Revista diz que sede da Copa de 2006 foi comprada

Jornal GGN – Segundo a revista alemã Der Spiegel, o comitê organizador da Copa do Mundo de 2006, na Alemanha, teria criado um caixa 2 com 10,3 milhões de francos suíços para garantir a escolha do país europeu como sede do torneio.

O caixa 2 teria sido bancado pelo presidente da Adidas na época, Robert Louis-Dreyfus, e o dinheiro teria sido usado para comprar os votos dos quatros representantes asiáticos no comitê executivo da Fifa. Estes quatro representantes votaram para a Alemanha como sede da Copa de 2016, em eleição realizada em julho de 2000. Ainda de acordo com a revista, o presidente do comitê, o ex-jogador Franz Beckenbauer, e o atual presidente da Federação Alemão de Futebol, Wolfgang Niersbach, estavam cientes do esquema.

Da Deutsche Welle

Copa de 2006 pode ter sido comprada, afirma revista alemã

Comitê organizador alemão teria criado caixa 2 com 10,3 milhões de francos suíços, depositados pelo então chefe da Adidas e usados para garantir a escolha da Alemanha como sede, afirma a “Der Spiegel”. DFB nega acusação.

O futebol alemão pode estar diante de um dos maiores escândalos da sua história. Segundo informações da revista Der Spiegel, a Copa do Mundo de 2006 pode ter sido comprada.

A revista informa que o então presidente da Adidas, Robert Louis-Dreyfus, bancou um caixa 2 de 10,3 milhões de francos suíços, o equivalente a 13 milhões de marcos alemães na época, para o comitê responsável pela candidatura alemã.

O presidente do comitê, Franz Beckenbauer, o atual presidente da Federação Alemã de Futebol (DFB), Wolfgang Niersbach, e outros funcionários do alto escalão do futebol alemão sabiam da transação, afirma a revista.

Aparentemente o dinheiro foi usado para comprar os votos dos quatro representantes asiáticos no comitê executivo da Fifa, composto por 24 pessoas. Os quatro asiáticos de fato votaram para a Alemanha como sede da Copa, na eleição de julho de 2000. Além disso, o neo-zelandês Charles Dempsey se absteve no último turno da votação, o que deu a vitória para a Alemanha, por 12 votos contra 11.

O dinheiro para o caixa 2 foi emprestado ao comitê por Louis-Dreyfus, como pessoa física, de forma sigilosa, em 6 de julho de 2000. Esse dinheiro não apareceu na contabilidade do comitê que cuidava da candidatura nem, mais tarde, na do comitê organizador.

Porém, cerc a de um ano e meio antes da Copa de 2006, Louis-Dreyfus pediu o dinheiro de volta, então o equivalente a 6,7 milhões de euros. Por isso o comitê organizador, que tinha Beckenbauer como presidente e Niersbach como vice, teve de pensar numa maneira de devolver o empréstimo.

Para devolver o dinheiro, eles teriam usado a Fifa. A Alemanha bancou uma contribuição de 6,7 milhões de euros para uma cerimônia de gala na abertura da Copa, em Berlim. A cerimônia foi mais tarde cancelada, mas o dinheiro foi transferido para uma conta da Fifa em Genebra e, de lá, para uma conta de Louis-Dreyfus em Zurique, afirma a Der Spiegel.

DFB nega acusação

Em nota, a DFB reconheceu a existência do pagamento de 6,7 milhões de euros para a Fifa em abril de 2005 e que o dinheiro possivelmente não teve o fim a que se destinava. A federação alemã negou, porém, que o dinheiro tivesse alguma relação com a escolha da sede da Copa de 2006, cinco anos antes.

Segundo a DFB, o dinheiro era destinado ao programa cultural da Fifa, que previa a realização de quase 50 projetos relacionados à Copa do Mundo. Não está claro, porém, onde esses recursos foram parar, acrescentou a federação.

A DFB afirmou ainda que está investigando o caso e que avalia exigir de volta o dinheiro pago à Fifa.

A Federação Alemã de Futebol afirmou ainda que, no contexto das acusações de corrupção relacionadas à Fifa, decidiu iniciar uma investigação interna sobre a escolha da sede da Copa de 2006. Segundo a DFB, não foram encontradas irregularidades nem indícios de que votos teriam sido comprados.

A DFB negou que o pagamento à Fifa esteja relacionado com a escolha da sede da Copa do Mundo de 2006.

Redação

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