Livro infantil citado por Moro teve sua primeira publicação em 1971

Victor Farinelli
Victor Farinelli é jornalista residente no Chile, corinthiano e pai de um adolescente, já escreveu para meios como Opera Mundi, Carta Capital, Brasil de Fato e Revista Fórum, além do Jornal GGN
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Caso criou polêmica por versão de que a obra chegou ao Brasil somente em 1995, o que é falso, mas alguns meios repercutiram isso, incluindo o GGN e este jornalista, que se retratam nesta matéria

Foto: Reprodução Twitter

Surgiu na semana passada uma polêmica sobre uma publicação de Sergio Moro em seu Twitter, especilamente para o Dia do Livro Infantil, em que ele mencionava o livro “Dendeleão” como marcante em sua infância, e que foi usado por sua mãe, dona Odete, em seu alfabetizado. A controvérsia nasceu de uma versão, que se propagou rapidamente nas redes sociais, de que a obra chegou ao Brasil somente em 1995, quando o ex-juiz e ex-ministro da Justiça tinha 22 anos.

Contudo, essa versão é falsa. “Dendeleão” é um livro escrito pelo escritor e cartunista estadunidense Don Freeman. A obra original, “Dandelion”, foi publicada em seu país natal em 1964, mas a primeira versão em português chegou ao Brasil, em 1971 – portanto um ano antes de Moro nascer –, como parte da Coleção Pingos de Ouro que Eu Sei Ler, da Ediouro, que trazia não só esta como outras fábulas como “O Gato de Botas”, “Os Três Desejos”, “Ninguém Presta Atenção em Juquinha”, entre outros. Todos os textos da coleção foram traduzidos e adaptados por Maria Clara Machado, Guilherme Figueiredo, Esdras Nascimento e Stella Leonardos – esta última, responsável pela tradução e adaptação de “Dendeleão”.

Portanto, Sergio Moro não mentiu quando mencionou o livro “Dendeleão” como marcante em sua infância. No entanto, alguns meios repercutiram a versão equivocada de que a primeira edição da obra no Brasil tinha sido a de 1995 – também lançada pela editora Ediouro, e também com a tradução e adaptação da escritora e poetisa Stella Leonardos – mas, na verdade, esta era a segunda.

Entre os meios que cometeram esse erro está o próprio GGN, em matéria de Victor Farinelli – jornalista que também escreve esta segunda matéria, com a intenção de se retratar pelo erro cometido na semana passada, e pedir desculpas ao político do União Brasil e àqueles que tenham se sentido ofendidos pela publicação anterior.

Victor Farinelli

Victor Farinelli é jornalista residente no Chile, corinthiano e pai de um adolescente, já escreveu para meios como Opera Mundi, Carta Capital, Brasil de Fato e Revista Fórum, além do Jornal GGN

4 Comentários

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  1. Parabéns ao GGN e ao jornalista Victor Farinelli. Mas os fatos não mudam aquela cena em que o ex-juiz diz ter como hobbie a leitura de biografias e, ato continuo, perguntado pelo entrevistador Pedro
    Bial, não soube dizer qual era a última biografia lida não soube responder. Com Dendeleão Moro mostra que sua mãe lia para ele, mas não consegue desfazer a imagem de que diz ter lido o que não lê.

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