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O recorde de Adriana Varejão

(Atualizado em 18 de fevereiro, às 16h45)

A tela Parede com Incisões à La Fontana II, de Adriana Varejão, foi vendida pelo preço recorde de US$ 1,7 milhão para artista brasileiro contemporâneo e vivo. Esperava-se algo entre 300 a 400 mil dólares.

Por Adriano Alves

Ninguém precisa entender de arte pra sacar como é fácil lavar dinheiro nesse meio. De Sanctis que o diga.

Por Sergio Leo

Ah, as certezas categóricas que a ignorância nos traz… Adoro essas teorias conspiratórias. É claro que há lavagem de dinheiro no mercado de arte, ams atribuir a fama da varejão a isso é desconhecimento total do trabalho dela, da história da arte contemporâena no Brasil, de mercado de arte na atualidade. Adriana é um dos expoentes da chamada geração 80, artistas que surgiram nessa década com novas abordagens em pintura, técncia que se dizia morta naquele tempo. Ela não é, foi casada com o Bernardo Paz, que não é nem nunca foi sócio do marco valério, mas do irmão do picareta. Ela ganhou reconhecimento uinternacional muito antes de casar com o cara _ que, aliás, casou após conheecê-la por causa do trabalho prestigiado que ela fazia.

É trisÉ triste ver nos comentários de muita gente aqui como seus padrões de julgamento ficaram presos aos conceitos do século XIX; querem, na Artem, figurinhas para pendurar na parede da sala; recusam-se a responder às provocações do artistas com alguma reflexão, alguma curiosidade intelectual. “Não entendo, não gosto, não aceito” é o lema.

Por maria utt

Mercado e arte é diferente de qualidade ou relevância da obra. Paulo Coelho é exemplo de literatura porque vende muito?

Por Sergio Leo

“O que faz com que uma obra de Cèzanne me arrebate?” A qualdiade, claro, mas também o contexto cultural, meu caro. Cèzanne, na época dele, foi acusado de fazer quadros de um “pintor de paredes bêbado”. Alguams das objeções feitas ao trabalho dele parceem tremendamente com os comentários agressivos alguns aqui.Pessoas com menos preconceito que você souberam ver a revolução que ele fazia, seu profundo compromisso com a pintura (sugiro “A dúvida de Cézanne”, do merleau-POnty, saiu na Cosac&Naify, no livro “O OLho e o Espírito”) _ e a qualidade dele que foi louvada em alguns “manuais de estética” de especialistas para a patuleia que começou a se livrar dos conceitos passadistas e descobrir então o que de tão fantástico havia naquele pintor que influenciou os cubistas (outros que foram detonados pelos contemporâneos apegados só ao que já conheciam).

Parabéns por ter alcançado a sensibilidade estética de um sujeito do começo do século XX. Com um pouco menos de rejeição ao inusitado, quem sabe consiga ver o que há de encantador nas obras do século XXI.

A propósito, julgar essa obra por uma pequena reprodução na tela do computador é como saborear um prato fino lambendo a foto numa revista ilustrada. Não dá nem ideia da forte impressão que essa parede rasgada, expondo visceras, causa em quem chega perto.

Luis Nassif

Luis Nassif

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