O governo do Amazonas declarou, nesta segunda-feira (4), que o Estado enfrenta um surto de febre oropouche. Desde o início do ano foram registrados mais de 1.670 casos, enquanto o total de casos em 2023 não chegou a mil.
Transmitido pelo mosquito Culicoides paraenses, mais conhecido como maruim, o vírus oropochue é endêmico da Amazônia e vem registrando surtos no Brasil desde a década de 1970.
Mas, apesar da semelhança com a dengue, tendo em vista que febre, dor de cabeça, dor nas articulações, vômito e diarreia são sintomas comuns a ambas as doenças, a febre oropouche não é letal e não há, até o momento, de registros de mortes no Brasil associados à doença.
Assim como a dengue e a chikungunya, os sintomas da febre oropouche duram entre dois e sete dias e incluem:
Uma vez diagnosticada, não há tratamento específico para a febre oropouche. A recomendação do Ministério da Saúde é de descanso e acompanhamento médico.
Ainda que o governo amazonense tenha reconhecido o problema agora, de acordo com o pesquisador da Fiocruz Amazônia, Jesem Orellana, a epidemia de febre oropouche já era uma realidade no Estado desde dezembro, especialmente na capital Manaus.
“Esse não é o termo apropriado. Surto usa-se para minimizar um problema sanitário. Surto, em teoria, é um evento de baixa magnitude, ou seja, que atinge um baixo número de pessoas e por um período de tempo curto. Nós estamos falando de uma epidemia em curso há oito meses, pelo menos, e que já foram diagnosticados cerca de dois mil casos. Na prática, nós devemos ter, pelo menos, dez mil pessoas que tiveram a doença, mas que não foi possível fazer esse diagnóstico”, explica Orellana.
Outro ponto com grande número de casos é Rondônia. Mas o pesquisador da Fiocruz acredita que os demais estados da Região Norte também apresentam um alto número de doentes, mas que os casos estão sendo subnotificados.
“O Brasil, com certeza, fez muitos progressos nos últimos anos, com esse cenário pandêmico da covid-19. Mas agora eu acho que é a hora de virarmos a chave e atentarmos para outros problemas que emergem e que precisam que as vigilâncias laboratoriais e epidemiológicas dos mais de cinco mil municípios brasileiros, comecem a atentar para novos cenários ou para cenários que podem se agravar, com doenças conhecidas, como a febre oropouche”, alerta.
O primeiro caso de febre oropouche no Rio de Janeiro foi confirmado na última segunda-feira (4) pela Fiocruz. O paciente fez uma viagem recente para Manaus e apresenta boa evolução do quadro clínico.
*Com informações da Rádio Agência.
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