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TECNA, há 40 anos no mercado de engenharia

A Tecna é uma empresa do grupo Isolux Corsán, que opera desde 1974 como empresa de engenharia e construção, tornando-se multinacional a partir da segunda metade dos anos 1990, quando inicia sua expansão pela América do Sul: Bolívia (1998), Brasil e Equador (1999), Perú (2000), Venezuela (2005). Em 2006, foi adquirida pelo grupo Isolux Corsán, o que impulsou sua expansão posterior para a América como um todo, para a Europa, o Oriente Médio e a África: Estados Unidos (2006), Espanha (2007), México (2008), Colômbia (2009), Arábia Saudita (2010), Omã (2011) e Angola (2012).

As atividades econômicas a que a Tecna se dedica são:

1) processamento de gás,

2) tratamento de óleo e água,

3) refino de petróleo,

4) petroquímica,

5) biocombustíveis,

6) geração de energia,

7) usinas nucleares e

8) mineração.

As áreas de engenharia de operação da empresa são:

1) engenharia e consultoria, com mais de um milhão de horas de serviço por ano,

2) plantas modulares, com mais de mil módulos em operação,

3) plantas tipo “turn key” ou chave na mão, com mais de 100 plantas em operação em escala global,

4) gestão de projeto,

5) automação e controle, com 3.500 instalações supervisionadas, mais de 180 projetos de automação e controle, e controle de global de mais de 800 mil sinais de entrada e saída, e

6) operação e manutenção, com mais de 10 anos de operação no Equador e mais de 5 anos na Bolívia.

Seus principais projetos de engenharia até o momento foram:

1) módulos offshore para gás e óleo bruto para Petrobrás (Plataformas P-34, P-58, P-62 e plataforma de Mexilhão) e BPZ (Plataforma de Albacora);

2) estações de compressão para Transierra (Bolívia), TBG e Transportadora Urucú (Brasil), TGI (Colômbia) e Pluspetrol (Argentina);

3) usinas de tratamento de gás para Petrobrás (planta de Sábalo, Bolívia), Repsol (planta de Loma la Lata, Argentina), Total Austral (planta de Carina-Aries, Argentina) e Pan American Energy (Salta, Argentina);

4) recuperação e fracionamento de GLP para Capex (planta de Água del Carrón, Argentina) e Pluspetrol (plantas  EPC1, EPC2 e EPC21 em Perú);

5) unidades de refino de petróleo para YPF (destilarias de Luján de Cuyo y La Plata, Argentina) e Petrobrás (destilaria de Rosario, Argentina);

6) usinas de biocombustíveis para Louis Dreyfus (planta de General Lagos, Argentina), Dynamotive (planta de Guelph, Canadá) e Bioenergy (planta de Meta, Colômbia);

7) serviços de engenharia em usinas nucleares para NASA (usina Atucha II, Argentina), em usinas hidrelétricas para Pampa Energía (planta Loma la Lata, Argentina), e usinas térmicas para Yacimientos Carboníferos Río Túrbio (Usina Río Túrbio, Argentina) e Enarsa (usina de Brigadier López y de Barragán, Argentina).

Possui uma código de ética e de comportamento nos negócios que estatui:

1) cumprir as leis, respeitar a cultura de cada país e manter comportamento de acordo com as melhores práticas e padrões internacionais,

2) rejeitar práticas desonestas e indecorosas, e

3) refletir com transparência a natureza das transações, o funcionamento dos negócios e a emissão dos registros.

Trata-se, pois, de uma empresa de engenharia originalmente argentina, adquirida em 2006 por uma antiga empresa espanhola, a Isolux Corsán, com mais de 80 anos de mercado, a 25ª maior empresa no setor de serviços técnicos de engenharia na Espanha, com ativos registrados de € 2,7 bilhões em 2014. A crise recente da Isolux Corsán, com a redução de vendas da ordem de € 113,5 milhões em 2013 para € 99 milhões em 2014, levou outra multinacional espanhola do setor de serviços de engenharia, a TSK, a propor a aquisição da Tecna, em 2015, dado que a expertise da Tecna em plantas de petróleo e gás em projetos turn key reforçaria a competitividade internacional da TSK. Portanto, trata-se de um ativo de alto valor agregado latino-americano criado cumulativamente em quatro décadas.

De repente, a Tecna Brasil aparece no comunicado do MPF relativo à operação 34ª como tendo efetuado operações que conflitam com a política de ética nos negócios da matriz:

1)      um “contrato ideologicamente falso” com a Integra Offshore Ltda em 2013, pelo qual houve repasse de mais de R$ 6 milhões, sem especificação de direção, se a Integra recebeu recursos da Tecna ou ao contrário, porém a movimentação foi realizada segundo interesses de José Dirceu e de pessoas a ele relacionadas;

2)      contratação, com repasse de mais de R$ 10 milhões, durante “o período dos fatos” com a Credencial Construtora, empresa que já tinha tido relações com José Dirceu para “recebimento de vantagens indevidas”.

O processo “50351335920164047000”, com chave “344090192016”, não é acessível a partir do portal transparência do MPF, em que se informa que “Não existe nenhum documento cadastrado com a chave de validação informada”.

Dessa forma, não se torna possível analisar qualquer tese do MPF apenas com escassos dados e informação truncada. Não obstante, a marca Tecna/Isolux é lançada ao ar sem que se possa averiguar a veracidade da tese de que essa multilatina envolveu-se em atividades ilícitas. Como já disse André Araújo anteriormente, não há cuidado em expor empresas que levaram décadas para se firmar no mercado, gerando valor agregado a partir do qual os rendimentos do Judiciário e da PF são pagos.

Fontes: Tecna Folleto Institucional (http://www.tecna.com/Publications.aspx)

Redação

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