A oração, de acordo com o guia de estudo das escrituras, é a comunicação reverente com Deus, durante a qual a pessoa agradece e pede bênçãos. O propósito da oração não é o de alterar a vontade de Deus, mas de obtermos para nós mesmos e para outras pessoas as bênçãos que Deus já está disposto a conceder, mas que devemos pedir para obter.

Em Morôni 10:4–5, somos ensinados que essa oração deve ser feita a Deus, o Pai Eterno, em nome de Cristo, com um coração sincero, com real intenção e com fé em Cristo e que, assim fazendo, pelo poder do Espírito Santo podemos saber a verdade de todas as coisas. Com esse conhecimento e com essa orientação, certamente veremos cumprir-se a promessa de sairmos vencedores.

Quando eu tinha 9 anos de idade, os missionários bateram pela segunda vez à nossa porta, na cidade de Alegrete, na fronteira do Rio Grande do Sul. Nessa ocasião, ao ouvir novamente a mensagem da Restauração do evangelho de Jesus Cristo, ensinaram-me que eu deveria conversar com Deus e saber por mim mesmo se a mensagem era verdadeira.

Aprendi e foi-me prometido que se realmente eu orasse com um coração sincero, com real intenção e com fé em Cristo, o Senhor responderia à minha oração. Comuniquei minha família que iria para meu quarto conversar com Deus. Li novamente a experiência do Profeta Joseph Smith, ajoelhei-me ao lado de minha cama e, como me havia sido ensinado, fiz uma pergunta simples: “Pai Celestial, é verdade?” Naquele exato momento, quando eu ainda era um garotinho, o Espírito Santo tocou meu coração tão profundamente que fui completamente envolvido por um sentimento maravilhoso. Nunca havia experimentado nada igual em toda a minha infância. O Espírito Santo tocou meu coração de tal maneira que me levou às lágrimas. Em minha mente, vieram as inesquecíveis palavras que têm me acompanhado por toda a vida: “João, este é o caminho que conduz à vida eterna, segue-o”.

Anos mais tarde, quando minha mãe servia na Presidência da Sociedade de Socorro do ramo, ficou muito doente, com febre e dores terríveis pelo corpo. Meu pai ficava semanas fora de casa trabalhando para sustentar a família. Uma parede de madeira separava o meu quarto do dela. Certa noite, ouvi uma filha de Deus conversar com seu Pai Celestial com um coração sincero, com real intenção e com fé em Cristo. Pedia saúde para cuidar de sua família e para cumprir seu chamado na Igreja. No dia seguinte, uma manhã fria de inverno, encontrei-a esfregando as roupas no tanque. Aproximando-me dela, disse-lhe: “Mãe, vejo que Deus respondeu à sua oração”. Ela, olhando para mim, relatou: “Filho, enquanto eu orava, senti como se alguém colocasse as mãos sobre minha cabeça, fui aliviada dessa enfermidade que me afligia e estou bem”.

O Élder Boyd K. Packer, ao instruir os Setenta nessa última conferência geral de abril de 2015, relatou que, certa ocasião, recebeu uma ligação com a notícia de que seu filho havia se acidentado. Ao chegar lá, o policial relatou ter ficado impressionado porque a primeira coisa que ouviu de seu filho quando chegou ao local do acidente foi: “Quero falar com meu pai”.

Da mesma forma, fico pensando em quantas vezes durante minha vida, diante de duras provações, tentações, oposição e adversidades, precisei e quis falar com meu pai, meu Pai Celeste e meu Eterno Deus. E assim fazendo, saí vencedor.

Recentemente, tive a oportunidade de conversar com o Bispo Moreira, da Estaca Alegrete, e ele me relatou que, certa vez, ao sair de casa para o trabalho, tudo parecia estar bem, quando de repente sua querida esposa começou a se sentir muito mal, com uma terrível dor de cabeça. Seu filho Morôni, de 4 anos, vendo a aflição de sua mãe, subiu no sofá e, colocando suas mãozinhas sobre a cabeça da mãe, exatamente como já tinha visto seu pai fazer, disse: “Vou te dar uma bênção”. E fechando seus olhinhos em oração, disse: “Papai do Céu, abençoa a mamãe”. Ela ficou comovida com esse gesto do filho, e Deus deve ter ouvido a oração daquele menininho, pois seu mal-estar e suas dores foram diminuindo até que ela voltou a se sentir bem.

“Aconselha-te com o Senhor em tudo que fizeres e Ele dirigir-te-á para o bem” (Alma 37:37). Para o bem em nossos estudos, para o bem em nosso trabalho, para o bem em nossa vida pessoal, para o bem em nossa vida familiar e para o bem em nosso chamado na Igreja. 

Quando servia como bispo na Ala de Salto, a irmã Nancy, que tinha muitas netinhas, veio até mim num domingo, ansiosa para compartilhar uma história. Durante aquela semana, numa noite, ajoelhando-se em oração com suas netinhas antes de dormirem, perguntou quem gostaria de fazer a oração. Beatriz, sua netinha de 2 anos, levantou seu dedinho. Elas ficaram encantadas ao ouvirem a Biazinha em sua oração, ainda sem saber falar direito, pedir: “Pai Celestial, abençoa o Bispo Grahl”. Ao ouvir isso, tomei aquela garotinha em meus braços e abraçando-a, pensei: “Agora sei porque Deus tem me abençoado tanto”. Imaginem, uma garotinha de 2 anos ajoelhada, com seus bracinhos cruzados, pedindo para que Deus abençoasse o seu bispo! Alguém tem alguma dúvida de que essa oração seria respondida? Da mesma forma, podemos todos ser abençoados ao orarmos uns pelos outros, por nossos familiares, nossos líderes e nosso próximo. Em Alma 31:32, lemos: “Ó Senhor, conforta-me a alma e faze com que eu tenha êxito, assim como os companheiros que estão comigo”.

Presto meu testemunho de que sei, com toda a certeza de minha alma, que Deus, nosso Pai Celestial vive, que somos seus filhos, que Ele nos ama e que orando, conversando reverentemente com Ele com um coração sincero, com real intenção, com fé em Cristo e sendo humildes, tal como ensinado em D&C 112:10, Ele, o Senhor nosso Deus, verdadeiramente nos conduzirá pela mão e responderá a nossas orações.

Em nome de Jesus Cristo. Amém.