Por Regis Mesquista
Nassif,
preparei um texto sobre alguns dos “problemas” com os livros do MEC.
Chama-se:
Educação: os acertos dos livros de português do MEC
O link é este: http://www.psicologiaracional.com.br/2011/07/educacao-os-acertos-dos-livros-de.html
Abraço,
Regis Mesquita
Do Blog Psicologia Racional
Amigos do blog Psicologia Racional,
fiquei em silêncio desde que surgiram as “notícias” dos erros dos livros do MEC, esperando baixar a emoção do debate. Um deles, em especial, me chamou atenção. Mas, primeiro, vamos falar de política. A desgraça da política no Brasil é que ela é muito negativa. Vejam vocês, é um querendo destruir o outro. Destruir significa negativizar, mentir, manipular informação. Desde que o ministro da educação resolveu ser candidato a candidato a prefeito de São Paulo, não param de inventar escândalos meia-boca para tentar destruí-lo. Isto é o nosso país!
O caso que vou relatar é sobre um livro que a imprensa (cujos donos fazem política) anunciou em manchetes escandalosas como ensinando os alunos a falarem e escreverem errado. E o pior, cidadãos apressadinhos, reproduziram estas enganações em emails, aumentando o poder da difamação.
“O livro causou polêmica porque tem frases com erro de concordânciaem uma lição que apresenta a diferença da norma culta e a falada.No texto, a autora da obra defende que os alunos podem falar de “jeito errado”, mas devem atentar para o uso da norma culta, cujas regras precisam ser dominadas. Os defensores da obra dizem que não há certo e errado em linguística, mas sim adequado ou não adequado ao contexto — numa entrevista de emprego, o correto seria usar a norma culta, mas isso não necessariamente aconteceria numa conversa informal. Já os críticos defendem que a escola ensine apenas a norma culta, essencial para o aluno ascender socialmente”. (Fonte: UOL)
Desde 1997 (governo FHC) o MEC considera que não existe a forma correta de falar uma língua. Existem variações linguísticas, ou seja, as formas mais cultas ou mais populares. Esta é uma postura corretíssima. A língua muda sempre, portanto, as variações são próprias da dinâmica da língua. A escola deve ensinar a norma culta. Mas, deve respeitar as outras formas de falar.
Qual é a conduta do professor? RESPEITAR o jeito dos alunos falarem e TRANSMITIR a norma culta. Por que no Brasil é tão polêmico o respeito? Será que é tão difícil assim entender que podemos respeitar uns aos outros?
A escola transmite a norma culta, que muda com o passar dos anos. Lembra quando era culto escrever pharmácia?
Se você pegar um texto em português do século 19, com certeza terá muitas dificuldades ao tentar ler o texto. Sabe porque? Porque a língua falada e escrita mudou muito. Mudou porque surgiram variantes que não seguiam a norma culta da época e estas variantes acabaram se impondo. Ou seja, a forma culta de hoje é a variante popular de ontem. Todos os dias você usa dezenas de vezes o termo VOCÊ. Sabe de onde veio este termo? O termo que o originou é VOSSA MERCÊ. Qual foi a última vez que você usou o termo vossa mercê? Provavelmente nunca.
“Você é uma palavra derivada do intitulamento vossa mercê, usado desde remotos tempos, e que com o correr dos séculos se foi transformando, até chegar no atual você, passando pelas formas intermédias abreviadas por sucessiva contracção de vossemecê, vomecêe vancê. Inicialmente, mercê era o elevado tratamento dado na terceira pessoa aos reis de Portugal, durante a dinastia de Borgonha, e inícios da dinastia de Avis que se lhe seguiu”. (Fonte: Wikipedia)
A língua muda, a norma culta de uma língua muda. Não se deve negativizar quem fala em desacordo com a norma culta. Porém, deve-se orientá-los e incentivar a norma culta. Desta forma, estas pessoas terão mais facilidade de adequação social e mais facilidade de transmissão do seu pensamento. Este exemplo é bom:
Nós vamos comer agora.
Nóis vai cumê agora. Nois vai cum agora.
Nois vai cum ago.
Você pode perceber que a norma culta ajuda a transmitir idéias que são mais facilmente entendidas por todos. A segunda forma também transmite bem a idéia, porém qualquer corruptela do verbo já dificulta a comunicação.
A precisão vai sendo perdida a cada transformação da língua, dificultando a comunicação. Ensinar a norma culta é uma forma de impedir que haja tamanho distanciamento entre a norma culta e algumas variações, o que dificulta a comunicação.
Se uma criança fala “fessora” (professora) é bem entendido. Mas, se um paciente fala que está com dor no “figo” (fígado) não é bem entendido. Na escola deve-se ensinar professora e fígado. Desta forma, e com respeito, a comunicação entre as pessoas fica mais fácil. Espero ter ajudado vossa senhoria entender este debate sobre a lingua portuguesa.
Aqui você encontra o capítulo do livro a que me refiro. Eu li inteiro e digo: é bom, bem feito e inteligente.
“Você pode estar se perguntando: ‘Mas eu posso falar os livro?’. Claro que pode. Mas fique atento porque, dependendo da situação, você corre o risco de ser vítima de preconceito linguístico”, diz um trecho da obra.
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