Política

Bolsonaro: o hedonista da vagabundagem, por Francisco Calmon

Se alguém chamar o atual presidente de vagabundo, ele não pode reagir, porque para quem ocupa o mais alto cargo de um país em tríplice crise – econômica, social e sanitária, se fosse responsável, não teria tempo nem para cortar o cabelo.

Entretanto, ele exerce o mandato como se estivesse num playground, num parquinho de diversões. Como não está, vai em busca do prazer e deixa o povo à míngua, a economia em marcha lenta a caminho de uma recessão, e faz da política o seu esporte preferido para promover intrigas entre os poderes republicanos, a zorra institucional e a agitação entre seus milicianos e biltres para eventual aventura de insurgência ao pleito eleitoral.

Nesse seu predileto esporte, mente a cada hora, fala asneira todos os dias e não passa uma semana sem ofender jornalistas, membros do judiciário e o povo famélico, com as suas piadas sociopatas e perversidade sádica.

Dado a baixezas e brigas, como no Exército, procura envolver magistrados em bate boca de várzea.

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Sua mitomania já é uma realidade comprovada pelo povo, sua psicopatia por especialistas da área e sua ignorância, que aumenta na mesma velocidade que tenta raciocinar, já não causa espanto, mas nos envergonha como brasileiros.

Suas recentes asneiras:

“A liberdade é mais importante que a vida”.

Ora, pois, pois, sem vida o que é a liberdade?

“Podemos até viver sem oxigênio, jamais sem liberdade”.

Outra idiotice, porque sem oxigênio não se vive mais que algumas horas. Uma sinceridade:

“Eu era feliz na Câmara e não sabia, porque dava para eu ter meus momentos de tranquilidade durante a semana.”

Não fazia nada, vivia isolado, aprovou dois projetos em 27 anos.

Vejamos o sumário dos seus lazares às expensas do erário:

  • 48 dias úteis sem compromissos oficiais; 69 dias úteis apenas com compromissos após o meio dia; tirou 15 folgas, entre férias e feriadões fora de Brasília, enquanto Lula no mesmo período folgou três vezes e Dilma sete. Acrescente as internações hospitalares, trazendo médico de longe para diagnosticar que comeu cabeça de camarão e deu merda;
  • Passeou de jet ski, de lancha, fez pescaria e comeu pastel durante viagens ao litoral. Foi onze vezes no Guarujá-SP, duas no litoral de Santa Catarina e uma em Aratu-BA. Também fez “lanchaciata” no lago Paranoá em Brasília;
  • Visitou o parque Beto Carrero World em Santa Catarina, onde curtiu show de derrapagens, dirigiu um dos veículos do show;
  • Deu caronas aéreas em viagens para eventos não relacionados ao governo, como partidas de futebol; assistiu 15 jogos de futebol nos estádios, foi a jogos amadores, num deles jogou por alguns minutos, os adversários permitiram que fizesse um gol e caiu de barriga ao fazer um cruzamento;
  • Transformou viagens internacionais em viagens familiares, dentre as 26 ocorridas levou em 18 delas, em comitiva oficial, algum filho. Em Nova York comeu pizza na calçada achando engraçado ser barrado de entrar em restaurantes por não estar vacinado;
  • Participou de mais de 30 “motociatas” em estados brasileiros, também em Duha no Qatar e Orlando nos EUA, 20 delas ocorreram neste ano; mais uma marcada para este sábado em Manaus, enquanto um jornalista britânico e um indigenista (responsável por montar equipe de vigilância contra crimes florestais) estão desaparecidos na Amazonia desde 5 de junho, mas ele diz que não há chances de encontrá-los com vida (já sabia?), e mantêm a sua diversão, a “motociata”, indiferente à consternação nacional e internacional que o caso está gerando. E mais: Ele, o vice e demais do governo estão tendo o descaramento de culpar as vítimas, atribuindo a imprudência de irem a um território que o Estado brasileiro não controla e não oferece segurança aos que lá penetram. É o reconhecimento da impotência e subjugação ao crime organizado!
  • Se divertiu e aproveitou férias e feriadões, muitas vezes prolongados, enquanto o Brasil batia recordes em óbitos por covid, enquanto a Bahia estava em crise pelas fortes chuvas que causaram destruição e mortes, enquanto brasileiros passavam dificuldades para sair da Ucrânia durante a invasão russa.

“Se achar que eu não devo sair mais de folga, se eu virar candidato à reeleição, que não vote em mim, aí eu não vou estar mais aqui no hotel.” (referindo-se ao hotel em que estava hospedado em Guarujá no carnaval deste ano).

O escárnio que demonstra com o povo e com o nosso dinheiro causa repulsa, vômito, e indignação a todos que prezam pela dignidade brasileira, e saberão, como as pesquisas estão demonstrando, enxotá-lo já no primeiro turno da eleição.

GGN produz documentário sobre esquemas da ultradireita e a ameaça de golpe eleitoral. Saiba como apoiar

Os lazeres consumiram mais de R$30 milhões pagos com o dinheiro do contribuinte, e esconde a corrupção decretando sigilo dos cartões corporativos.

Enquanto gasta em mordomias, se diverte, provoca jornalistas e ministros do Judiciário, o Brasil está com 12 milhões de trabalhadores desempregados, 33 milhões da população passando fome e 123 milhões estão em situação de insegurança alimentar.

Referindo-se à presidência, um reconhecimento ao confessar:

“Aqui, raro é o domingo em que eu tenho um momento de tranquilidade, mas é passageiro”.

Estamos todos de acordo que a sua permanência será passageira, próximo ano a nação brasileira estará livre, e ele com tempo para vagabundear na prisão.

Aos militares cabe a vergonha de um envolvimento num governo que lhes trouxe a mortalha da ignomínia e escancarou que enquanto vivem de leite condessado, caviar, viagras/próteses penianas, os territórios fronteiriços da Amazônia vivem sob domínio de bandidos.

As Forças Armadas e de segurança vão se revelando covardes! Os comandantes militares da atualidade não honram o verso do hino pátrio: verás que o filho teu não foge à luta.

Se metem onde institucionalmente não lhes cabe, o processo eleitoral, e medram para combater o crime organizado em regiões inóspitas do Brasil.

O genocida do planalto criou a escola da vagabundagem e matriculou políticos e militares nela. O resultado é um país em desordem e retrocesso, com marechais de mentirinha, patentes de papel.

O texto não representa necessariamente a opinião do Jornal GGN. Concorda ou tem ponto de vista diferente? Mande seu artigo para dicasdepauta@jornalggn.com.br.

Francisco Celso Calmon

Coordenador do Canal Pororoca

Ex-Coordenador nacional da Rede Brasil – Memória, Verdade e Justiça.

Francisco Celso Calmon

Francisco Celso Calmon, analista de TI, administrador, advogado, autor dos livros Sequestro Moral - E o PT com isso?; Combates Pela Democracia; coautor em Resistência ao Golpe de 2016 e em Uma Sentença Anunciada – o Processo Lula.

Francisco Celso Calmon

Francisco Celso Calmon, analista de TI, administrador, advogado, autor dos livros Sequestro Moral - E o PT com isso?; Combates Pela Democracia; coautor em Resistência ao Golpe de 2016 e em Uma Sentença Anunciada – o Processo Lula.

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