Nakano diz que é preciso mudar câmbio, juros e política fiscal para conter desindustrialização

Sugerido por Gunter Zibell – SP

Do Estadão

Nakano defende saída da atual matriz macroeconômica

Francisco Carlos de Assis 

O estancamento do processo em curso de desindustrialização pelo qual passa o Brasil só será desmontado a partir da implementação de reformas que desarmem o “trio mortal” composto por câmbio valorizado, juros altos e política fiscal descontrolada, disse o economista Yoshiaki Nakano, diretor da Escola de Economia em São Paulo (EESP) da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Para Nakano, está claro que o processo de desindustrialização não é um fenômeno exclusivo do Brasil; ocorre também nas economias avançadas. Segundo ele, nas economias avançadas a perda de dinâmica da indústria se dá em um ambiente de renda per capita alta. Ali, disse, o processo ocorre ao tempo em que os serviços tecnológicos ganham maior participação no crescimento. No Brasil, de acordo com ele, o processo é diferente, os serviços que crescem mais são os pessoais, com pouca força para gerar empregos.

“Nos países emergentes há um descompasso grande entre serviços e indústria. Uma série de serviços passam a ser feitos fora da indústria. No Brasil, os serviços não têm o mesmo dinamismo da indústria. Temos de entender isso”, disse Nakano, na abertura do seminário Indústria e Desenvolvimento Produtivo do Brasil, que a EESP e o Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), também da FGV, organizam nesta segunda-feira, 26, e na terça-feira, 27, em São Paulo.

Para ele, faltam estratégias para inserir a indústria brasileira nas cadeias globais de produção.”Isso se dá por falta de liderança política. Não vou dizer que as políticas industriais e de inovação (no Brasil) foram um fracasso. Mas não têm dado resultado”, criticou Nakano.

Ainda de acordo com o economista, o Brasil teve uma grande oportunidade de criar um mercado de massa que desse dinamismo à indústria. “Mas aqui temos o trio mortal. Temos de desmontar esse trio mortal começando pela redução da taxa de juros, que é uma herança do tempo inflacionário, das taxas overnight. Temos todo o sistema financeiro atrelado à taxa de juros diária”, avaliou Nakano, acrescentando que essa política de juros desestimula os investimentos das empresas na produção industrial.

A consequência disso, segundo o diretor da EESP, é a baixa taxa de investimento registrada no Brasil, atualmente de 18% do PIB e com riscos de ser diminuída. “Enquanto isso, os países emergentes estão investindo 30% do PIB. Como crescer deste jeito sem sair dessa matriz macroeconômica?”, questionou Nakano.

Redação

Redação

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  • Quem banca?

    O problema é quem vai mudar essa política que beneficia o rentismo?

    O governo atual está com os juros mais baixos da história das últimas décadas, diminuiu mais ainda do que o atual e foi um bombardeio terrível.

    Com o câmbio se dá o mesmo. A política cambial adequada ao desenvolvimento é exatamente aquela que se confronta com as forças conjunturais que contribuem para o baixo crescimento e, simultaneamente, se opõe às forças estruturais que promovem o atraso.

    Politica fiscal séria só a partir da elevação dos juros sobre renda e patrimômnio.

    Quem banca?

    • Assis, mais uma vez você foi direto ao ponto!

      Quem terá coragem de quebrar a logica rentista/financista atual:

      - na tal "oposição política"? De lá vem vento forte para voltar á situação anterior a Lula, onde juros altíssimos e cambio muito valorizado faziam a fortuna dos A. Fraga da vida. Portanto pode esquecer.

      - no governo atual? Só se lembrar da inversão recente da ação de BACEN e Ministério da Fazenda já mostra que das equipes atuais não virá nada.

      Acho que o Nakano, como sempre muito preciso, mostra o caminho: política fiscal muito firme, 1 - por necessidade técnica, 2 - para calar os críticos (a logica rentista/financista adora um arrocho fiscal).

      • Nassif, Margot, Lionel

        Gostaria de corrigir o último parágrafo

        De:

        "Politica fiscal séria só a partir da elevação dos juros sobre renda e patrimômnio."

        Politica fiscal séria só a partir da elevação dos impostos sobre renda e patrimônio.

        • Nem precisava, estava claro,

          mas não corrijo os colegas por que sou fonte muito pior de erros de grafias e outros.

          Mas já que escreveu e eu comento, eu sou testemunho de como a tributação do trabalho é muito mais, mas muito mais mesmo, alta que a das rendas de capital e do patrimônio.

          Trabalhei 35 anos na iniciativa privada sendo assalariado do quartil superior. Quando me cansei dos donos das empresas onde trabalhei, como fui melhor investidor que executivo, consegui para de trabalhar para viver de rendas de capital.

          Só nesta mudança minha tributação sobre a renda total caiu praticamente pela metade, de 26% para 13% arredondando.

          Mas quando minha esposa herdou do pai bens diversos, vi estarrecido que a tributação sobre troca de propriedade de patrimônio foi de 4% (estamos no estado de SP). Ou seja menos de 1/6 da tributação do trabalho e menos de 1/3 da tributação do capital.

          Isso define a "qualidade" da nossa sociedade, uma república monárquica, cuja "aristocracia" faria sucesso na corte de Luís XVI e Maria Antonieta.

    • Aumentar carga tributária p/jogar na lata do lixo?

      Politica fiscal séria só a partir da elevação dos juros sobre renda e patrimônio.

      Onde você colocou juros estou interpretando como tributação.

      Tradução, nosso Estado não tem como reduzir disperdício e ser mais eficiente nos gastos públicos. O que se quer é aumentar a tributação para que o governo retire mais recursos do setor privado (incluindo cidadãos) e jogue mais dinheiro na lata do lixo. Não há redução de juros ou aumento de investimento possíveis no Brasil enquanto o nível de gastos do governo foi elevadíssimo e de eficiência absolutamente duvidosa. No caso brasileiro não há relação clara entre proporção de investimentos no PIB e carga tributária. Aliás, há sim, mas é negativa, se você aumenta muito a arrecadação apenas para sustentar custeio, o investimento privado despenca e o público não compensa a diferença.

      Falar em rentismo hoje em dia é uma monumental bobagem. Qualquer cidadão ou empresa tem de deixar parada uma carga de recursos absurda no sistema financeiro p/mal empatar com a inflação após descontado o IR. Comparar nossa situação atual com overnight é evidente má-fé intelectual. O disperdício de recursos no plano federal é imenso. Se for falar do nível local então, é brincadeira, a imensa maioria dos Municípios são máquinas de roubo e ineficiência. Enquanto não se consertar isso, não é possível dar jeito em nada. A mudança tributária que tem que vir é de simplificação, o sistema atual é dezenas de vezes mais complexo do que há trinta anos, e ninguém aguenta mais pagar, basta ver o número de vezes que o governo Dilma reabriu o parcelamento especial da Lei 11.941/2009.

      O Sr. Nakano não quis peitar a indústria automobilística paulista, essa renúncia fiscal maluca sem contrapartida foi um fracasso sim, só antecipou consumo futuro, e agora eles estão de pires na mão, pedindo mais uma colher de chá à amiga deles.

      A boa política de reduzir a Selic só não funcionou porque os incompetentes da área econômica (incluindo a Presidente) não reduziram gastos de custeio, e aí a inflação disparou...

       

      • política fiscal

        LC,

        Vem com a velha tática de condicionar a baixa dos juros à redução de gastos estatais. Mal sabe você, mas a maior causa de desequilíbrio fiscal no país é o gasto com juros, que nos "rouba" uns 6% do PIB todos os anos. Maior do que educação e saúde (possivelmente juntas), ocupa algo como 18% do orçamento estatal anual. Aí é que está o desequilíbrio. 

        Logo, o Brasil incorre em déficits recorrentes para pagar as despesas gigantes de juros, que são escondidos pelo indicador superávit primário. Este só satisfaz quem ganha com a política de juros estratosféricos, os rentistas e aqueles a quem pagam comissões.

        Há espaços para melhorias de eficiência nas outras áreas, mas o maior peso está na redução dos juros, sim.

        • Você tem razão em parte

          Shekarchi, você tem razão em parte, é claro que 1 real de juros é tão despesa pública quanto 1 real em pagamento de eletricidade de um TRF, por exemplo. A questão é que se você fizer o corte de Selic, e preencher a quantia economizada com uma renúncia fiscal imensa para a indústria automobilística, o que houve foi apenas uma transferência de renda dos poupadores para as montadoras estrangeiras. Se isso é feito sem absolutamente nenhuma contrapartida (como foi o caso), então entendo que é prejudicial sim, pois desestimula a poupança e inibe investimentos futuros fora das áreas privilegiadas com a renúncia.

    • quem banca

      Assis,

      A única que pode bancar é Dilma num hipotético segundo mandato, por ser pessoalmente desenvolvimentista. Aécio  não vai fazer, por ser comprado com os rentistas e a ortodoxia; Campos por estar em coalização com ambientalistas (Marina) e também com rentistas (André Lara Resende).

      Mas precisa trazer os empresários para seu lado. Estes precisam também se ajudar um pouco e entender que precisam do Estado para crescer. Sem essa associação, Dilma não consegue bater nos rentistas.

      Sobre o ajuste fiscal, ele pode e deve ser feito sem aumento de impostos. Como? Reduzindo a taxa de juros. Também perseguindo uma desindexação da dívida pública em relação à Selic. Há melhorias possíveis na gestão do Estado, mas a conta que está fora do eixo é o gasto com juros, que gira em torno de 6% do PIB atualmente (e a coxinhada falando que a Copa é que tira recursos de Educ. e Saúde). Aliás, ao se economizar numa hipotética redução dos gastos com juros, parte do que sobraria deveria virar investimento público e outra, redução da carga tributária.

      Neste sentido, os empresários são potenciais aliados, pois o custo dos juros os afetam sobremaneira e por diversos canais: (1) mais impostos, (2) não existência de um mercado de empréstimos de longo prazo e altos custos de crédito, (3) câmbio sobrevalorizado...

      É essa linha que Dilma deve seguir num segundo mandato, é fundamental. Precisa descentralizar, precisa de melhores ministros para conversar com as lideranças dos empresários e ganhá-los como apoio para bater nos rentistas e nos interesses externos.
       

    • quem banca

      Assis,

      A única que pode bancar é Dilma num hipotético segundo mandato, por ser pessoalmente desenvolvimentista. Aécio  não vai fazer, por ser comprado com os rentistas e a ortodoxia; Campos por estar em coalização com ambientalistas (Marina) e também com rentistas (André Lara Resende).

      Mas precisa trazer os empresários para seu lado. Estes precisam também se ajudar um pouco e entender que precisam do Estado para crescer. Sem essa associação, Dilma não consegue bater nos rentistas.

      Sobre o ajuste fiscal, ele pode e deve ser feito sem aumento de impostos. Como? Reduzindo a taxa de juros. Também perseguindo uma desindexação da dívida pública em relação à Selic. Há melhorias possíveis na gestão do Estado, mas a conta que está fora do eixo é o gasto com juros, que gira em torno de 6% do PIB atualmente (e a coxinhada falando que a Copa é que tira recursos de Educ. e Saúde). Aliás, ao se economizar numa hipotética redução dos gastos com juros, parte do que sobraria deveria virar investimento público e outra, redução da carga tributária.

      Neste sentido, os empresários são potenciais aliados, pois o custo dos juros os afetam sobremaneira e por diversos canais: (1) mais impostos, (2) não existência de um mercado de empréstimos de longo prazo e altos custos de crédito, (3) câmbio sobrevalorizado...

      É essa linha que Dilma deve seguir num segundo mandato, é fundamental. Precisa descentralizar, precisa de melhores ministros para conversar com as lideranças dos empresários e ganhá-los como apoio para bater nos rentistas e nos interesses externos.
       

  • macroeconomia e política

    Boa, Gunter.

    Considero muito o que dizem os professor Nakano e Bresser, quanto ao desequilíbrio macroeconômico no Brasil e, de maneira mais ampla, no que tange o desenvolvimento econômico brasileiro.

    É bom observar que o "trio mortal" vem sendo aplicado desde os anos 90 com FHC, Lula não o alterou, e ele persiste até hoje. Não é portanto culpa deste ou daquele governo, mas é sempre tarefa de quem está no poder a buscar uma solução urgente.

    Nessa linha, quando Nakano diz "falta de liderança política", não está simplesmente atacando o governo atual como gostaria a nossa grande mídia, mas notando uma falta grave na articulação de ambos os grupos, governo e empresários. Os empresários precisam de uma liderança forte e comprometida em dialogar com o Estado, "quebrar o gelo", já que têm interesse em que a taxa de juros seja moderada e a taxa de câmbio competitiva. Para isso, precisam do Estado. No lado do governo, será crucial um melhor corpo ministerial, quebra na estrutura centralizada na Presidente, para que a discussão sobre uma estratégia nacional seja viável. A parte estatal precisa entender que precisa do setor privado para crescer e aumentar a raquítica taxa de investimento.

    Esse é um elo fundamental para o reavivamento da indústria e o desenvolvimento econômico pela transferência da força de trabalho para setores de maior valor agregado por empregado.

  • Situação do tempo do onça

    Gunter,

    Qualquer pessoa que tenha relativo interesse sobre quase todos os aspectos da política econômica praticada por aqui, dará razão ao alerta de Yoshiaki Nakano.

    Acontece que a política aconômica tem sua direção definida por DRousseff, já que tanto GMantega quanto ATombini não se permitem a ter vida própria, daí que DR não faz análise com enfoque direcionado apenas à condução da política econômica e suas implicações diretas, mas também coloca no bolo fatos ligados, por hipótese, à Saúde, a acordos políticos e com setores empresariais sempre a reclamarem, o caso das montadoras, do pessoal do campo, etc..., pois o setor financeiro cabe aos dois supracitados.

    Desta miscelânea de interesses não sairá nada que preste, será sempre este remendão, por exemplo no caso dos juros, saindo de 14% para 7% e depois voltando prá 11% , um passeio que só atende, e como atende, a meia dúzia. 

    A taxa de investimento do país sempre foi baixa, mas aumentou consideravelmente em reais $$$  durante o período Llula / DR, já que o PIB cresceu cerca de 260% naquele período.

    A economia brasileira precisaria diversificar bastante, teria que ter uma participação bem maior no comércio mundial, o 6º PIB do mundo responde com 1% do comércio mundial, e ainda por cima praticamente restrito a commodities.

    Está tudo errado há diversas décadas, todos estão cientes e ninguém conseguiu fazer nada até hoje, prá que se mudasse este desenho perverso. 

  • Quando e como vai mudar o "câmbio"?

    Existe uma tal de inflação que gira em torno de 6%, pelo IPCA. Existe esse tal de IPCA que leva em consideração alimentos in natura - parece que não é considerado em índices de inflação lá fora, até pelo fato de a comida ser mais "industrializada", e por isso, menos sujeita a essas variações sazonais.

    Existe uma pressão midiática - que influencia na expectativa de "inflação" - para a subida do "jurão". O "jurão" no Brasil é a alma do negócio do rentismo. E esse "jurão" inviabiliza empréstimos para o meio produtivo, pois o Governo dá um retorno melhor - aí fica tudo na mão do BNDES ou a indústria se endivida em dólar. Mais "jurão" atrai capital estrangeiro para investir em títulos do Governo, e joga a cotação do dólar pra baixo. Isso satisfaz o "coxismo" que pode viajar pra Miami - pois está barato.

    Existe uma dívida pública bruta que fica estável e não se reduz, e suga muitos recursos de tributos - em razão do "jurão" - para o pagamento do serviço da dívida e da rolagem dela - que é a maior despesa do Governo Federal. Pouco se abate do principal. E o Governo Federal se entesoura em títulos da dívida pública americana para enxugar o mercado de "câmbio".

    Existe essa armadilha. O Governo Federal tentou desarmar a arapuca, mas o "mercado" (diga, banqueiros) não gostou. A mídia velhaca atuou em conjunto. E o "jurão" está de novo em alta. O medo da inflação voltar. Isso coloca o Governo Federal nas cordas, todos sabemos.

    Como sair disso? Produção. Mas de quê? Petróleo. Com o Pré-Sal - claro, se não entregue pra Chevron - o Governo Federal pode se capitalizar em dólares, diminuir essa dependência de capitais externos, fazer caixa, e liberar mais o câmbio - pois pra mim uma âncora do câmbio é a dívida da Petrobras - e de outras grande empresas nacionais. Com a produção e a exportação - ou menos importação de derivados, inclusive de itens que pesam na balança, como insumos agrícolas (fertilizantes) derivados de petróleo a dívida dela, Petrobras, começa a ser paga.

    Isso diminuiria a pressão por necessidade de capitais externos pra fechar as contas, liberando o Governo Federal dessas amarras. Aí o "jurão" poderia cair.

    Enquanto isso, uma nova indústria surgirá - ou resurgirá -, como a vínculada ao Petróleo (indústria naval), à Infraestrutura - obras em rodovias, ferrovias, aeroportos e portos, além da associada à agroindústria e a energia em geral. Vejam que a ABB - Asea Brown Boveri - está se preparando para fornecer novos relógios digitais para uso doméstico em medição de energia residencial - os antigos relógios analógicos, com o disco girando serão aposentados e substituídos no horizonte de 10 anos.

    Em suma, surgem diariamente oportunidades novas - algumas criadas por demanda legal, como a do ABS, do Air Bag nos carros -, logo novos produtos, logo novas indústrias, por medida de segurança, que exigem inovação tecnológica. Aquele que não se tornar obsoleto - já que a obsolecência será mais cruel que a competitividade - sobreviverá.

  • milho para bode

    no jornalzinho PIG que pego "de grátis" para fazer as palavras cruzadas, METRO, tem uma notícia no pé da página:

    CRISE: Governo pode injetar R$ 5 bilhões (BI !!!) para estimular aquisição de veículos novos. (destaque minha autoria).

    então tá.... é o PROER da alienígena industria automobilistica! 

    Vendem o carro mais caro do mundo. E se acertaram, alem do preço (cartel) em fabricar apenas veículos de 4 cilindros... V8? nem pensar. ABS AIR-BAG, só obrigados por lei. Em 2008 quando arrebentaram de ganhar aqui, repatriaram tudo o que podiam para salvar as matrizes, inclusive numerário de salários que pegaram no BNDES.

    4º ou 5º consumidor do mundo que não tem uma única marca nacional!!!!

    pergunto: Com R$  5 Bi lhões não daria para fazer uma fábrica nacional?

    Nakano diz que é preciso mudar. 

    Concordo. Há que se mudar a mentalidade.

     

  • Hoje negociei um lote grande

    Hoje negociei um lote grande de auto-trafos, esses transformadores de tecnologia antiquíssima, entra 220v e sai 110v ou voce versa. Pesadíssimos, devido ao enrolamento de cobre que tem dentro. 

    Tudo made in China. Sei que o Brasil ainda os fabrica, mas parece que já se tornou mais lucrativo trazer da China, apesar de só terem peso, pouquíssimo valor.

    Outro dia negociei um lote de suportes para TV de LCD, nada mais que ferro retorcido, também só tem peso. Tudo made in China.

    Quando vejo a produção dessas coisas muito simples, para as quais possuímos know-how, equipamentos, mão-de-obra, serem todas transferidas para a China por simples ineficiência de quem conduz a economia, dá até pena do Brasil.

    Se estivessemos substituindo a produção destes produtos por novos produtos, mais valiosos, daria prá entender. Mas não é o caso, estamos nos transformando num país de serviços lastreado na exportação de produtos primários.

     

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