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The Economist defende que Israel ocupe Gaza e apoie novas eleições com ajuda de Biden

Um artigo publicado pelo veículo The Economist, nesta quinta (19), defende que o presidente americano Joe Biden construa uma coalisão de países que darão apoio ao que Israel escolher fazer com Gaza após a ocupação do enclave por seu exército.

The Economist diz que o governo de Netanyahu precisa deixar claro desde já qual é o plano para o futuro de Gaza. O veículo sugere que Tel Aviv anuncie, primeiro, um programa de reconstrução do enclave bombardeado pelas forças israelitas e prometa não impor sanções econômicas a Gaza.

Após a incursão terrestre para combater os terroristas, uma solução política deveria ser colocada a fórceps para os palestinos, com Israel apoiando uma nova constituição e novas eleições para derrubar o Hamas oficialmente do poder.

“Israel precisa de mostrar que a sua luta é contra os terroristas e não contra o povo de Gaza. Deveria prometer um novo começo depois da guerra, com um programa de reconstrução e a promessa de que não estrangulará a economia de Gaza. Deveria apoiar uma nova constituição palestiniana e novos líderes eleitos. Tudo isto seria mais fácil sob um novo governo israelita votado quando a guerra terminasse.”

Por fim, The Economist reconhece que Israel não poderia ocupar o território de Gaza indefinidamente e incita Biden a construir a coligação de países, junto com autoridades globais, para executar eventuais planos de Netanyahu.

“Israel não pode ocupar o enclave permanentemente. Essa ideia foi justamente abandonada em 2005. É, portanto, necessário um compromisso internacional. Como não está claro quem se juntaria a isto, Biden deveria começar a construir uma coligação agora. Quanto mais Israel mostrar ao mundo árabe que leva a sério a proteção dos civis e o planeamento para o dia seguinte, maior será a probabilidade de os líderes árabes desempenharem o seu papel.”

Ainda segundo a revista, a solução política é um caminho para evitar a escalada do conflito armado, com a entrada de outros grupos extremistas financiados pelo Irã em socorro ao Hamas, agora que os Estados Unidos colocaram seus esforços militares a serviço de Israel.

Na visão de The Economist, quem ganha com a guerra armada e a convulsão social no Oriente Médio é o Irã, a China e a Rússia, que teoricamente aumentam sua influência sobre países árabes, e isso os Estados Unidos não podem aceitar.

“Para o Irã, isso parece uma vitória. Durante anos teve uma estratégia de financiar, armar e treinar representantes como o Hamas e o Hezbollah. Calcula que a violência e o caos enfraquecem Israel e desacreditam os governos árabes. Se a visão da América a combater o Hezbollah ao lado de Israel levar a uma ruptura nas relações de Biden com o mundo árabe, um Irã exultante terá construído as bases para o seu próprio domínio regional”, descreveu The Economist.

“A Rússia e a China também estão a ganhar. Há uma percepção no sul global de que esta história complexa é, na verdade, uma história simples de palestinianos oprimidos e colonizadores israelitas. A China e a Rússia explorarão esta caricatura para argumentar que a América está a revelar o seu verdadeiro desprezo pelas pessoas de pele morena em Gaza e a sua hipocrisia em relação aos direitos humanos e aos crimes de guerra – tal como afirmam que o fez ao supostamente provocar uma guerra na Ucrânia”, acrescentou.

Redação

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