Esta semana, o programa “Painel”, do William Waack (Globonews) trouxe um exemplo excelente de debate político, quando deixa de ser pautado pelas visões primárias de política.
O tema foi “Qual é o tipo de democracia que temos no Brasil”, para discutir o decreto que regulamentou o Plano Nacional de Política Social, assinado pela presidente Dilma Rousseff.
O programa juntou o cientista política Sérgio Fausto, diretor superintendente do Instituto Fernando Henrique Cardoso, Carlos Ari Sundfeld, professor da Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo e o cientista político Rafael Cortez, da Tendências Consultoria.
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O debate começa com Cortez e Sundfeld levantando suspeitas ameaçadoras ou meras irrelevâncias em relação ao decreto.
Como decreto regulamentador, o documento procura definir as várias formas de participação previstas na Constituição ou já existentes e cria um órgão para supervisionar essa implantação. Sundfeld taxa de burocratismo e de aparelhamento varguista.
A função da Secretaria será a de cobrar a criação das instâncias de participação de todos os Ministérios. Ou Sundfeld defenderia a mão invisível da burocracia como agente democratizador dela própria?
Já Cortez diz que o fator desmoralizante do decreto foi ter sido lançado às vésperas da campanha eleitoral. Ora, só o clima pré-eleitoral levou Dilma a assiná-lo, contrariando seu estilo centralizador e autocrático.
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Aí entra em cena a visão sólida de Sérgio Fausto.
Lembra que a base do decreto são princípios aprovados na Constituição de 1988. Ironiza o prenúncio da implantação de um sistema bolivariano de democracia. Mostra que, ao contrário do modelo varguista, o decreto não outorga nenhum poder legal aos conselhos e toma cuidados para evitar aparelhamentos. E termina sua primeira intervenção como uma frase lapidar: “Ausência de medo é inocência e temeridade; excesso de medo é paranoia”.
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Em seguida enumera as paranoias atuais. Se a oposição fala em rigor fiscal, a situação menciona desemprego e recessão; se o governo fala em democratização da gestão pública, a oposição fala em chavismo.
William agradece e diz que a intenção do programa é justamente a de fugir da polarização eleitoral emburrecedora.
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A partir daí, o programa foi outro. Os três debatedores passaram a discutir seriamente a crise da democracia representativa, a admitir a importância da institucionalização dos novos movimentos sociais.
Sérgio mostrou que o PT não detém o controle sobre os novos movimentos sociais e que a oposição deveria se preocupar em disputar o espaço nos conselhos e comissões constituídos nos últimos anos.
Admitiu que as instituições formais não conseguem mais dar resposta às demandas sociais, e afirmou que a preocupação geral deveria ser com a subordinação dos partidos às grandes empresas, devido ao financiamento privado de campanha.
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O programa permitiu algumas constatações:
Só depois do aval do mediador, dois dos debatedores se sentiram à vontade para tratar do tema sem jogar para a plateia. Tem sido assim em toda discussão mediada pelos grupos de mídia.
O papel civilizador do debate político, quando se sobrepõe aos interesses políticos imediatos.
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O momento do lançamento do Decreto
O momento do lançamento do Decreto foi uma jogada de mestre de Dilma.
Pautou a mídia e fez diminuir as atenções para supostas crises.
Definiu que o debate nas eleições se dará no campo político ideológico.
Qual o candidato que nos seus programas eleitorais ou nos debates serão contra o Decreto que defende mais participação popular?
Sérgio Fausto não podia ter se manifestado de forma diferente e foi aqui que Waack tomou o cheque-mate ao pensar que Fausto, ligado a um politico de oposição, faria as mesmas criticas que a imprensa tem feito ao Decreto. Waack, perdido, jogou várias bolas para Fausto e esse rebateu a todas, tomando o papel de pautador do conhecido repórter.
Dilma uma mestra.
PT larga na frente mais uma vez .
Será?
Só quero ver se a coisa vai para frente, ou se se trata exclusivamente de jogar pra plateia em época eleitoral.
Infelizmente as decepções com a administração da Dilma, em particular nas questões de descentralização do poder, têm sido tantas que fico com um pé atrás. Só vendo para crer...
O projeto de direito de
O projeto de direito de resposta entrou na pauta da camara ontem. A oposicão obstruiu, nada doi votado, nada se vota, enquanto não for discutido o decreto de participação de que trata esse post. Na minha opinião o direito de resposta é mais importante.
Tenho acompanhado o trabalho
Tenho acompanhado o trabalho de algumas instâncias participativas, como mencionei ontem em comentário aqui no blog.
Uma das coisas que chama a atenção nesse tipo de encontro - outras pessoas com mais vivência que eu podem confirmar - é que onde há debate quase não há imprensa. São coisas distintas, como água e óleo. Eventualmente, um jornalista científico ou especializado em algum tema pode ser convidado a palestar. No mais das vezes, o lugar na imprensa é no “chiqueirinho”, esperando a vez para entrevistar um ou outro participante. Nunca vi ninguém colocar o seu na reta, pedir a palavra na plenária e arriscar um “de acordo com Eurípedes Alcântara...” ou “segundo Arnaldo Jabor...” ou “conforme adverte Reinaldo Azevedo...”
A participação social, com todos os desafios que lhe são inerentes, tem essa vantagem: tira a mídia do meio e desobstrui o diálogo entre governantes e governados.
A vida real é bem diferente do território da teledramaturgia editada que a velha mídia domina. Definitivamente, a imprensa, com o primarismo ideológico que a caracteriza, não pauta nem tem condições de pautar o debate político face a face.
Rapaz, quando li:
“de acordo com Eurípedes Alcântara...” ou “segundo Arnaldo Jabor...” ou “conforme adverte Reinaldo Azevedo...” comecei a rir, mas foi tão violento, ganhei o dia!
Você até me fez perdoar o Lula de ter ajudado o seu Corinthians a ter seu tão esperado estadio, novinho em folhas, para a abrir esta Copa, que vai ser visto só por uns bilhões de pessoas que agora vão saber tudo sobre o tal Corinthians Paulista, eu um são-paulino com uma dor de cotovelo gigantesca, assim padrão FIFA. Ai que dor!
Ora, ora. Vi ontem uma
Ora, ora. Vi ontem uma notícia dizendo que a oposição vai travar a pauta do Congresso por causa deste decreto.
Civilização mesmo só se for na visita à Oca para conhecer a história dos Maias.
SE DESINTERDITOU, É POQUE A GLOBO INTERDITA TUDO.
Não assisti porque assisto quase nada da Globo, não merece e nem merecia quase 12 bilhões em propaganda pública nos últimos anos, e nesse período INTERDITOU o BRASIL e a agenda popular. A Globo transforma tudo em excremento, até o ouro que ganhou nos últimos anos. Já via a Mirian Leitão praticamente ameaçar o governo no início da discussão de uma lei que regulamenta-se a mídia. Isso não é papel de canal de televisão e ainda por cima concessão pública. À Globa age a margem da lei a anos, interferiu e interfere no processo educacional da democracia, a democracia boa para a Globo é o que lhe da muito dinheiro público, não tem repórteres tem é agente secreto que fica esmiuçando a vida de políticos para tirar vantagem. Se a Globo interessou como você disse em desinterditar, é porque vai ganhar muita grana. Até a mídia de fora do Brasil já entendeu que a GLOBO é um governo paralelo dentro do BRASIL e manda na justiça, no executivo e no legislativo, o verdadeiro e de fato presidente da GLOBO e o presidente de suas organizações. É notório que os partidos e os governos e a justiça tem medo da GLOBO, sabe se lá que tipo de ameça acontece, mas o medo existe e é muito forte. Portanto esse jornalista WW é o mesmo que confabulava com o embaixador americano, o mesmo embaixador que o Snodem disse que comemorou ter espionado o BRASIL e atravessou o negócio. Foi quando eu disse que violar informações comerciais não é espionagem, é ROUBO em qualquer lugar do mundo. Portanto o embaixador era um LADRÃO dentro do BRASIL espionando empresas, e esse jornalista confabulava com ele, sabe se lá que tipo de confabulação fazia. A GLOBO não merece mais nada do povo brasileiro que não seja o desprezo que faz questão de jogar na cara do povo brasileiro, é dia e noite tentando fazer o povo acreditar que o BRASIL É O PIOR PAÍS DO MUNDO E QUE O POVO BRASILEIRO É O PIOR POVO DO MUNDO, porque não aceita mais a GLOBO destruir tudo que se constroem nesse país e fere seus interesses imperiais e leoninamente poderoso a ponto de fazer um governo ser masoquista a tal ponto de lhe pagar mais de 12 bilhões em propaganda pública, mesmo que se suspeite de sonegação bilionária e que teria feito sumir de dentro da RECEITA FEDERAL o processo de cobrança sem que nada lhe aconteça como publicou o Blog Cafezinho. A Final o que é a GLOBO? Pois ela e eles entendem que são donos do Brasil, e nós meros escravos pagar impostos para serem transferidos para a famiglia mais rica do Brasil, mais rica não mais dona do Brasil, o de fato governo Brasileiro.
SE DESINTERDITOU, É POQUE A GLOBO INTERDITA TUDO.
Não assisti porque assisto quase nada da Globo, não merece e nem merecia quase 12 bilhões em propaganda pública nos últimos anos, e nesse período INTERDITOU o BRASIL e a agenda popular. A Globo transforma tudo em excremento, até o ouro que ganhou nos últimos anos. Já via a Mirian Leitão praticamente ameaçar o governo no início da discussão de uma lei que regulamenta-se a mídia. Isso não é papel de canal de televisão e ainda por cima concessão pública. À Globa age a margem da lei a anos, interferiu e interfere no processo educacional da democracia, a democracia boa para a Globo é o que lhe da muito dinheiro público, não tem repórteres tem é agente secreto que fica esmiuçando a vida de políticos para tirar vantagem. Se a Globo interessou como você disse em desinterditar, é porque vai ganhar muita grana. Até a mídia de fora do Brasil já entendeu que a GLOBO é um governo paralelo dentro do BRASIL e manda na justiça, no executivo e no legislativo, o verdadeiro e de fato presidente da GLOBO e o presidente de suas organizações. É notório que os partidos e os governos e a justiça tem medo da GLOBO, sabe se lá que tipo de ameça acontece, mas o medo existe e é muito forte. Portanto esse jornalista WW é o mesmo que confabulava com o embaixador americano, o mesmo embaixador que o Snodem disse que comemorou ter espionado o BRASIL e atravessou o negócio. Foi quando eu disse que violar informações comerciais não é espionagem, é ROUBO em qualquer lugar do mundo. Portanto o embaixador era um LADRÃO dentro do BRASIL espionando empresas, e esse jornalista confabulava com ele, sabe se lá que tipo de confabulação fazia. A GLOBO não merece mais nada do povo brasileiro que não seja o desprezo que faz questão de jogar na cara do povo brasileiro, é dia e noite tentando fazer o povo acreditar que o BRASIL É O PIOR PAÍS DO MUNDO E QUE O POVO BRASILEIRO É O PIOR POVO DO MUNDO, porque não aceita mais a GLOBO destruir tudo que se constroem nesse país e fere seus interesses imperiais e leoninamente poderoso a ponto de fazer um governo ser masoquista a tal ponto de lhe pagar mais de 12 bilhões em propaganda pública, mesmo que se suspeite de sonegação bilionária e que teria feito sumir de dentro da RECEITA FEDERAL o processo de cobrança sem que nada lhe aconteça como publicou o Blog Cafezinho. A Final o que é a GLOBO? Pois ela e eles entendem que são donos do Brasil, e nós meros escravos pagar impostos para serem transferidos para a famiglia mais rica do Brasil, mais rica não mais dona do Brasil, o de fato governo Brasileiro.
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Só depois do aval do
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Só depois do aval do mediador, dois dos debatedores se sentiram à vontade para tratar do tema sem jogar para a plateia. Tem sido assim em toda discussão mediada pelos grupos de mídia.
Só depois do aval do mediador, ai começaram a elogiar... O medo da globo faz coisas...
República de Bananas (não a fruta, mas os homens)
Repito o que disse ontem: enquanto essa cultura de intimidação e de patrulhamento da grande imprensa oligárquica não for enterrada, o debate político será pobre de idéias.
Vejam o que disse o Nassif: "só depois do aval do mediador, dois dos debatedores se sentiram à vontade para tratar do tema sem jogar para a platéia"
O que é isso, companheiro ? Um cientista político e um professor de direito da FGV têm liberdade para expressar livremente o seu pensamento somente depois que William Waack lhes dá permissão ? Voltamos à escola primária ?
Enquanto a permissão não lhes é dada, os debatedores rezam pela linha de pensamento do entrevistador.
A coisa é tão séria que o jornalista da velha imprensa nem precisa fazer uma reunião, antes do debate, para instruir os entrevistados como devem se comportar.
O espírito de vira-lata baixa sem precisar de recomendações.
E ai daquele entrevistado que ousa investir contra o pensamento único da velha imprensa.
Antes de receber uma reprimenda do "mediador" já vai se desculpando: Olha gente ! Não estou aqui para defender o governo ou o PT, longe disso !
Afinal de contas, quem é William Waack para dar permissão a alguém seja lá pelo que for ?
Confesso, companheiros: estou morto de vergonha da nossa velha, borolenta e carcomida imprensa.
Espero que um movimento social importantíssimo, o movimento dos sem mídia, participe ativamente dos debates por uma Lei de Democratização da Mídia, caso Dilma seja reeleita, pois se não for tudo vai vai para o espaço.
Decreto
As instâncias sociais já estão debatendo os assuntos que o Decreto principia por uma regulamentação. Outros Decretos virão, nececessariamente, pois os movimentos sociais são variadíssimos, e é bom que assim seja.
O Brasil tem uma Cultura ampla, diversificada, que não pode e não deve ficar restrita a avaliações subordinadas unicamente à compreensões do Sudeste sobre o que vem a ser a Nação brasileira.
Mais que torcer pelo Brasil, a Seleção, torço para que sejamos vencedores nas Eleições; que possamos eleger políticos sábios, Mestres, que nada devam ao "Mercado" ou interesses financeiros em primeiro lugar.
Decreto
As instâncias sociais já estão debatendo os assuntos que o Decreto principia por uma regulamentação. Outros Decretos virão, nececessariamente, pois os movimentos sociais são variadíssimos, e é bom que assim seja.
O Brasil tem uma Cultura ampla, diversificada, que não pode e não deve ficar restrita a avaliações subordinadas unicamente à compreensões do Sudeste sobre o que vem a ser a Nação brasileira.
Mais que torcer pelo Brasil, a Seleção, torço para que sejamos vencedores nas Eleições; que possamos eleger políticos sábios, Mestres, que nada devam ao "Mercado" ou interesses financeiros em primeiro lugar.