Jornal GGN – Após anunciar o vermífugo Nitazoxanida como o medicamento que iria “salvar vidas” do Covid-19, investir em duas grandes pesquisas com centenas de pacientes leves e graves da doença, não divulgar os resultados, o Ministério da Saúde afirma agora que não pretende distribuir o remédio no tratamento da Covid-19 na rede pública de saúde.
Em outubro do ano passado, em pleno aumento do número de casos e mortos por Covid-19 no Brasil, o governo de Jair Bolsonaro resolveu anunciar a próxima “salvação” contra o coronavírus, depois da cloroquina.
A nitazoxanida, um antiparasitário, foi a aposta do governo para o combate da epidemia. Á época, o Ministério da Ciência havia divulgado amplamente as pesquisas que o governo de Jair Bolsonaro estava investindo no remédio. Foram testados em pacientes leves, supostamente obtendo a redução da carga viral, em um pré-relatório que não foi avalado por nenhuma revista científica e sem conclusões finais.
Além disso, o GGN revelou com exclusividade que o vermífugo também havia sido testado em outro grupo mais vulnerável de pacientes: os que desenvolvem sintomas graves, com pneumonia. Essa segunda pesquisa não só foi omitida pelo Ministério da Ciência e pelo Ministério da Saúde, como nem os pré-resultados foram publicados. Não se sabe como os 500 pacientes graves da doença reagiram ao vermífugo.
Mas, três meses depois, o Ministério da Saúde afirma que “a Nitazoxanida não consta nas orientações deste Ministério da Saúde para o tratamento da Covid-19”. A declaração foi dada em resposta a um pedido de esclarecimentos da Câmara dos Deputados.
O pedido de informações à pasta partiu da deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP), questionando, entre outras coisas, quais eram os planos do governo para uso do medicamento na rede pública de saúde. E a resposta foi que o antiparasitário não era mais recomendado pela pasta.
Trouxe o ofício: “A Nitazoxanida não consta nas orientações deste Ministério da Saúde para o tratamento da Covid-19, e também não se encontra incluída na Relação Nacional de Medicamentos – RENAME 2020, de forma que esse medicamento não é adquirido ou financiado com recursos federais do SUS.”
“Este Departamento de Assistência Farmacêutica (DAF/SCTIE) e Insumos Estratégicos informa que até o momento, não tem ciência de nenhum processo para aquisição de Nitazoxanida pelo Ministério da Saúde, ou de planos para sua disponibilização na rede pública de saúde”, acrescenta.
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