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Internautas questionam data de publicação de livro infantil usado na alfabetização de Sergio Moro

Publicada originalmente em 19 de abril de 2022
Atualizada em 27 de abril de 2022 para correção

Três anos depois da gafe na entrevista com Pedro Bial, quando não soube citar nenhuma biografia que leu, o ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sergio Moro voltou a ter questionada a credibilidade dos seus gostos literários. A controvérsia começou nesta segunda-feira (18/04) com um tuíte que parecia uma simples e inocente tentativa de aproveitar o Dia do Livro Infantil.

“Hoje, no Dia do Livro Infantil, divido com vocês não só a leitura que marcou minha infância, mas uma das lembranças mais bonitas que eu tenho: minha mãe, Odete, me ensinando a ler com o livro ‘Dendeleão’. E você, que livro marcou a sua infância?”, publicou o político recentemente filiado ao União Brasil.

Internautas passaram a questionar a informação. Horas depois, surgiu uma publicação sugerindo que a primeira edição do livro ‘Dandeleão’ em português teria sido lançada em 1995. Moro nasceu em agosto de 1972, portanto, teria entre 22 e 23 anos quando a obra chegou ao Brasil, situação que provocou uma chuva de críticas nas redes sociais sobre a confissão do ex-juiz, com a consequente produção de memes a respeito.

Alguns defensores de Moro tentaram argumentar que ele se referia à versão original do livro: ‘Dandelion’, obra do escritor e cartunista estadunidense Don Freeman, lançada em inglês no ano de 1964. Porém, esta justificativa também despertou piadas e memes lembrando sua má pronunciação do inglês, o que tornaria suspeita a hipótese de que ele teria se alfabetizado em inglês.

Após a grande repercussão nas redes, agências de checagem apuraram que o livro teve sua primeira versão em português publicada no Brasil em 1971 – um ano antes de Moro nascer. Leia mais aqui.

Em abril de 2019, durante uma entrevista para o programa de Pedro Bial na Rede Globo, Sergio Moro foi perguntado que tipo de livro mais gostava. Após a resposta de que ele preferia as biografias, o entrevistador pediu que ele recomendasse aos espectadores a última biografia que ele leu, o que gerou uma constrangedora cena em que o então ministro da Justiça de Bolsonaro gaguejou, pensou e terminou não lembrando de nenhum livro.

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Victor Farinelli

Victor Farinelli é jornalista residente no Chile, corinthiano e pai de um adolescente, já escreveu para meios como Opera Mundi, Carta Capital, Brasil de Fato e Revista Fórum, além do Jornal GGN

Victor Farinelli

Victor Farinelli é jornalista residente no Chile, corinthiano e pai de um adolescente, já escreveu para meios como Opera Mundi, Carta Capital, Brasil de Fato e Revista Fórum, além do Jornal GGN

View Comments

  • Ô Coitado, Diria Filó. É um indigente. Aonde po44a descobriram esse peste?... Oxe!!! Valei-me São Ariano. Ganha disparado de Chico.

  • O nobre ex magistrado lia esse livro para se alfabetizar de manhã e as apostilas para o concurso de juiz a noite. Foram esses estudos que fundamentaram o seu " notável saber jurídico".

  • Essa matéria traz infos falsas e já foi desmentida por diversos pesquisadores independentes e veículos de comunicação incluindo a FolhaPress. Está comprovado que o livro foi lançado nos anos 70. Aguardo correção.

  • Mais do que essas gafes que, em se tratando dele já se tornaram corriqueiras, o que deveria nos surpreender é ter um cara desses ser tido como o "salvador" do Brasil. Por ter um litoral muito vasto, leva-nos a crer uma quantidade incontável de onda indo e voltando... é isso aí, todos, de uma maneira ou de outra, são pegos por tais ondas e vão na onda do momento. STF, Exército, imprensa, alienados, Congresso, Senado, MP, TCU, etc etc etc Agora, a onda mudou e todos choram suas mágoas.
    Realmente é onda demais e leitura de menos.

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