Sobre as contraindicações do piti

Breve conversa informal com um atilado repórter brasiliense

Repórter – É a mesma história de Pasadena: ela cria as próprias crises! Estamos em 5 de janeiro… não tem ninguém pensando realisticamente sobre as coisas. Ela deveria ter deixado quieto a história, dentro de 15 dias o foco muda, ninguém se lembraria daquilo mais. Mas não, ela tem que mandar o cara ficar de joelhos em praça pública e assinar uma nota que desmente o que ele tinha dito na primeira entrevista! terrível

LN -E não tem ninguém da assessoria para dizer que ela está errada. Todo mundo concorda para não levar bronca

Repórter – exatamente. se deixar ela solta, o governo viverá em crise. os jornais, claro, vão aproveitar

LN – Evidente

Repórter – neste caso, Nelson foi ingênuo. Falou sem ter combinado antes. Mas, porra, que governo chato: TUDO precisa ser combinado com ela antes. Por isso o governo não respira. Estou aqui no dia a dia da política econômica e há 4 anos que a história é essa: parece não ter notícia, porque ninguém fala nada, o governo fica parado a espera de uma reunião com ela.

LN – Esse estilo inibe qualquer ação proativa. Ficam todos reféns do silencio

Repórter – com Lula, onde podia ter uma série de problemas, ao menos os ministros apareciam a todo instante. Davam entrevistas, testavam ideias e Lula governava a partir desse embate público, tudo combinado. Com Dilma não. Só aparece ela e, por quatro anos, Mantega, que pensa igual a ela e, em parte, foi submisso. Foram quatro anos de Dilma e Mantega o tempo todo. Isso gerou o enorme desgaste dos dois. Pior para ela.

Por André Araújo

Os grandes estadistas comandantes de largos processos historicos como Churchill, Roosevelt, De Gasperi, Vargas, Cardenas, Adenauer, lideravam EQUIPES e seu metodo, mais ou menos igual em todos, era coordenar essas equipes para um fim determinado. Ninguem governa sozinho um grande Pais, depende de equipes de execução. Prestigiar essas equipes é um ingrediente essencial para governar. Correções e reprimentas devem ser sempre feitas a portas fechadas para não desgastar a equipe, o desgaste a torna fragil e menos eficiente e ao fim esse desgaste se reflete sobre o chefe

Vargas era perito em mover peças do tabuleiro sem o minimo atrito, jamais deu piti, movia e removia auxiliares com o minimo de ruido, era frio como um enguia de aguas profundas. De Gaulle enguliu Giraud, imposto por Roosevelt, tirou uma foto dando as mãos para ele, tres dias depois Giraud sumia da Historia. Se De Gaulle tivesse um piti teria ele desaparecido da Historia, ele sabia que Roosevelt estava errado mas não poia desafiar Roosevelt naquele momento.

O problema com governantes que tem pitis é que os auxiliares passam a ser especialistas em agradar a chefe e não no tema que lhes é confiado. Falam aquilo que eles sabem que a chefe gosta de ouvir. A equipe perde qualquer resquicio de logica operacional, todos são aulicos para advinhar os humores da chefe. A vontade da chefe prevalece e o auxiliar se anula, derrete seu curriculo, queima sua imagem, acaba com sua personalidade. Mantega é a prova viva.

O desgaste de Nelson Barbosa é ruim para sua autoridade MAS é muito pior para a credibilidade da Presidente.

Mandou um sinal ao mundo empresarial e financeiro de que a nova equipe NÃO vai ter autoridade.

É ruim para o Brasil e muito ruim para a Presidente que com isso perde CREDITO. Uns reais a mais ou a menos no salario minimo não vale esse preço.

Luis Nassif

Luis Nassif

View Comments

  • Enfim, Dilma está competindo

    Enfim, Dilma está competindo com Figueiredo para ver qual é o presidente mais inapto para o cargo. 

  • Puxa vida !

    Puxa vida!

    Vivendo e aprendendo - pensei que tivesse votado na Dilma mas quem manda é o Levy e Barbosa?

    Seguinte quem manda é a Dilma - e assim deve ser,PÔ!!!

    Pedro Luiz Moreira Lima

    PS - o repórter é cheio de não me toques digno de menininha do sion!

  • O Luciano esclarece melhor o

    O Luciano esclarece melhor o que realmente aconteceu.

     

     

    Luciano Martins Costa

    >>Para que esclarecer?
    >>Entrevistas apressadas

    Luciano Martins Costa | Programa nº 2514 | 05/01/2015

     

    Para que esclarecer?

    A imprensa ainda explora o desencontro entre o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, e a presidente da República, ocorrido no sábado, quando o ministro foi obrigado a desmentir declaração que havia feito na véspera sobre possíveis mudanças nas regras de reajuste do salário mínimo.

    A sequência do noticiário, nesta segunda-feira (5/1), coloca em contexto mais claro o suposto desentendimento, mas alguns colunistas aproveitam para levantar dúvidas sobre a autonomia dos ministros da área econômica.

    Notas e frases esparsas garimpadas nos principais jornais de circulação nacional ajudam a esclarecer o episódio, que é interpretado por analistas como uma demonstração de autoritarismo da presidente e um teste para a autoridade dos novos ministros.

    Passado o final de semana, o leitor que acompanhou o assunto ficou sabendo que o ministro Barbosa, assediado por jornalistas ávidos por notícias no deserto em que se transforma Brasília nos feriados, comentou na sexta-feira (2/1) que seria preciso uma nova fórmula para o reajuste do salário mínimo.

    A declaração, reproduzida em meio a interpretações variadas da imprensa, tinha potencial para gerar uma crise com dirigentes sindicais, e a presidente recomendou ao ministro que esclarecesse a questão.

    Barbosa, então, se viu obrigado a declarar formalmente que os reajustes do salário mínimo continuarão sendo baseados na correção pela variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do ano anterior e o crescimento do Produto Interno Bruto nos dois anos anteriores.

    Esclarecimentos adicionais colhidos em outras notícias sobre a situação do País permitem observar que a preocupação manifestada pelo ministro do Planejamento tem origem em um aspecto específico da economia nacional: há uma necessidade crescente de seguir reforçando o poder de compra do salário e ao mesmo tempo melhorar as condições operacionais das pequenas empresas, responsáveis pela expansão da oferta de empregos.

    Assim, pode-se depreender que a resposta apressada do ministro do Planejamento a uma pergunta afoita dos repórteres foi retirada do contexto e amplificada pelos jornais, como uma declaração fora de sintonia.

    E a necessidade de esclarecer a questão é interpretada como uma ação autoritária da presidente, seguida de uma atitude submissa do ministro.

    Entrevistas apressadas

    Para o governo, a lição a ser tirada do episódio é que ministro nenhum deve dar entrevistas de improviso, apenas para atender a carência de pautas da imprensa.

    Para que a relação entre autoridades e jornalistas seja preservada naquilo que interessa à sociedade, questões com potencial para gerar ambiguidade devem ser tratadas formalmente, em encontros organizados nas condições adequadas, para que sejam reduzidos os potenciais de mal-entendidos.

    Embora estes dias de festas tenham amenizado as relações entre a mídia tradicional e o governo federal, não se pode ignorar o fato de que há um permanente clima de mal-estar entre a imprensa e o grupo político que foi reconduzido ao poder central.

    Portanto, tudo que qualquer representante do governo disser, com potencial para produzir comentários negativos, será explorado negativamente.

    Além disso, a imagem pública da presidente da República, em seu primeiro mandato, ficou marcada pela pecha de autoritarismo, o que determina como centro dos debates o grau de autonomia que ela estará disposta a conceder ao triunvirato que irá conduzir a política econômica.

    O ponto crucial dessa questão é a margem de operações dos ministros em um cenário no qual o poder de compra dos salários precisa ser preservado, como um dos principais recursos para o propósito de reduzir desigualdades e manter a economia aquecida.

    O noticiário especializado não costuma explicar como convivem nas mesmas tabelas os gráficos que mostram a deterioração das condições macroeconômicas e, ao mesmo tempo, a elevada oferta de empregos e a valorização crescente da renda do trabalho.

    Uma reportagem da Folha de S. Paulo (ver aqui), publicada nesta segunda-feira (5), ajuda a entender a economia subterrânea das pequenas empresas e seu alto crescimento.

    Entre essa reportagem isolada e as manchetes de todos os dias forma-se a zona cinzenta que é explorada diariamente pelos jornais, sempre em detrimento dos interesses do trabalho, em oposição aos interesses do capital.

     

    observatoriodaimprensa.com.br/radios/view/gt_gt_para_que_esclarecer_lt_br_gt_gt_gt_entrevistas_apressadas

  • Lamentável

    Infelizmente tenho que concordar plenamente. Falei praticamente a mesma coisa na "roda familiar": a Presidente acabou de queimar o Ministro que ela mesma nomeou há poucos dias, além disso, novamente municiou a mírdia golpista e os especuladores que agem dioturnamente contra seu governo e contra o Brasil.

    • O futuro é incógnito, mas onde o piti se meteu no passado

       


      Athos (segunda-feira, 05/01/2015 às 12:55),


      Início de ano, segunda-feira, 05/01/2015, sem muita história para contar, juntam-se Luis Nassif e Motta Araujo e fazem um bom post para que possamos nos divertir, mas também que nos atemoriza. Diante de uma realidade contada de modo alegre, mas que, no mínimo, deixar-nos estupefato só resta mesmo essa sua indagação em forma de presságio de mau augúrio. Não tão mau assim, pois você se socorreu a Gezuis e o futuro a Deus pertence.


      Há, entretanto, questão mais relevante e que se volta ao passado que é, em princípio, conhecido ou de mais fácil compreensão. Além de matérias para programas humorísticos e para posts divertidos e que não é mau, o que de ruim trouxe no passado os pitis da presidenta Dilma Rousseff?


      Eu venho indagando há um bom tempo o que ocorreu com o PIB brasileiro no terceiro trimestre de 2013. Como leigo lanço essa questão aos nossos economistas. Pode ser, entretanto, que não sejam eles, os economistas, os mais indicados para responder. Talvez Luis Nassif, com o conhecimento jornalístico dele e essa capacidade de conhecer a personalidade da nossa presidenta, e Motta Araujo, com a experiência de quem já foi até capturado no Wikileaks, e com a sapiência adquirida no aprendizado dos perfis dos grandes estadistas de eras passadas, já tenham a resposta e nos poderiam informar que piti provocado pela presidenta Dilma Rousseff teve aquele efeito devastador na recuperação da economia brasileira.


      Clever Mendes de Oliveira


      BH, 05/12/2015

    • Só rindo.....

      Não se preocupe Athos, qualquer  coisa é só chamar o LN e seus comentaristas que o Brasil estará salvo. Ah não deixem de colocar o Rebolla como ministro das comunicações.  

  • Voluntarismo é o que menos

    Voluntarismo é o que menos deveria transparecer deste governo.

    Qdo se esta atolado até o pescoço o minimo que se deseja é que se faça marola...

    Infelizmente parece que não tem jeito, mudar a indole é a coisa mais dificil.

    A imagem de radical extremista é a que mais parece que vai colar.

     

  • A presidente e seu direito de mando

    O cara acaba de entrar em um governo que já tem 4 anos. Na primeira entrevista avisa que  vai mandar uma nova lei para mudar a regra do jogo. Gostaria que você Nassif que por força de sua profissão conviveu e convive com grandes empresários, imaginasse um assessor de um desses grandes empresários, dizendo à imprensa que vai fazer uma grande mudança na empresa sem combinar antes com o dono,o que você pensa que ele faria? A presidente é a grande responsável por tudo de bom ou de ruim que acontecer neste país do ponto de vista econômico e político nos próximos quatro anos, com uma grande torcida contrária, até de gente que deveria apoiá-la, como você por exemplo.  É justo que seus ministros combinem com ela o que pretendem fazer, caso contrário não precisaria de um presidente, os ministros governariam sozinhos. Ninguém chega a presidente de um país como o Brasil, especialmente mulher, sendo bonzinho e legal. Homens tendem a desconsiderar as mulheres que chefiam. É preciso sempre lembrá-los quem manda. A presidente Dilma faz isso muito bem. Ponto para ela. 

  • O problema é o pití ou sua escandalo-fofocalização?

    Oh Maquiavel, meu principe! Como sabes das coisas! E como tantos lhe desconhecem ou ignoram! E outros lhe seguem tão bem, para o melhor e, principe al mente, para o pior!...

    Piti em condução de equipes faz parte. Certamente devem ser entre 4 paredes. Ou o mencionado Eisenhower não segurou e obrigou Patton a recuos e retratações?

    Mas por tudo que li até agora, não consta que a presidentA tenha se comunicado com o ministro através de alguma entrevista coletiva. Ou memorando público. Ou carta a jornal.

    Ela está numa praia na Bahia e não no auditório do Silvio Santos ou no JN. Pelo que sei houve um telefonema para instar o colaborador a esclarecer sua declarações (não deixar dúvidas ou margem para manipulações).

    De que forma ou em que estado emocional, não sei.

    Para saber precisaria ser, por ex. um passarinho esvoaçante, uma pulga na orelha, um assessor (pode até ser um segurança bem pago) a soldo de fofoquitas, ou uma gravação exógena vazada ou solicitada pelo MP, que teria estendido alguma quebra de sigilo do Planalto às praias da Bahia...

    Portanto, notem, ilustres passageiros, que o assunto nem é apenas a "tosse da vaca", mas jogar o ministro contra a presidentA, continuar colando uma imagem ora de chorona, ora de pitiqueira (evidentemente uma desequilibrada, concluiremos em algum momento).

    Com esta míRdia que temos, a agenda de assuntos para este governo NUNCA será positiva. Transformarão qualquer coisa, por mais cuidadosa e sensata que seja, em fofoca, maledicência, intriga, etc. Sempre a pior lasca.

    As redações são formadas por especialistas emmanchetera a parte vazia do copo, ainda que seja uma bordinha...

    E nós, que sabemos que Maquiavel já morreu, damos corda a assunto menores, como se fossem a queda da república.

  • Que chato hein? Mas o problema real para o mundo mortal é água
    Ou a provável indisponibilidade dela na região mais rica do país. Este é problema. O que fazer agora quando já há mostras que as chuvas de verão não poderão fazer milagre algum?Segundo o site da sabesp que mostra o percentual de disponibilidade nos reservatórios, se pego o do dia de ontem como base, o que se poe projetar para o início do período de seca? 

    Data

    Cantareira

    Início período seco

    (após chuvas) data aproximada

    Cantareira

    04/01/2010

    96,7%

    15/04/2010

    99,5%

    04/01/2011

    78,9%

    15/04/2011

    91,7%

    04/01/2012

    67,9%

    15/04/2012

    72,5%

    04/01/2013

    48,7%

    15/04/2013

    63,8%

    04/01/2014

    26,9%

    15/04/2014

    12%

    04/01/2015

    7,1%**

    15/04/2015

    ???

    **Considere que para esta medida há o acréscimo de dois aportes de volume morto, totalizando 28% - sinalizando que de acordo com a forma de contabilizar o volume total, o correto seria dizer que o sistema Cantareira se encontra na data em déficit de -20,9%

     

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