Na primeira quinzena de fevereiro, o Hospital das Clínicas (HC) iniciou uma megaoperação para tornar o atendimento no Instituto Central exclusivo para pacientes com covid-19. O trabalho começou antes mesmo de confirmado o primeiro registro do novo coronavírus no Brasil, em 26 de fevereiro. São mais de 100 dias de trabalho, que incluiu realocação de outros pacientes, para que fossem liberados leitos, aumentando a capacidade de atendimento na capital. Além da reorganização do espaço, foi implantado um treinamento dos profissionais e progressivo aumento da demanda de leitos com surgimento de novos casos.
Toda a operação foi possível graças à utilização de uma metodologia para dar respostas em situações de emergência excepcionais. “Quando identificamos o avanço da epidemia em outros continentes e a possibilidade de chegada ao Brasil, em janeiro deste ano, foi ativado o Comitê de Crise para desastres. […] Foi uma operação de guerra que mobilizou toda a comunidade do HC, cerca de 20 mil profissionais”, explica o professor Aluisio Cotrim Segurado, diretor da Divisão de Moléstias Infecciosas e Parasitárias e presidente do Instituto Central do Hospital das Clínicas (ICHC) da Faculdade de Medicina (FM) da USP, em entrevista ao Jornal da USP no Ar.
Tendo como finalidade o atendimento da melhor forma para o grande número de pacientes que chegariam em um curto espaço de tempo, foram traçados três propósitos: otimizar o cuidado com pacientes com covid-19, padronizando protocolos assistenciais que igualassem atendimentos a todos; redução da circulação dos profissionais entre os vários institutos do HC, para diminuir chances de contágio; e garantir que pacientes com outras doenças recebessem atendimento nos outros institutos.
Sendo parte do SUS, o HC recebe pacientes com novo coronavírus que apresentem quadros mais graves e necessitem de estrutura hospitalar não proporcionada em unidades de pronto atendimento ou hospitais de campanha da cidade de São Paulo. Segurado revela que, desde o dia 30 de março, já foram internados no ICHC mais de 1.500 pacientes. No início da operação, havia cerca de 90 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas sua instalação já visava à ampliação desse número, que chegou, no plano atual, a ter 300 leitos de UTI e 500 de enfermaria até o final do mês. Tudo fruto de um trabalho contínuo e especializado.
“Gratidão é o sentimento mais nobre que os profissionais da saúde podem ter [neste momento], e que nos inspira para mantermos dispostos a continuar o nosso trabalho”, declara Aluisio Segurado. Ele também diz ser uma grande vitória ver que, dos 1.500 pacientes admitidos em estado grave, 784 já estão de volta aos seus lares. “A cada alta, nossos corações se enchem de alegria. […] Estamos muito felizes com essa operação e nossos resultados, que em termos internacionais são extremamente favoráveis e mostram a qualidade da assistência que o SUS e uma universidade pública como a USP podem proporcionar.”
Ouça a entrevista clicando aqui.
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Bom ter notícias positivas. Felicito os funcionários do HC e o governo de São Paulo pelos serviços prestados à população.
Doença totalmente tratável e curável. Como ocorrido com Uip, Cutait, Kalil,... a Cloroquina tão propagandeada e pedida pelo Presidente da República, salvando Vidas.
Estão de parabéns! Com enfrentamento corajoso e diligente São Paulo e sua equipe só nos orgulha mais uma vez. Médicos e técnicos de saude liderando o processo como convém quando o assunto é pertinente a saúde e uma coordenação efetiva por conta da burocracia do estado.