Partidos devem assumir Ministérios após votação de impeachment

Jornal GGN – O PP, PR e PSD decidiram não assumir nenhum Ministério junto ao governo da presidente Dilma Rousseff, por enquanto. A decisão deve ser anunciada aos filiados nesta semana. A informação é de Ilimar Franco, que na coluna desta terça (05) também analisa os desdobramento em um possível impeachment.
Por Ilimar Franco
De O Globo

O PP, o PR e o PSD acertaram que não assumirão qualquer novo ministério agora. Os dirigentes desses partidos, que já estiveram com o ex-presidente Lula, avaliam que cresce nas bancadas o apoio ao governo. A expectativa é que anunciem sua posição nesta semana. Eles querem ser reconhecidos pelo seu tamanho na reforma ministerial, depois da votação do impeachment. O maior deles é o PP, presidido pelo senador Ciro Nogueira (foto), com 49 deputados.

Mais do mesmo

Lideranças tucanas avaliam que, caso ocorra o impeachment, o melhor é esperar os primeiros passos de Michel Temer à frente da Presidência. Querem observar a formação de seu governo e a reação popular a ele. Em reunião entre senadores e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em São Paulo, na sexta-feira, avaliaram apoiar o eventual governo Temer, mas com o cuidado de não embarcar completamente. Não querem ficar carimbados de apoiadores, caso Temer seja visto como “mais do mesmo”. Sobre a campanha “Nem Dilma, nem Temer”, lançada por lideranças como Marina Silva, dizem que novas eleições não estão no horizonte, e, assim, o discurso é inócuo.

“O PMDB é tão responsável quanto o PT pelo que ocorre. Mas, com a Lava-Jato, a imagem de todos os partidos foi violentamente atingida”

Alvaro Dias (PV), senador, no 7º Congresso Brasileiro de Pesquisa

Sinal amarelo

A UNE fez chegar ao Palácio do Planalto que, já insatisfeita com cortes orçamentários na Educação, está acompanhando com “bastante apreensão” a possibilidade de o PP assumir o ministério da área.

Pressão

O presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo (foto), e o relator do caso Eduardo Cunha, Marcos Rogério, vão se reunir hoje com o juiz Sérgio Moro. Vão pedir agilidade para que quatro testemunhas sob tutela da Justiça, entre elas o lobista Fernando Baiano, sejam liberadas para depoimentos ao conselho. As oitivas podem ocorrer em Curitiba.

Foco na comissão

A presidente Dilma assistiu pela TV, no Planalto, à defesa feita pelo advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, na comissão do impeachment. Estava com aliados, como o líder do governo, José Guimarães. Tentou mostrar entusiasmo.

O impeachment e o golpe

A oposição faz mural nos estados denunciando aqueles que não apoiam o impeachment. Nos dias que antecedem a votação na Câmara, o PT terá inserções, em Brasília, para denunciar o que chama de “golpe” e multiplicará, nas redes sociais, em 6, 8,18, 20 de abril, cinco inserções de 30 segundos diários, somando 2 minutos e 30 segundos por dia.

Agarrado

A saída do ministro Mauro Lopes, da Aviação Civil, é cantada em prosa e verso. Se ela ocorrer, a passagem pela pasta ficará marcada por reuniões políticas. Das 21 agendas oficiais dele, 14 foram encontros com deputados e senadores.

Vetado

A Associação dos Servidores da Antaq entregou carta à Casa Civil em protesto contra a aprovação do ex-senador Luiz Otávio para a diretoria geral da agência. Alegam que ele integra o Conselho Fiscal da Companhia Docas do Rio e que isso é ilegal.

Parlamentares que ficaram meses no Partido da Mulher Brasileira vão à Justiça para que a sigla não engorde sua cota do Fundo Partidário.

 

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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  • Tem razão Mino Carta sobre o

    Tem razão Mino Carta sobre o que sucederá após o resultado da votação desse impeachemnt. A Praça dos Três Poderes, se realmente o resultado se der no domingo, ficará mergulhada de gente de vermelho e amarelo. Vai ter ódio demais por parte dos coxinhas se perderem a parada, mas não creio que será diferente para os petistas, que também já não aguentam mais de tanto apanhar calados.

    Nunca estive tão confiante de que o golpe não passará. Sendo assim, também sinto no fundo uma esperança imensa de que tudo veio para que o Brasil entre nos eixos, sem mais PBDM sugando o poder, e, quem sabe, Deus ilumine Dilma para que ela encontre forças poderosas de todos os lados para saber melhor se conduzir e produzir bons resultados econômicos e políticos para poder prosseguir govenando, se é que governou algum dia no seu segundo mandato.

    Se as Forças Armadas tiverem que agir, que aja, porém sem mais ameaça de ditadura.

    Agora, se ganha o impeachment, aí vamos ter que sofrer demais vendo essa quadrilha de ladrões se apoderando do nosso patrimônio, voltando-se mais uma vez para as classes mais abastadas, e reduzindo os ganhos conquistados a duras penas pela população mais carente. Por um lado, se tal acontecer, até 2018 fica a certeza que a volta de Lula será inevitável, a não ser que o prendam por qualque motivo criado de última hora. O fato é que se Lula realmente tivesse que ser preso, ninguém pode duvidar de que isso já teria acontecido. O problema é que triplex e pedalinhos, como outras invencionices até hoje não colaram, e justiça precisa ter um mínimo de coerência com a Letra da Constituição.

  • se der certo essa nova

    se der certo essa nova coalisão será a maior derrota

    política da turma do temer peemedebisdts...

    ficará perdidinho, sem cargos...

    e essa gente dele não sobrevive politicamente sem cargos em qjalquer governo....

  • Cortina

    Falta um comentário para a seguinte informação do colunista do O Globo:

    "O PP, o PR e o PSD acertaram que não assumirão qualquer novo ministério agora."

    Não duvidem de informação a favor , mesmo que seja do inimigo.

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