Flávia Odenheimer e Shajar Goldwaser, membros do coletivo Vozes Judaicas por Libertação, falaram no TVGGN 20 Horas desta sexta [assista abaixo] sobre a urgência de se posicionar enquanto judeus pela defesa de um estado palestino soberano e o fim da limpeza étnica na Faixa de Gaza.
Para os representantes do coletivo, existe uma instrumentalização do antissemitismo cujo objetivo é silenciar as vozes que fazem críticas ao Estado de Israel, por uma “dependência” do antissemitismo.
“Há uma constante força por parte do Estado de Israel de estar sempre trazendo essa questão do antissemitismo à tona, o nazismo à tona. Lá atrás, você já via o primeiro-ministro de Israel chamando o Hamas de nazista, falando que eles são os nazis do século XXI. Não é algo de agora, ou seja, isso ocorre desde sempre, porque o que justifica juridicamente o Estado de Israel teoricamente na ONU, órgão que deu legitimidade para a construção do Estado, é o antissemitismo”.
À luz da fala do presidente Lula, Flávia afirma que um dos aspectos que contribuíram para a repercussão negativa – protagonizada pela extrema-direita – foi a superficialidade do debate. Ao vincular indiscriminadamente o antissionismo ao antissemitismo, a opinião pública confunde o ‘ser judeu e ser sionista’.
“Quando a gente vê falas dessas instituições, posicionamentos que colocam qualquer manifestação oposta ao Estado de Israel como antissemita, você acaba colocando Israel como representante dos judeus, porque se ser contra Israel é ser contra o judeu, Israel ‘representa’ o povo judeu. E aí a gente acaba vendo falas como ‘a culpa é dos judeus, os judeus estão atacando Gaza, os judeus estão matando os palestinos’”.
O Coletivo Vozes Judaicas por Libertação começou a se articular em 2014, mas formalizou sua existência no ano passado.
Atualmente composto por 30 pessoas, o grupo tem se mobilizado em prol da causa palestina desde os ataques efetuados por Israel em 07 de outubro. Os trabalhos são feitos por meio de manifestações, produção de conteúdo e diviulgação de informações “buscando ampliar a conscientização do que está acontecendo na Faixa de Gaza”.
“Nós buscamos reconstruir uma identidade judaica sem o sionismo, porque o sionismo é um fenômeno que tem 100 anos, e o judaísmo três, quatro mil anos de história. Então o sionismo é um fenômeno recente, o judaísmo existiu muito antes disso sem a necessidade de um Estado. Queremos retomar essa ideia e dar continuidade a essa ancestralidade de um judaísmo cosmopolita, independente um Estado-nação”.
Assista a entrevista completa abaixo:
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