Contrapondo o negacionismo, Ministérios pedem dinheiro ao governo por continuidade da pandemia

Jornal GGN – O ano de 2021 já começou e o Orçamento ainda não foi discutido e o governo e parlamentares estudam colocar em prática o “Orçamento de guerra” – gastos alternativos que excedem as regras fiscais protegidas de Paulo Guedes para enfrentar a pandemia. Ministérios vêm pedindo à Economia esses montantes a mais.

As pastas pedem recursos para atuações simples, que não estavam contempladas no Orçamento do governo. Segundo reportagem da Folha, estes gastos somam R$ 5,65 bilhões, em pedidos do Ministério da Saúde e do Desenvolvimento Regional (MDR).

Enquanto a primeira solicita gastos diretos relacionados à Covid-19, a segunda pasta precisa dos recursos para enfrentar situações de calamidade, com as chuvas intensas que desalojaram a população. A pasta de Rogério Marinho pede R$ 450 milhões para assistência a vítimas e reconstrução de infraestrutura, como pontes e bueiros, e para operações de carros-pipa no Nordeste, segundo o jornal.

Isso porque para essas ações simples de atuação do Ministério do Desenvolvimento Regional, a equipe econômica não havia separado recursos do Orçamento 2021. Apesar de a pasta já prever gastos de este tipo, com calamidade, os montantes não eram suficientes.

“Cerca de 100 municípios de 16 estados estão com reconhecimento federal de situação de emergência ou calamidade pública. Os prejuízos estimados com os desastres alcançam R$ 1,7 bilhão. Os recursos do MDR são fundamentais para apoiar as localidades afetadas”, escreveu a pasta, em nota.

E, ao contrário do que divulga incisivamente Jair Bolsonaro, de que a pandemia vem diminuindo ou de que o coronavírus acabou, o Ministério da Saúde pediu recursos extras para 6 meses mais de pandemia.

No pedido à equipe econômica, a pasta de Pazuello falou em “persistência” da doença da Covid-19, com aumento de casos e mortes, e pressão sobre o Sistema Único de Saúde (SUS), ainda com as funções das campanhas de vacinação.

Também na contramão do que vem dizendo Jair Bolsonaro, que nega que houve a lotação de leitos no país, Pazuello pede R$ 5,2 bilhões somente para leitos de UTI, pagamento de médicos e profissionais residentes, testes de diagnóstico, equipes de saúde indígena, entre outras despesas.

“Para fazer frente aos gastos necessários, não é possível utilizar os recursos previstos no Projeto de Lei de Orçamento Anual, os quais já encontram-se comprometidos até o final do exercício”, trouxe o Ministério da Saúde, segundo a Folha de S.Paulo.

Redação

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