Leis de Exclusão, prisão de Lula e o golpe judiciário.

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O Brasil tem além das leis explícitas do código judiciário, as leis de exclusão. As leis implícitas que fazem com que um policial prenda ou mesmo atire e mate um menino pobre e negro que esta dirigindo um carro. As leis de exclusão que barram de forma invisível, ou criam como um verdadeiro ritual, um segurança a perseguir no interior de supermercados e shoppings, pessoas pobres e negras, ou mesmo negras não pobres. O Brasil tem leis de exclusão para trabalhadores, que ousam frequentar certos ambientes. O Brasil tem leis de exclusão que fazem com que certos, “tipos” sejam estranhos até mesmo numa praia, numa rua , num bairro, num prédio . São leis de exclusão que a todo momento dizem que aquele estudante não deveria estar ali sentado naquela cadeira da universidade, ou no saguão do aeroporto, ou na cadeira do teatro ou do cinema, ou naquele show, ou naquele emprego, ou naquele cargo publico, ou naquela posição social.

 

Como todas as leis, ela tem brechas e interpretações, e muitas vêzes é usada casuisticamente. Assim um trabalhador de família pobre, pode sob determinadas condições , e isto faz parte da lei, ser assimilado, mudando de status. Muitos destes o fazem introjetando e assumindo totalmente a lei de exclusão. Muitos são os que mais se esmeram para implementá-la.

 

Assim no país um migrante nordestino, metalúrgico extremamente inteligente, tinha três opções: se resignar ao destino que a lei de exclusão o condenara, se transformar matando seu passado e suas origens e ser assimilado, ou ignorar esta lei.

 

Ele a ignorou e tentou revogá-la não apenas para si mas para muitos. Isto jamais será perdoado pelas castas dominantes. Primeiro, foi subestimado, e quando ganhou sua primeira eleição, acharam que apenas matando Dirceu, mostrariam a incapacidade do presidente que segundo ele jamais deveria lá estar. Jogaram pesado e sempre disseram que ele não tinha capacidade. Mas o excluido incluiu o Brasil no mundo, levou-nos a um outro patamar, político , economico , científico, tecnológico e cultural. Nunca se investiu tanto na educação e formação no país. Nunca no meio de uma crise mundial o nosso país cresceu tanto , e ganhou tanto protagonismo.

 

Perderam e tentaram então o caminho judicial, pois afinal uma lei de exclusão deveria ser implementada. O mensalão utilizou a lei de exclusão e transformou o foro privilegiado em foro desprivilegiado e em pelourinho, ironicamente comandado por um excluido. Mesmo assim não conseguiram alijá-lo da presidência, pois não tinham a força do povo e como manda a lei de exclusão, jamais se dignaram a se dirigir ao povo. A lei de exclusão os restringe aos bastidores protegidos de instituições que controlam (longe das ruas o parlamento é um refúgio contra o povo). Mas não desistiram, pois acharam que a ousadia daquele metalúrgico com sua raça havia ido longe demais.

 

Aceitaram uma mulher mas na primeira chance, numa conjuntura geopolítica e economica desfavorável, juntaram as armas com os parceiros estrangeiros. Pouco se importaram de paralisar o país, de trazer o desemprego de volta, nem de vender nossas riquezas. Não se importaram nem mesmo de fritar alguns membros da própria classe. Tudo isto porque o ódio ao metalúrgico cuja crime foi quase revogar a lei de exclusão é maior do que tudo. Afinal, além da lei de exclusão ele havia contrariado fortes interesses. O sucesso do Brasil no meio da crise internacional de 2008 gerou no mundo fortes discussões ideológicas, contrariando as políticas neoliberais . Os avanços científicos e tecnológicos que possibilitaram a extração do petróleo no pré-sal, movimentou e movimenta interesses, que em outros países foi tratado através da guerra e das armas.( Aqui nos basta a quinta coluna). Os avanços científicos e tecnológicos que possibilitariam ao Brasil fazer sua própria industria de refinamento de urânio, também é motivo de interesses geopolíticos maiores. Os desenvolvimentos científicos e tecnológicos na agricultura tem forte impacto geopolítico. As atuações de nossas empreiteiras e empresas na Africa , América do Sul e outros países tem forte impacto economico. E são estes interesses geopolíticos externos que se uniram com a indignação desta casta que alijada do poder se viu na posição de jamais poder voltar ao poder. Só lhes restava o golpe usando como arma um judiciário, formado por membros da casta ou por assimilados. Um judiciário, que não se mostrou cego, mas sim exclusivo. Um judiciário que tem dito todo dia a nação que o roubo, a corrupção é permitido quando interpretado pelas leis de exclusão. Permite-se que um delator, que tantos serviços prestou a esta casta seja libertado, não é permitido indiciar e ou colocar em julgamento membros desta casta, principalmente política, a não ser que estes membros tenham de alguma forma agido contra as leis de exclusão. Principalmente as leis de exclusão internacionais. Como vemos alguns destes membros ousaram querer ter algum papel independente no cenário geopolítico. Mas provavelmente depois de uma carraspana, eles voltarão a se entender desde que devidamente enquadrados.

 

Porém este não é o caso do metalúrgico e seus amigos. A violação da lei de exclusão tem que ser violentamente punida. Assim uma fraude no sistema bancário, ou empresarial, ou a sonegação de impostos por membros da casta, é considerada natural, faz parte do status. O Maluf é um exemplo. Porém, para um certo juiz, um roubo famélico num supermercado, pode custar até quatro anos de prisão para uma mãe, que a cumpriu junto com seu bebê. Assim o objetivo é de alguma forma provar, mesmo sem provas que o tal metalúrgico por de fato pertencer a esta classe é um criminoso. Afinal a literatura assim o permite.

 

Vão então, exarcerbar o instinto de exclusão de toda uma classe tampão, que acha que linchando um dos seus, ou um de sua origem, vai abrir-lhes as portas para a casta superior. Pensam que vão conseguir ganhar o beneplácito da casta que tanto admiram. Mal sabem eles, que os mesmos que os incitam, vão , após o linchamento, culpá-los por tudo isto, e as leis de exclusão vão se tornar mais rígidas.E dirão que é culpa dos brasileiros.

 

Enquanto isto veremos demonstrações de ódio visceral. Vão tentar condená-lo, não pelo apartamento em Paris, nem pelo triplex de Paraty, nem pelo aeroporto de Claudio ou pelas propriedades em Trancoso ou pela beleza da arquitetura de Fazenda em Goiás. Também não será pelo helicóptero turbinado pelo pó. Não será condenado pela lista de Furnas , nem pela prisão e perseguição de jornalistas.

 

Vão tentar condená-lo porque como presidente, é uma afronta usar o sitio em Atibaia, é uma afronta um presidente carregar isopor , ter um barco de lata, ter pedalinhos para seus netos e uma imagem de Nossa Senhora. Vão condená-lo porque , ao ser presidente ele ousa manter os mesmos hábitos dos excluídos. Vão condená-lo porque ousou dar palestras pagas pelo mundo , falando sobre a fome e sobre as políticas públicas. Vão condená-lo porque ganhou titulos de doutor até mesmo na cidade das Luzes, em Paris. E vão condená-lo sobretudo porque aumentou a autoestima dos brasileiros.

 

 

 

 

Redação

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