Médico diz em áudio que coronavírus vai “explodir” no Brasil, e SP enfrentará falta de leitos

Jornal GGN – Circula em grupos do WhatsApp, nesta quinta-feira (12), um áudio atribuído ao médico Fábio Jatene, diretor do Serviço de Cirurgia Torácica do Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas, em que é relatado um encontro com outros especialistas que estão acompanhando o avanço do coronavírus no Brasil e no mundo. Segundo Jatene, os médicos brasileiros projetam “explosão” da doença em solo nacional, além de preocupação com a falta de leitos em São Paulo, que lidera o número de casos confirmados.

Pelos relatos de Jatene, o médico David Uip, infectologista e coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus no Estado de São Paulo, “disse que a partir de hoje os casos vão explodir no Brasil porque já passou a ter a transmissão comunitária.” A contaminação, portanto, já não está mais restrita a pessoas que tiveram contato com brasileiros que viajaram ao exterior, explicou.

A recomendação do médico é de “muito cuidado com pessoas de idade. Elas não devem se expôr de jeito nenhum. Dizem que nos velhinhos a mortalidade pode chegar a 15% ou 18%, e nos jovens, a 0,2%. É uma doença que mata velho, não mata jovem.”

Jatene também afirmou que teve acesso às imagens da tomografia dos casos de coronavírus da China. “É impressionante como é parecido.” Segundo ele, “muitas vezes o raio-x não pega” as sequelas da doença nos pacientes, sendo necessário fazer tomografia.

LEITOS INDISPONÍVEIS

Ainda de acordo com Jatene, Uip projetou que “nos próximos 4 meses, na grande São Paulo, [serão] 45 mil casos. Vão precisar de UTI de 10 [mil] a 11 mil casos, e não tem 10 mil leitos disponíveis. Não tem.”

“O HC já destinou a UTI do 11º andar, lá do Instituto Central, de 75 leitos só para corona. Não temos nem isso no Brasil e eles já estão de prontidão. Na sequencia serão os leitos do InCor, e está se julgando que vai ser insuficiente, claro.”

“Porque essa é uma doença em que um caso transmite para dois a três pacientes, às vezes quatro. O problema é que, uma vez que a doença se instala, o pico de piora é rápido, de cinco a sete dias. O ideal é entubar o doente o mais cedo possível. Na China, ficaram fazendo pressão positiva, sem entubação, e isso não melhorou os doentes e disseminou demais, porque fica vazando pela máscara.”

Ainda de acordo com o médico, na China e Itália, a média é de 3 semanas de entubação, “de ventilação mecânica, para melhorar os doentes”.

Ao final, ele comentou que “todo mundo ficou meio apreensivo”, mas que acham que “em quatro meses, resolve o surto” e a partir do ano que vem, o coronavírus poderá ser tratado como “um vírus normal”.

Redação

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