A reunião sobre cortes no orçamento não chegou a um consenso comum. Levy (fazenda) pediu uma tesourada de 80 bilhões, Mercadante (casa civil) propôs 60 bilhões e Nelson Barbosa (planejamento) ficou no meio termo.
Levy falou: se não diminuir o orçamento em 80 bi terá que aumentar impostos.
Todos esses cortes são necessários para que a meta do superávit primário seja de 1.3% do PIB. A ideia é que se recupere a confiança dos investidores. E o Brasil volte a crescer.
Muito bem, é a discussão e a fórmula de neoliberal de sempre.
No entanto, com a adoção dessas medidas o sacrificado novamente será o trabalhador e apenas ele, pois, a sua área de manobra é pequena. A massa assalariada não consegue sonegar, esconder, corromper, então só sobra protestar, e com toda razão.
Mas é difícil pra qualquer cidadão engolir as medidas austeras, e pedir sua compreensão, diante de um quadro de corrupção e sonegação. É lógico.
O que o governo federal tem que fazer é vir a público e explicar que outras medidas para se recompor o caixa estão sendo tomadas.
Quais medidas? Bem, a presidenta e seu ministro da justiça podem começar explicando o que estão fazendo para combater a sonegação e a corrupção, não o da Petrobrás, porque isso a mídia já faz, mas os dos outros escândalos. O Zelotes, o HSBC, o Banestado e a da Globo.
Diz a presidenta que a polícia federal tem toda a liberdade para investigar, o MP público também, ótimo.
Mas cabe lembrar a Dilma e a seu ministro da justiça que há uma hierarquia. Diferentemente que a associação de delegados deseja, a PF é subordinada a ambos. E tem que obedecer. É republicano e essencial que seja assim. Uma nau sem comando não chega a lugar nenhum.
Ora, esperamos acima de tudo que o Eduardo Cardozo imponha a sua autoridade, liberdade não significa libertinagem, e coloque seus agentes a serviço da nação. Ou é a PF é quem decide o quê e quando vai investigar? Assim não dá. O ministro precisa distribuir tarefas. Tal equipe faz isto, outra aquilo e por aí vai.
Me posiciono dessa forma porque espero ouvir da presidenta, em rede nacional, que o governo está firme no combate à corrupção. Que o Eduardo formou uma força tarefa especial com delegados e auditores fiscais republicanos, neutros, corajosos e comprometidos, para que assumam as investigações da operação Zelotes. Um dos maiores esquemas de sonegação.
Que os estimados 19 bilhões sonegados serão cobrados. Que os corruptos e os beneficiários do esquema serão punidos.
E não só isso, que o escândalo de evasão de divisas do HSBC está na mira do governo também. Que todos os 8.700 brasileiros envolvidos serão examinados e cada tostão desviado será repatriado. Estima-se que montante movimentado chegue a 7 bilhões.
Que todas as empresas sonegadoras serão multadas e cobradas. Só a Globo deve 1 bilhão de reais. Isso é notório.
Que o caso Banestado será reaberto e dinheiro desviado, uma bagatela de 124 bilhões de reais, voltará para o Brasil.
E que afirme mais: cada real recuperado será usado para compor o superávit primário, aliviando os cortes no orçamento da união, tirando o ônus das costas do trabalhador.
Está na hora desse pronunciamento. A nação precisa tomar ciência desses casos de corrupção, que não envolvem o PT. Que o governo está tomando providências. Que ela não é pautada pela mídia. Pois, se ela espera que a Globo ou os jornalões noticiem e deem o mesmo destaque que deram aos casos “mensalão” e “Petrobrás”, pode ir deitando, porque sentada vai cansar.
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Concordo com o autor do
Concordo com o autor do texto. Mas, para a Presidenta se pronunciar em cadeia nacional, primeiro ela teria de nomear um ministro da justiça de verdade.