Nassif:
Vou dar o meu pitaco sobre o debate de hoje.
Finalmente a população teve a oportunidade de assistir a um embate de idéias, ocasião em que os dois principais candidatos, DRousseff e JSerra, “se enfrentaram” 24 vezes, apesar das diversas mediações- fato que entendo como prejudicial para uma correta visibilidade sobre quem é quem.
Plínio Arruda Sampaio, do PSOL, apresentou uma proposta de busca aguda pela igualdade social, um projeto de governo bastante diferenciado dos demais, incoerente com a realidade.
Marina Silva, do PV, me pareceu muito à vontade do início ao fim, foi objetiva em suas intervenções e, salvo engano, foi a única a dirigir perguntas aos tres candidatos. O seu ponto alto, no meu entendimento, deu-se ao afirmar que a questão do meio ambiente começa no saneamento básico, ou seja, começa com o bem estar das pessoas, ponto de vista que sempre defendi em diversas discussões aqui no blog. MSilva fez a melhor apresentação da noite.
JSerra, do PSDB, apesar de experiente em debates, esqueceu de cumprimentar os outros tres na apresentação inicial. Na primeira intervenção, sobre educação, saúde e segurança, demonstrou notável coerência, ao afirmar que saúde e segurança são assuntos prá hoje e educação é para o futuro, que a Deus pertence. Mais adiante, foi corretamente identificado por PASampaio como amigo dos empresários e latifundiários, algo que certamente não esperava. No embate com DRousseff fez boa apresentação para uma audiência sabidamente pouco informada, demonstrando ter treinado bastante para a ocasião. Soube aproveitar-se do tempo reduzido para respostas e da falta de síntese da candidata, fazendo perguntas difíceis de serem adequadamente resumidas em dois minutos; se DRousseff dispusesse de mais tempo, iria atropelá-lo, o caso da indústria naval, do loteamento de cargos em estatais.
Ao final, “apelou prá valer”, o único dos quatro a cometer esta bobagem, primeiramente ao informar ao país que gosta da filha, e dali emendou de trivela na emoção ao tentar passar a imagem de homem simples, que deve tudo ao pai – tenho dúvidas quanto a este tipo de apelo nos dias de hoje, mas posso estar enganado. Se JSerra dependesse deste debate para vencer a eleição, acredito que estria em maus lençóis.
DRousseff, pela primeira vez experimentando aquela situação, me pareceu tensa no início, ao ponto de medir as palavras, talvez por estar consciente da responsabilidade que carrega, a de candidata indicada por Lula. Como você já salientou em um dos posts, poder de síntese, ou melhor, extra-síntese, não é a especialidade dela. Com o passar do tempo, mais à vontade, deixou clara a marca de administradora eficiente, com conhecimento amplo e natural sobre todas as questões abordadas.
Acredito que debates como este, a menos que ocorra um erro grosseiro por parte de um determinado candidato, não terão a capacidade de alterar a preferência daqueles que já têm opinião formada sobre em quem votar; como daqui a pouco Lula entra em cena no programa eleitoral, quando então testemunharemos um inédito efeito de transferência de votos, com a maioria dos que ainda estão em dúvida optando por DRousseff.
Como reconheço que esta minha opinião e o nada podem ter um mesmo significado, me resta ler o ponto de vista de outros colegas e aguardar o resultado das próximas pesquisas de opinião.
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