Categories: GestãoNotícia

Pesquisa avalia perspectivas de jovens em relação ao Ensino Médio

Por Ana Luiza Basílio, do Centro de Referências em Educação Integral

O que os jovens esperam do Ensino Médio em relação aos estudos e à profissão? Com a intenção de explorar esse universo, o Instituto Unibanco realizou uma pesquisa com 4,7 mil jovens estudantes da rede pública de São Paulo e do Rio de Janeiro. A leitura dos dados, divulgados essa semana, permite refletir sobre o significado que essa etapa escolar tem para com a juventude e suscitar debates sobre os enfrentamentos ainda necessários.

De modo geral, os resultados revelam que o Ensino Médio para esse grupo de estudantes é visto menos como uma oportunidade de desenvolvimento e aprendizagem para o cotidiano e mais como uma transição para o trabalho e para o futuro, com possibilidade de ingresso na universidade.

Leia +: Desvendando o PNE: meta 3 problematiza o papel do Ensino Médio

Alguns dados ancoram a percepção. 78,7% gostariam de fazer um curso técnico ou obter uma qualificação para o mundo do trabalho e 68% dos alunos vão à escola para aprender conteúdos e habilidades para ser um bom profissional. Já em relação à contribuição da escola, 36,2% dizem que ela contribui para aprender e aumentar repertório; 29,6% para ter um trabalho melhor e 19,3% para pensar/ter/planejar o futuro. Pouco mais de um quinta dos jovens (22,2%) já perderam o ano por desistir de assistir aulas.

Na visão do superintendente do Instituto Unibanco, Ricardo Henriques, a etapa escolar ainda não cumpre o seu principal papel de dialogar com as aprendizagens que os jovens precisam vivenciar para sociedade contemporânea, em termos cognitivos e socioemocionais, e estabelecer vínculos com suas expectativas e visões de futuro. Para tanto, reforça a necessidade de mudanças que viabilizem processos mais qualitativos ao período.

Em comunicado oficial do Instituto, Henriques faz algumas defesas: “por disciplinas menos conteudísticas para que os estudantes não fiquem fechados em uma escola desconectada do mundo exterior; por caminhos possíveis para os jovens fazerem suas escolhas de acordo com suas vocações e interesses; e uma reforma no currículo escolar para que o jovem se interesse pela escola e não a abandone”, enumera.

Redação

Redação

Recent Posts

Choques políticos em série refletem bagunça institucional, por Antonio Machado

O chamado ativismo judicial provoca rusgas institucionais desde o tempo do mensalão, antecedendo os ataques…

15 horas ago

Lei de Alienação Parental: revogar ou não revogar, eis a questão

Denúncias de alienação descredibilizam acusações de violência contra menores e podem expor a criança aos…

16 horas ago

Papa Francisco recebe Dilma Rousseff no Vaticano

Os dois conversaram sobre o combate à desigualdade e à fome. Para Dilma, o papa…

19 horas ago

Exposição à poluição aumenta o risco de doenças cardíacas em moradores de São Paulo

Os pesquisadores constataram que pessoas que sofrem de hipertensão sofrem ainda mais riscos, especialmente as…

19 horas ago

Vídeo mostra a ação da polícia durante abordagem de Tiago Batan

Caso ganhou repercussão no interior de SP; jovem faleceu após ser baleado na região do…

20 horas ago

Roberto Campos Neto e o terrorismo monetário

É papel do Banco Central administrar as expectativas de mercado, mas o que o presidente…

21 horas ago