Ernesto Araújo anuncia parceria com EUA “por uma ordem internacional diferente”

No primeiro dia de atividades como Ministro das Relações Exterior, chanceler se encontrou com secretário de Estado norte-americano
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Jornal GGN – O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, disse que o Brasil e os Estados Unidos iniciam uma nova etapa nas relações bilaterais.
A declaração foi feita nesta quarta-feira (02), logo após seu primeiro encontro com um representante dos EUA, como chanceler, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo.
“Trocamos ideias sobre nossa visão de mundo, de como trabalhar juntos pelo bem, por uma ordem internacional diferente, que corresponda aos valores dos nossos povos”.
Ainda, segundo o ministro, a “nova relação” com os EUA é uma consequência desse “realinhamento interno do Brasil e com outros países igualmente”.
Pompeo também falou com a imprensa, destacando que o presidente Donald Trump quer estreitar laços com o governo Bolsonaro em diversas áreas: “Às vezes é difícil para americanos fazerem negócios no Brasil e, às vezes, é difícil para brasileiros fazerem negócios nos Estados Unidos também”, disse o representante daquele país enviado para assistir a posse de novo presidente brasileiro.
Ernesto Araújo disse ter certeza de que a “nova fase” das relações exteriores entre os dois países “será muito produtiva”:
“Uma etapa que criará instrumentos concretos, que vão ajudar nossa economia, a gerar empregos, novas oportunidades de negócios, novas iniciativas em todas as áreas”, prometeu.
O chanceler foi perguntado sobre um eventual conflito entre os interesses comerciais, respondendo que o país não tem esse problema, arrematando:
“O Brasil tem que se colocar como um país grande. Um país grande precisa, ao mesmo tempo, trabalhar no mundo em favor de seus valores e trabalhar pelo crescimento econômico, fazer negócios e gerar oportunidades comerciais.”
O governo Bolsonaro reafirmou, por exemplo, que irá transferir a embaixada do Brasil em Israel, hoje em Tel Aviv, para Jerusalém. A ação é analisada por especialista em relações exteriores e em mercado como um risco às relações comerciais com os países árabes, 5º principal destino dos produtos brasileiros. Eles compraram US$ 10 bilhões do país, entre janeiro e setembro do ano passado, segundo dados do Sistema Integrado de Comércio Exterior Brasileiro (Siscomex).
Araújo foi indicado pelo filósofo de extrema-direita Olavo de Carvalho e é um crítico do “marxismo cultural” e da globalização, que chama de “globalismo”.
Em um artigo que será publicado na edição de janeiro da revista americana The News Criterion, o chanceler brasileiro escreveu que “Deus está de volta” no Brasil e que a sua providência “uniu as ideias de Olavo de Carvalho à determinação e ao patriotismo de Jair Bolsonaro”.
Ele ainda declarou que Olavo, Bolsonaro e a Operação Lava Jato foram responsáveis por salvar o Brasil do “marxismo cultural”.
Em 2017, o chanceler foi autor de outro artigo, de 36 páginas, que circulou nas redes sociais logo após ser anunciado para compor a equipe de Bolsonaro. No texto, intitulado Trump e o Ocidente, elogia o presidente norte-americano como uma espécie de salvador da identidade do Ocidente no mundo moderno.
“Trump propõe uma visão do Ocidente não baseada no capitalismo e na democracia liberal, mas na recuperação do passado simbólico, da história e da cultura das nações ocidentais”, escreveu.
Em outro texto, publicado em seu blog, explicou: “Parte importante do projeto globalista é transferir poder econômico do Ocidente para o regime chinês; parte fundamental do projeto de Trump é interromper esse processo, o que já está ocorrendo”.
Redação

Redação

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  • Sério? Tá errado

    Lamentável. O alinhamento deve ser com a Venezuela, Nicarágua e todas as Guianas, num abraço de doentes.

    • Mulambento desprezando países do terceiro mundo

      Mesmo neste conceituado blog sempre aparece um mulambento (conceito do vice jumento Mourão) para defender a subordinação deste país de merda (conceito do facínora Trump) em favor do império .

  • Agora que o Trump perdeu a

    Agora que o Trump perdeu a maioria na Câmara dos Deputados americana seu processo de impeachment se torna cada dia mais provável. Mesmo entre os Republicanos há muita insatisfação com as políticas do presidente americano. Pelo visto a patriotada brasileira chegará no fim da festa do governo Trump.

     

  • "Inteligência"
    Pelo visto a "inteligência" ressuscitada pelo general Heleno, "derretida" pela Dilma, sentou praça entre os neo-comentadores do GGN.

    • É impressionante.
      De 2008 a
      É impressionante.

      De 2008 a 2014 partiu da União a iniciativa de aprimorar ossetrores de inteligência e integrar as várias agências de segurança, GGIs (Gabinetes de Gestão Integrada). O Centro de Comando e Controle do Rio de Janeiro, por exemplo, foi feito com bastante dinheiro federal.

      O que esses neuróticos de guerra fria chamam de "inteligência é pura arapongagem.

  • A nova parceria vai ser do

    A nova parceria vai ser do tipo "erótica". O Brasil baixa as calças e fica de quatro... Enquanto isso os EUA... Bom, você já entendeu...

  • Se se confirmar a política

    Se se confirmar a política externa anunciada (e algumas declarações da área econômica e outros setores do governo), o Brasil terá sérios problemas econômicos.

     

    1) Como destacado na matéria, problemas com exportações para países árabes e com o Ira;

     

    2) Risco para as exportações do produtos industriais para o mercosul (principalmente a indústria automobilística);

     

    3) Enfraquecimento das relações econômicas com os RICS;

     

    4) Risco das exportações para a UE (este em decorrência da política ambiental).

     

    5) Os EUA são rivais, e não parceiros, do Brasil no agronegócio. Se houver um acordo EUA / China, a soja e outros produtos serão afetados;

     

    6) A política de Trump visa o fortalecimento da economia doméstica dos EUA; não haverá disposição para aumentar importações do Brasil;

     

    7) O que podemos esperar dos EUA é a compra de nossos ativos (tipo EMBRAER, que já foi); se essa venda será acompanhada de investimentos nas empresas alienadas é duvidoso, em virtude da orientação da política econômica dos EUA.

     

    Há fortes suspeitas no mercado que o câmbio está num nível insustentável, e boatos que o Paulo Guedes quer vender reservas cambiais.

     

    Os dados sobre a economia internacional são preocupantes, principalmente em relação à China e aos EUA (vejam, a respeito, o artigo https://jornalggn.com.br/noticia/o-voo-de-icaro-da-economia-norte-americana-por-eleuterio-prado

     

    que reúne opiniões de economistas ortodoxos).

     

    Sobre a China, há indicações de que o setor manufatureiro está se contraindo. Ademais, tudo indica que a China irá priorizar, a qualquer custo, suas relações com a Ásia e a Eurásia. E, se for possível, um acordo com os EUA.

     

    O Brasil caminha a passos largos para se tornar uma economia de terceira linha do ponto de vista internacional.

     

  • O Ernesto deve ter se

    O Ernesto deve ter se ins(pirado) no faroeste americano ao falar do passado simbólico.  Quanto à China, deve estar confundindo mal com Mao.

  • Os gringos entram com a rola

    Os gringos entram com a rola e os machos do governo Bolsonaro ficam de quatro oferecendo suas bundas. No meu tempo isso era chamado de veadagem e não parceria.

  • A bem da verdade.....

    Se o "sinistro das refeições exteriores" fosse sincero, pararia com essa bobagem de "relações bilaterais".......tem isso não....é "relações unilaterais" mesmo.....é so pro lado dos USA...nos entramos com a galinha frita, a polenta,cerveja,goiabada com queijo e cafezinho... os outros trazem só a vontade de comer.....se isso é "relações bilaterais".......

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