Há muita controvérsia na teoria macroeconômica sobre a existência de uma escolha “menos pior” (trade-off) entre níveis de inflação e de desemprego. Do que não pode haver dúvida é que ambos estão entre os fenômenos econômicos mais negativos para a vida da população.
No debate brasileiro atual, há uma defesa cada vez menos escondida do combate aos (supostamente incontroláveis) índices de inflação com uma elevação do desemprego (que estaria muito baixo).
Esta não é uma proposta inovadora, nem seus resultados são muito convidativos, à luz das últimas duas décadas no Brasil. Nos governos (1995-98 e 1999-02) que seguiram a tradicional receita, não apenas o desemprego elevou-se como a inflação situou-se na maior parte do tempo em patamares muito superiores aos atuais.
De 2003 para frente, foi possível reduzir continuamente o desemprego, e manter a inflação relativamente bem comportada.
Ao somar os dois indicadores (e compatibilizar os dados mais antigos do mercado de trabalho com a metodologia que passa a vigorar a partir de 2002), chega-se a um “índice de mal-estar” econômico, mostrado no gráfico . Tal como o “índice de bem-estar”, comentado aqui, os números falam por si.
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