Coronavírus: Suécia é o país com maior mortalidade e a ‘imunidade de rebanho’ está distante

Jornal GGN – Estudo feito pela Agência de Saúde Pública da Suécia traz um dado a ser pensado: apenas 7,3% da população de Estocolmo desenvolveu anticorpos contra a Covid-19 até o final de abril. O dado confronta a não adoção de medidas restritivas para que se faça valer a ‘imunidade de rebanho’. O resultado da não restrição é o aumento das mortes, não a imunidade geral.

A Suécia está nas duas pontas do espectro. De um lado o número de pacientes com coronavírus em unidades de terapia intensiva caiu um terço em relação ao pico ocorrido no final de abril. As autoridades comemoraram a diminuição do surto. Mas, na outra ponta, o país registrou o maior número de mortes per capita pela doença na Europa nos últimos sete dias: 6,08 mortos por 1 milhão de habitantes.

O projeto Our World in data faz o levantamento dos países com maior taxa de mortalidade por semana. Abaixo dos suecos, tem-se o Reino Unido, com 5,57 por 1 milhão, Estados Unidos (4,11) e até o Brasil (3,74).

Se apoiando na tese da ‘imunidade de rebanho’, o diretor da agência de saúde da Suécia, Anders Tegnell, defendeu medidas voluntárias no lugar de bloqueio obrigatório. Confrontado com os resultados da pesquisa, Tegnelli reconheceu que eles ficaram abaixo do esperado, mas não muito, acrescentando que as descobertas estão de acordo com os modelos que rezam que um terço da população da capital sueca já teria o vírus até agora.

Atingir a ‘imunidade de rebanho’ é o ideal para todos os países. Assim, uma parcela da população desenvolve imunidade e impede efetivamente o avanço da doença. Mas o que a Organização Mundial da Saúde enfatiza é que tal ponto não é um objetivo em si, e a estratégia correta é retardar o vírus o suficiente para os serviços de saúde possam enfrentar sem caos.

A Suécia, apoiada na convicção de que o coronavírus pode ser retardado, mas não suprimido, realizou poucos testes e não investiu no rastreamento de contatos, deixando os testes restritos aos casos de pacientes em hospitais e profissionais de saúde. Os números semanais de testados são mais baixos que a maioria dos países europeus.

Com os casos ultrapassando a marca dos 30.000, o número de mortos na pandemia na Suécia atingiu 3.831 nesta quarta-feira. É mais de três vezes a soma dos óbitos por Covid-19 de seus vizinhos Dinamarca, Noruega, Finlândia e Islândia. A maior parte das mortes ocorre em lares de idosos, onde o governo não conseguiu emplacar uma estratégia de sucesso para proteger a vida humana.

Com informações de O Globo.

Redação

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