Ruanda: Uma das maiores crises de refugiados do mundo tem data para acabar, afirma ACNUR

 

Durante o final dos anos 1990, confrontos armados e genocídios provocaram a fuga de mais de 3,5 milhões de pessoas de Ruanda. A maioria retornou ao país, mas muitos ainda vivem como refugiados.

Novo acordo prevê que, até dezembro de 2016, deverá ser normalizada a situação dos ruandeses refugiados que desejarem o repatriamento. Foto: ONU / John Isaac

O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) estabeleceu, nesta sexta-feira (2), um acordo com Ruanda, a União Africana e mais 11 nações do continente para regulamentar a situação dos refugiados ruandeses que fugiram do país entre 1959 e 1998. As negociações definiram prazos para a regularização das populações deslocadas que desejam retornar à nação de origem ou permanecer no local onde foram acolhidas.

“Isso é um farol de esperança que mostra que, mesmo no mundo de hoje, com múltiplos conflitos e deslocamentos crescentes, é possível resolver as situações dos refugiados”, destacou o assistente do Alto Comissariado para Proteção, Volker Türk.

O acordo prevê o fim do estatuto de refugiado para os ruandeses que não precisarem mais de proteção internacional. Até dezembro de 2016, deverá ser normalizada a situação dos deslocados que desejarem o repatriamento. Para os que quiserem ficar no país de asilo, serão buscadas alternativas legais até o final de 2017. Em junho de 2013, o ACNUR já havia recomendado que o refúgio poderia ser suspenso para os ruandeses que tivessem saído do país antes de 31 de dezembro de 1998.

Durante o final da década de 1990, confrontos armados e genocídios provocaram a fuga de mais de 3,5 milhões de pessoas de Ruanda. A maioria retornou ao país mais tarde, mas muitos ainda vivem nas nações que os acolheram, como a República Democrática do Congo, onde estima-se que vivam cerca de 250 mil ruandeses. “Os países africanos estabeleceram um exemplo para o mundo, olhando para a integração local como uma possibilidade real para dezenas de milhares de antigos refugiados”, ressaltou Türk.

Redação

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