O Brasil, desde 2014, tem um herói que ficou conhecido por colocar políticos e empresários na cadeia, algo que era impensável na sociedade brasileira. Dada sua obstinação e contando com a colaboração da grande mídia, foi-lhe concedido um território “juridicamente autônomo” chamado república de Curitiba.
Com os holofotes da imprensa e apoiado por grupos de extrema direita, o juiz resolveu militar contra o estado de direito, perseguindo políticos de esquerda e colocando em risco a nossa democracia.
Depois de realizar sua missão, o heroico juiz deixou o campo de batalha jurídico e foi nomeado ministro de estado de um governo militarizado que ele mesmo ajudou a eleger, graças a sua atuação nada discreta como cabo eleitoral.
Sergio Moro levou para o ministério da justiça a mesma megalomania que lhe era notória na Lava Jato. Não conhecendo limites, atuou novamente de forma absolutista no caso dos hackers que supostamente teriam invadido o seu celular e passado as informações para o site Intercept Brasil. Nesse caso, a atuação do outrora juiz de personalidade controladora, foi de causar inveja ao Leviatã de Hobbes, pois de uma só vez, sendo ministro, agiu como investigador de polícia, procurador e também juiz, achando-se no direito de destruir provas importantes.
Agora, segundo os burburinhos que correm em nossa Pindorama, o ex-juiz resolveu alargar seus horizontes, tendo como sua próxima empreitada ser presidente da república.
Não existe nenhuma novidade nisso, pois é um caminho que ele mesmo havia traçado. O grande problema é que uma democracia não combina com um presidente que gosta de acumular funções de juiz , procurador e delegado de polícia.
A sabedoria dos antigos tem muito a nos ensinar, inclusive, nesse caso. Na Roma antiga, os generais que voltavam vitoriosos das batalhas eram recebidos como grandes heróis. O ritual era de tão alta honraria que havia o risco do militar tornar-se uma ameaça para a democracia. Sendo assim, era colocado ao lado do general um escravo que a cada 500 metros lhe dizia: “Lembra-te que és mortal”.
Moro, “Lembra-te que és mortal”.
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