Críticas a Bolsonaro na pandemia pressionam por impeachment

Jornal GGN – Em meio às críticas e pressão sobre o enfrentamento do coronavírus por Jair Bolsonaro, autores de denúncias de impeachment já ingressados no Congresso vêm cobrando o atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a dar início ao processo de derrubada do mandatário brasileiro.

Desde a última semana, com a sequência de falhas de logística do Ministério da Saúde e as críticas do presidente à vacina Coronavac, que não cessaram mesmo após a aprovação da Anvisa, o impeachment esteve entre os assuntos mais comentados nas redes sociais, atingindo trending topic do país no Twitter e no ranking de mais buscados do Google.

Ainda, como o GGN mostrou, somente no último domingo (17), Jair Bolsonaro perdeu popularidade nas redes, enquanto o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), ganhou.

Nessa crise política e de imagem do mandatário, enquanto que 61 processos de impeachment já ingressados no Congresso não obtinham a resposta positiva para iniciar a denúncia por crime de responsabilidade contra Bolsonaro, ainda que com fundamentos, os autores destes processos voltaram a pressionar Maia, para que ele ou seu sucessor abra espaço para a derrubada do presidente.

Conforme mostrou Rubens Valente, em coluna para o Uol, dos 61 pedidos de impeachmento, 21 têm como foco o comportamento de Bolsonaro durante a pandemia do novo coronavírus.

De acordo com Alessandro Molon, líder do PSB na Câmara, que já protocolou dois processos, Maia não abriu o impeachment contra Bolsonaro pela “compreensão de que isso geraria instabilidade no país”, atendendo a uma pressão dos setores econômicos, mas que, segundo ele, é um cenário que está “mudando”.

“A situação dramática pela qual passa o Amazonas funciona um pouco como uma antecipação do que pode ocorrer no restante do país. Na minha opinião, foi uma compreensão equivocada [de Maia]. Não há nada que provoque mais instabilidade no Brasil do que a permanência de Bolsonaro na Presidência”, afirmou ao colunista.

Autor de um dos pedidos assinado por 66 intelectuais, ativistas e artistas, entre eles Chico Buarque, Olivia Byington e Lucélia Santos, João Pedro Stedile, do MST, e Sonia Guajajara, o advogado Mauro Menezes disse que tem “esperança” de que ainda neste ano o impeachment poderá ser aberto.

“Tenho, sim, esperança de que seja ainda no mandato de Maia ou no próximo, o surgimento das condições de tomada de consciência da sociedade, da opinião pública, acerca da gravidade dos atos do presidente, e que isso leve à abertura do processo”, disse, ao jornal.

 

Redação

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