O almirante Samuel Locklear, comandante das forças dos EUA no Pacífico, revelou ao jornal Financial Times, que durante uma conversa com um delegado militar chinês (dentro do Diálogo Shangri-La, um fórum de defesa de alto nível) foi revelado que a marinha chinesa havia começado a “corresponder” ao hábito da Marinha dos EUA de enviar navios e aviões para fazer patrulhas ao longo da costa da China.
Segundo a legislação internacional, cada país tem o direito exclusivo dos recursos econômicos dentro de uma zona de 200 milhas náuticas de sua costa, uma zona diferente das águas territoriais de 12 milhas na costa, e com regulamentações diferentes. Os EUA consideram, há mais de meio século, absolutamente normal manter suas bases navais e efetuar o patrulhamento e a coleta de informações militares perto da costa chinesa. Para Washington, o princípio da liberdade de navegação exige que as ZEE sejam mantidas abertas aos navios de guerra estrangeiros, mas a China sempre discordou e há muito tempo critica a prática das missões de vigilância dos EUA, frequentes ao longo da costa chinesa.
O almirante se recusou a confirmar o quão longe os navios militares chineses chegaram. Mas segundo a publicação, o mais provável é que ela tinha estendido seu raio de patrulhas e exercícios para perto da ilha de Guam, sede de uma base naval dos Estados Unidos.
O desacordo entre Pequim e Washington sobre as regras dentro dessas zonas já provocou dois incidentes que abalaram seriamente as relações bilaterais no passado. Em 2001, um avião de caça chinês colidiu com um avião de inteligência dos EUA perto da ilha de Hainan. O piloto chinês perdeu a vida e o avião norte-americano e sua tripulação foram detidos na China. Em 2009, Washington reclamou que os navios chineses assediaram o navio de vigilância norte-americano Impeccable no Mar da China Meridional.
Especialistas militares, ouvidos pelo jornal britânico, disseram que o novo movimento da marinha chinesa poderia sinalizar uma atitude mais relaxada por parte de Pequim para as atividades militares de Washington em seus domínios ou causar tensão adicional em outras partes do Pacífico.
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