitas,  considerando a suspeição que a oposição fez sobre a possível fraude nas eleições passadas via urnas eletrônicas. Sendo a oposição conhecedora das possibilidades de uma fraude nas eleições por meio das urnas eletrônicas, é passível de entendimento que tenha ocorrido uma armação entre oposição e cunha no intuito de fraudar via voto eletrônico secreto a votação ocorrida. Como isso poderia ter ocorrido? Por meio de algum programa especifico instalado nas urnas que colheram os votos, o que por si, possível se faz a condição de uma grande fraude.  Hoje as técnicas de entrar em programas e viola-los de acordo com as conveniências são muito grande, especialistas profissionais há aos montes, nossas mídias nos dá noticias de tais com certa regularidade.  Portanto as duas ações que estavam fora do escrito e que foram impostas incondicionalmente e tempestivamente de maneira radical, podem muito bem serem em razão da condição que elas proporcionavam e ensejavam a possibilidade de uma grande fraude. 

  • A ocupação nos libertou
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    Jornalista, escritora e professora da Faculdade Cásper Líbero

    http://www.brasilpost.com.br/bianca-santana/a-ocupacao-nos-libertou_b_8756828.html

    A ocupação nos libertou

    Publicado: 09/12/2015 21:15 BRST Atualizado: 09/12/2015 21:15 BRST

    Colunistas de diversos meios estão abrindo seus espaços para que estudantes de São Paulo possam falar -- com suas próprias vozes -- sobre a experiência que estão vivendo ao se juntar e lutar contra o projeto de reorganização de escolas de rede pública de ensino do Estado de São Paulo.

    Todos os textos serão reunidos pela hashtag #ocupaestudantes. Tenho a honra de abrir meu espaço aqui no HuffPost Brasil para Gislaine de Almeida Gomes, de 17 anos, aluna da Escola Estadual Plínio Negrão, que fica na Vila Cruzeiro, zona sul de São Paulo.

    Um mês antes de iniciar as ocupações, eu li um título que era mais ou menos assim: "a geração que idealiza tudo e nada faz". Aquilo ficou na minha cabeça, porque eu faço parte desta geração e meus amigos e colegas também. De alguma forma precisávamos provar o contrário! Precisávamos mudar isso!

    Quando iniciaram as ocupações, eu fui a muitas escolas para ver como as coisas estavam sendo e acontecendo na prática. Poxa, foi lindo ver a minha galera, os estudantes, assim como eu, ali, reunidos, se ajudando... E foi aí que me dei conta: nós estamos fazendo alguma coisa, sim, uma coisa grande: estamos lutando por um escola melhor, pela nossa escola, e estamos gritando para o Brasil o que queremos.

    Foi pensando e sentindo tudo isso que me reuni com mais três colegas para planejar a nossa ocupação, da EE Plínio Negrão, que fica na Zona Sul de São Paulo. Nossa diretora é autoritária, nunca nem permitiu a atuação do grêmio na escola. Minha chapa foi impugnada. Levei uma advertência por estar querendo um Grêmio Livre, assim como a lei nos mostra. E isso era mais um motivo para os alunos se reunirem e dizerem: espera aí, eu tenho direito de escolher, de pensar, de agir...

    Ocupamos! Nosso maior medo era a polícia. E nossa diretora ligou para a polícia dizendo que a nossa escola havia sido invadida. Mas estávamos tão orgulhosos de nós mesmos que continuávamos lá, fizemos assembleia, discutindo, conversando, se entendendo. E a coisa foi crescendo. Pessoas que eu nunca nem vi na escola nos apoiaram! Foi lindo. No decorrer do tempo fomos criando laços, laços esses que em 200 dias letivos nunca haviam sido criados.

    Viver na ocupação parece uma guerra. Claro que tem seus momentos bons, momentos ótimos, momentos que vão deixar saudades... Mas tem a repressão. A violência por parte do governo, que manda a polícia nos aterrorizar na escola e nas ruas da cidade, que manda os alunos e os pais que não entendem a ocupação nos ameaçar.

    Mas em compensação, durante a ocupação, muitos de nós pararam de olhar pro seu próprio umbigo. Passamos a nos preocupar uns com os outros porque um só não vence a luta! Nesse caso: a união faz a força. Na ocupação, os garotos passaram a querer cozinhar, pra ajudar, e perceberam que isso não é coisa de menina. As meninas passaram a jogar bola e jogar baralho... Nos libertamos!

    Na ocupação percebemos que todos podem ajudar! Que não existe o mais inteligente, o mais forte, o mais legal. Todos se uniram! E o melhor de tudo é que nos unimos com estudantes de outras escolas: do Centro, da Zona Leste e até com escolas que ficam aqui do lado, com as quais nunca havíamos tido contato. E uns passaram ajudar os outros. Quando precisamos de qualquer coisa das outras escolas, sejam alunos para dormir, para limpar a escola, para debater algumas coisas, tá todo mundo sempre pronto pra colaborar!

    Há muitas coisas que só percebemos na ocupação. O descaso que os dirigentes têm com a preservação escola, por exemplo. É quase impossível dormir aqui por causa dos milhares de insetos, baratas e até de ratos que encontramos. E nós, estudantes, estamos fazendo de tudo para manter tudo limpo e sem esses bichinhos. Achamos tintas guache que venceram em 2009.

    A nossa horta que foi criada esse ano estava jogada no estacionamento da escola, ela quase toda já morreu. Não conseguimos recuperar. Os armários tinham baratas mortas. Achávamos ratos da cozinha.

    É triste, não? É muito triste ver que a diretora da sua escola não liga para os alunos, como ela mesma diz, e chama os outros alunos para nos atacar. Incita o ódio, a compatição, a desunião. Isso é triste. Isso é horroroso. Isso não deveria acontecer... mas acontece!!!

    Assim como aconteceu uma tremenda repressão policial. Dizem que a polícia é para servir e proteger, mas um policial me machucou. Sim, me machucou, e eu nunca tive tanto medo na vida. Na hora em que ele pegou no meu braço e quis me levar à força para a delegacia de polícia, só porque eu estava ocupando. Estava dentro da escola. Ele queria me tirar a força para fora da escola. Me senti invadida. E senti medo. Muito medo! Sempre fui corojosa, até mesmo que para estar ocupando isso é preciso, mas naquela hora senti medo. Mas isso só me instigou a lutar mais. E não houve motivo para ele ter feito aquilo. Estou lutando pela Educação. E o mais engraçado ou terrível é que acho que não deveríamos ter medo da Polícia Militar, porque ela é para proteger a gente, não é? Mas eu percebi que não. Eles machucam o corpo e a alma da gente. Acontece que o efeito foi o contrário, o medo e a descrença na PM me motivaram mais - a lutar mais, a me preparar mais, a conhecer mais.

    Começamos querendo o cancelamento da reorganização. Hoje somos milhares e temos milhares de vontades: queremos mais aulas culturais e artísticas. Os meninos querem aulas sobre feminismo, as meninas de defesa pessoal. Os meninos pedem mais aulas de gastronomia, para aprenderem a cozinhar. Nós aprendemos a fazer poesia, aprendemos movimentos literários em um dia. Porque queremos, não porque o governo impôs na programação escolar. Caramba, eu me sinto feliz :)

    E mais uma coisa importante que descobrimos também, curiosamente, enquanto estávamos sem aula normal: o papel do professor é mágico, é lindo. Mesmo com a gente na ocupação, eles não dando aula, muitos apareciam no portão, com alimentos ou apenas com um "vocês estão bem?". Nos ligam para falar "CUIDADO!!!". Sabe, eles são os que mais compareceram para nos dar força. E, fiquei pensando: eles merecem mais do que ganham. E o governo menospreza essa profissão linda. Essa profissão que nos fez estar aqui, hoje, lutando!

    E aproveito esse espaço para responder uma pergunta recorrente, que tem sempre alguém me fazendo: "você já está no terceiro ano do Médio, por que você está ocupando?" Eu sempre digo que não olho só pra mim, não penso só em mim. Eu consegui mudar devido a alguns ensinamentos de professores e eu pretendo fazer o mesmo, inclusive lecionar numa escola.

    E uma coisa que não quero é ter alunos com medo, achando que são menos, porque o governo os aterroriza. Não quero nunca que eles pensem que não são dignos de luta. A ocupação é só o começo de uma grande História (sim, com H maísculo). Aprendemos sobre política, sobre problemas sociais, sobre nós mesmos, desconstruímos preconceitos... Podemos estar cansados, porque a ocupação cansa. Mas a lição que vamos levar daqui é maior do que qualquer coisa que já aprendemos na vida.

    Gislane de Almeida Gomes, 17 anos, estudante da E.E. Plínio Negrão

     

  • Futuro Ministro da Justiça do Temer?

    Muito "interessante e oportuna" a proposta do presidente nacional da OAB... http://www.conjur.com.br/2015-dez-11/oab-defende-implantacao-semipresidencialismo-brasil

    a qual compreende o que Temer falou quando da inauguração da "escolinha do professor gilmar":

    http://tijolaco.com.br/blog/golpismo-inverte-a-vontade-popular-todo-poder-aos-politicos-com-o-parlamentarismo/

    (...)

    Michel Temer deixou-o claro hoje, ao defendê-lo, hoje:

    “Me atrevo a dizer que a ideia é um semiparlamentarismo. O Congresso passaria a atuar efetivamente junto ao governo e não teríamos os problemas que vivemos hoje –’ah, não tem verba, tirou verba não sei de onde’

    (...)

  • Por que Janot não prende Cunha?

    Parecer de Janot derruba chance de STF validar votação que Cunha escondeu

    Embora óbvio, o parecer  do Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, condenando a adoção de votação secreta para a escolha da Comissão Especial da Câmara que apreciará o pedido de impeachment acolhido por Eduardo Cunha torna, na prática, impossível qualquer decisão daquela corte que legitime a seleção às escondidas dos nomes  que formarão o colegiado.

    Obvio porque vem na mesma linha já consagrada antes de que, para ser secreta, deve haver prescrição constitucional para isso, entendimento que vem de ser recém-confirmado na votação da manutenção da prisão do senador Delcídio Amaral pelo Senado, aliás sustentada em peso pela Oposição.

    Decisivo porque elimina qualquer movimento que se pudesse formar alegando – injusta e apelativamente, aliás – ação do Ministro Edson Fachin em favor do Governo, como insinuou ontem Aécio Neves, chamando de ” uma intromissão indevida” a sua decisão de suspender os efeitos da votação inconstitucional. Aliás, de “resvalo”, também para Michel Temer e Geraldo Alckmin que chamaram aquela ação de “legítima”.

    Janot também entendeu que é espúria a apresentação de “chapa avulsa”, desrespeitando o principio da autonomia dos partidos. O que, na prática, eleva a temperaturas solares a luta por maioria dentro do PMDB, que terá oito votos na comissão.

    Já se vê que não é assim que a considerarão os que têm competência para opinar.

    Mais difícil será – embora também não faltem fundamentos para isso – o questionamento do poder de Eduardo Cunha em acolher e dar trâmite ao pedido de impeachment sem permitir – mesmo que do ponto de vista meramente formal – a apresentação de contra-razões pela Presidência.

    A lei do Impeachment prevê expressamente que seus dispositivo serão regidos, no que couber, pelo Código de Processo Penal e este código, assim como a lei de crimes contra a Administração Pública, prevêem prazo de 15 dias para que se responda às denúncias apresentadas, antes de qualquer outra providência.

    O acolhimento do pedido, mesmo não sendo um ato judicante – o processo é no Senado e cabe à Câmara apenas autorizar sua abertura – é certamente um ato administrativo, que carece – como todos – de fundamento e motivação e, como qualquer ato, está sujeito a controle judicial, neste caso do Supremo.

    Não pode, também,  ser considerado matéria interna corporis porque gera consequência direta a terceiro estranho à Câmara, a Presidente da República, não dizendo respeito simplesmente à forma de funcionar a Casa.

    “”É ato tão grave e de consequências tão significativas, que o princípio da ampla defesa e do contraditório não se coaduna com a impossibilidade do presidente da República se contrapor à denúncia antes da decisão do presidente da Câmara”, argumenta a petição apresentada pela Advocacia Geral da União.

    Neste caso, porém, Janot expressou-se pela improcedência do pedido, alegando não haver previsão legal de prazo para a defesa.

    Salvo engano, isso não foi objeto de questionamento judicial no caso Collor  – apenas a formação  da Comissão Especial o foi – e, não tendo sido, o Supremo não poderia ter falado. Ainda mais em matéria em que, como diz o seu ex-presidente Sidney Sanches, acabou por gerar no Supremo a formulação, às pressas, de regras que regulassem sua análise.

    Tudo, porém, está ligado a uma questão: Eduardo Cunha. Embora possa funcionar como agente de Temer ou do PSDB, a “tropa” parlamentar decisiva é sua, no PMDB e no varejo insano que recolheu nas pequenas legendas.

    O impeachment é Cunha, mesmo que leve outros ao poder, porque ele é quem cobrará o preço do botim.

     

     

  • Mulheres atirando

     

    Muitos aplaudiram Kátia Abreu quando souberam que ela atirou vinho na cara de José Serra. Outros a invejaram, queriam estar lá na festinha para jogar vinho na cara de Serra e de outros mais.

    Foto do twitter da ministra:

     

    Esta aí em baixo é Roza Georgyevna Shanina,  russa que viveu apenas 20 anos,  - tempo suficiente para ser glorificada como uma das mais eficientes franco-atiradoras durante a Segunda Guerra Mundial.

    http://comradem.tumblr.com/post/83204673815/wolfvonueberwald-faces-of-war-4-roza-shanina

    https://pt.wikipedia.org/wiki/Roza_Shanina

     

    Joana D'Arc foi uma guerreira que lutou junto a tropas francesas, conseguindo a  libertação da França da dominação inglesa. Ela tinha visões, e este transtorno era  considerado coisa do demônío. Aos 19 anos foi  condenada como bruxa pela Inquisição e queimada viva em 1431 numa praça em Rouen, e as cinzas foram jogadas no rio Sena.

    http://joonthego.com/joana-darc-estrela-liberdade/

     

     

    Anita Garibaldi ficou famosa por lutar e defender as causas pelas quais lutava seu marido, o italiano Giuseppe Garibaldi. Lutou no Brasil, no Uruguai e na Itália, sempre ao lado dele. E quase sempre, carregando junto os filhos.

    https://pt.wikipedia.org/wiki/Anita_Garibaldi

     

    Já as lutas de Dilma Vana Rousseff são mais árduas e continuadas. Tem de lutar contra certos amigos, contra alguns que se dizem aliados, e conviver com muitos inimigos de ontem e de hoje. Porém, pelo cargo que ocupa, não pode sair por aí jogando vinho na cara dos outros, nem atirando. Uma de suas mais pungentes lutas é a que precisa desenvolver cotidianamente contra si mesma, ouvindo ponderações até contraditórias para escolher, dentre as decisões, as menos piores.

    Estamos todos torcendo para que ela consiga terminar seu mandato em 2018, sabedores de quanto ainda se faz difícil para uma mulher exercer qualquer posição de mando neste Brasil ainda machista e preconceituoso.

    https://pt.wikipedia.org/wiki/Dilma_Rousseff

     

  • As fichas da tropa de choque

    As fichas da tropa de choque de Cunha; veja com Azenha

    Ontem à noite, no Jornal da Record, Luiz Carlos Azenha mostrou a folha corrida  alguns dos líderes da tropa de choque de Eduardo Cunha, escalados para tumultuar o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados.

    Não são todos os cunhistas dali, mas apenas os que assumem posições mais agressivas e abertas.Na Comissão de Ética, embora sem participar dos embates pessoais, Cunha tem como comandante de suas forças o deputado Paulo Pereira da Silva.

    Aliás, não é demais pedir que se repare o nome: Comissão de Ética…

    OBS: matéria acompanhada de vídeo que infelizmente não consegui postar.

     

  • O Estado Oligárquico de Direito, Vladimir Safatle
    http://caviaresquerda.blogspot.com.br/2015/12/governo-ilegal-e-ilegitimo-trara-onda.html?m=1

    sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

    Governo ilegal e ilegítimo trará onda de revoltas

    O Estado Oligárquico de Direito
    Vladimir Safatle

    Neste exato momento, a população brasileira vê, atônita, a preparação de um golpe de estado tosco, primário e farsesco. Alguém poderia contar a história da seguinte forma: em uma república da América Latina, o vice-presidente, uma figura acostumada às sombras dos bastidores, conspira abertamente para tomar o cargo da presidente a fim de montar um novo governo com próceres da oposição que há mais de uma década não conseguem ganhar uma eleição. Como tais luminares oposicionistas da administração pública se veem como dotados de um direito divino e eterno de governar as terras da nossa república, para eles, "ganhar eleições" é um expediente desnecessário e supérfluo.

    O vice tem como seu maior aliado o presidente da Câmara: um chantagista barato acostumado, quando pego em suas mentiras e casos de corrupção, a contar histórias grotescas de fortunas feitas com vendas de carne para a África e contas na Suíça com dinheiro depositado sem que se saiba a origem. Ele comanda uma Câmara que funciona como sala de reunião de oligarcas eleitos em eleições eivadas de dinheiro de grandes empresas e tem ainda o beneplácito de setores importantes da imprensa que costumam contar a história do comunismo a espreita e do bolivarianismo rompante para distrair parte da população e alimentá-la com uma cota semanal de paranoia. O nome de sua empresa diz tudo a respeito do personagem: "Jesus.com".

    O golpe ganha um ritmo irreversível enquanto a presidenta afunda em suas manobras palacianas estéreis e nos incontáveis casos de corrupção de seu governo. Ela havia dado os anéis para conservar os dedos; depois deu os dedos para guardar os braços. Mais a frente, lá foram os braços para preservar o corpo, o corpo para guardar a alma e, por fim, descobriu-se que não havia mais alma alguma. Reduzida à condição de um holograma de si mesma e incapaz de mobilizar o povo que um dia acreditou em suas promessas, sua queda era, na verdade, uma segunda queda. Ela já tinha sido objeto de um golpe que tomou seu governo e a reduziu à peça decorativa. Agora, nem a decoração restou.

    Bem, este romance histórico ruim e eternamente repetido parece ser a história do fim da Nova República brasileira. Que ela termine com um golpe de estado primário, fruto de um pedido de impeachment feito em cima da denúncia de "manobras fiscais" em um país no qual o orçamento é uma ficção assumida por todos, isto diz muito a respeito do que a Nova República realmente foi. Incapaz de criar uma democracia real por meio do aprofundamento da participação popular nos processos decisórios do Estado e equilibrando-se na gestão do atraso e do fisiologismo, ela acabou por ser engolida por aquilo que tentou gerir. Para justificar o impeachment, alguns são mais honestos e afirmam que um governo inepto deveria ser afastado. É verdade, só me pergunto por que então conservar Alckmin, Richa, Pezão e cia.

    O fato é que, no lugar da Nova República, o Brasil depois do golpe assumirá, de vez, sua feição de Estado Oligárquico de Direito. Um estado governado por uma oligarquia que, como na República velha, transformou as eleições em uma pantomima vazia. Uma oligarquia que já mostrou seu projeto: uma política de austeridade que não temerá privatizar escolas (como já está sendo feita em Goiás), retirar o caráter público dos serviços de saúde, destruir o que resta dos direitos trabalhistas por meio da ampliação da terceirização e organizar a economia segundo os interesses não mais da elite cafeeira, mas da elite financeira.

    Mas como a população brasileira descobriu o caminho das ruas (haja vista as ocupações dos estudantes paulistas), engana-se aqueles que acreditam poder impor ao país os princípios de uma "unidade de pacificação". Contem com um aumento exponencial das revoltas contra as políticas de um governo que será, para boa parte da população, ilegítimo e ilegal. Mas como já estamos dotados de leis antiterroristas e novas peças de aparato repressivo, preparem-se para um Estado policial, feito em cima de leis aprovadas, vejam só vocês, por um "governo de esquerda". Faz parte do comportamento oligarca este recurso constante à violência policial e ao arbítrio para impor sua vontade. Ele será a tônica na era que parece se iniciar agora. Contra ela, podemos nos preparar para a guerra ou agir de forma a parar de vez com este romance ruim.

  • Gilmar Mendes não pára de usar com ma fé o pedido de vistas

    Gilmar Mendes não pára de usar o pedido de vistas como militância política

    Por Antônio Barbosa Filho, no Facebook

    A cassação do prefeito de Taubaté-SP foi suspensa pelo Tribunal Superior Eleitoral, pelo pedido de vistas de um de seus mais antigos e hábeis membros. O relator foi fraco na sua posição, e a cidade de 300 mil habitantes continua vítima de um prefeito já condenado em duas instâncias e com seus bens congelados desde 2010.

    Nós, taubateanos, esperávamos que o Gilmar Mendes seria o encarregado da tarefa de pedir vistas e sentar-se sobre o processo, como soi acontecer quando o réu é milionário e, ainda mais, de direita. Não aconteceu: outro membro do Tribunal antecipou-se. Quando ele devolver o processo, depois das férias, aí sim o Gilmar cumprirá seu papel, e Taubaté continuará neste impasse até o final do mandato do já condenado prefeitinho.

    Explico: o dinheiro que elegeu o prefeito foi roubado da FDE - Fundação para o Desenvolvimento da Educação, cujo presidente era o pai do réu. Os jovens que ocupam as escolas, hoje, em São Paulo, precisam saber que rouba-se na sua merenda, nos seus livros, no salário dos professores, nos equipamentos.

    E quando o ladrão é identificado e cassado em duas instâncias, basta contratar 18 advogados, que tudo dará em nada.

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