Em um ano, casos de malária aumentaram 48% na região amazônica

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Município de Eirunepé desenvolveu ações de prevenção e monitoramento da malária que foram premiadas pela OPAS. Imagem: Frame de documentário da OPAS

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Da ONU BR

Uma nova atualização epidemiológica da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) revela que a malária avança na região amazônica do Brasil. Em 2016, o país registrou 117.832 casos da doença em nove estados. Em 2017, o número chegou a 174.522, valor que representa um aumento de 48%.

A unidade federativa mais afetada é o Amazonas, com cerca de 74 mil ocorrências da patologia no ano passado. Em 2016, foram aproximadamente 45 mil casos. O segundo estado com maior número de infecções foi o Pará — cerca de 33 mil em 2017, bem mais que os 13 mil identificados em 2016. O Acre registrou cerca de 32 mil casos em 2017, volume significativo, mas que não indica variação muito grande em relação aos 31 mil casos de 2016.

O Tocantins, embora tenha identificado o menor número de casos (71), foi o estado com o maior aumento (223%) em relação a 2016, quando apenas 22 casos foram registrados.

As tendências da região amazônica acompanham a expansão da malária nas Américas identificada pela OPAS em sua atualização epidemiológica. Em 2016, nove países — Colômbia, Equador, El Salvador, Haiti, Honduras, Nicarágua, Panamá e Venezuela — relataram um aumento nos casos da doença. No ano passado, além do Brasil, Equador, México, Nicarágua e Venezuela também notificaram uma elevação do número de infecções.

Diante do atual cenário, a OPAS recomenda que os países da região fortaleçam as ações de vigilância e controle da malária. No início de 2017, o organismo regional alertou seus Estados-membros sobre o risco de surtos, aumento de casos e mortes em áreas onde a doença é endêmica. A instituição também chamou atenção para o possível reaparecimento da patologia em áreas nas quais a transmissão já havia sido interrompida.

A agência da ONU lembrou o caso de países que, apesar de estarem livres da malária ou apresentarem poucos casos, notificaram a transmissão da doença em seus territórios no ano passado. Cuba e Costa Rica informaram em 2017 casos autóctones da infecção. Honduras registrou ocorrências da patologia em uma área onde anteriormente não havia notificação de quaisquer casos.

A OPAS adverte que as conquistas alcançadas para a eliminação da doença podem ser comprometidas se as ações de vigilância e controle em toda a região das Américas não forem mantidas ou fortalecidas. “Embora os Estados-membros da OPAS tenham realizado esforços em resposta a esse alerta, o aumento dos casos em 2017 indica a persistência das condições e lacunas na resposta”, avalia a Organização no documento.

Condições de vulnerabilidade e pobreza são alguns dos fatores que explicam o atual avanço da malária. A agência da ONU ressalta que certas atividades trabalhistas e econômicas, como a mineração, a extração de produtos naturais e a agricultura, aumentam o risco de exposição das populações aos vetores nas áreas com transmissão da doença.

A OPAS aponta ainda que as populações migrantes são grupos particularmente vulneráveis, devido às condições habitacionais e à falta de proteção social.

Recomendações

A OPAS, escritório regional para as Américas da Organização Mundial da Saúde (OMS), chama os países a fortalecer as ações de vigilância e controle da doença, especialmente com medidas relacionadas à detecção precoce de casos, diagnóstico a tempo e início imediato do tratamento.

Na avaliação do organismo, a principal ação para controlar a transmissão da malária é reduzir a demora entre o início dos sintomas e o tratamento do caso, bem como adotar medidas oportunas de investigação e resposta.

A Organização também sugere que o diagnóstico e o tratamento completo com antimaláricos sejam levados para mais perto das comunidades em risco. A OPAS solicita ainda intervenções complementares de controle vetorial e convoca os países a garantir a qualidade do diagnóstico parasitológico e a evitar a falta de medicamentos.

Acesse a atualização epidemiológica da OPAS clicando aqui.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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  • Em....

    Malária é doença de Pobre. Não é bem 'aquela' Humanidade que ONG's renomadas e milionárias, fincadas em Países Ocidentais Industrializados, querm defender com a tal Preservação do Meio Ambiente. Álias, é justamente a População que vive nas Florestas a serem preservadas. A Vida Humana destas pessoas nem tanto. E não adianta CENSURAR a Verdade. A Verdade Vos Libertará. Laboratórios Internacionais que ganham bilhões de reais, aqui no Brasil (basta ver a profusão de Farmácias e Drograrias que surgem da noite para o dia. Se Farmácias estão ganhando dinheiro desta forma, num país sem Saúde, imagina Laboratórios Internacionais?) A mesma coisa é com FEBRE AMARELA. Doenças de Países Pobres e Subdesenvolvidos. Não existe nem produção nem pesquisa para formular medicamentos para estas doenças. O Laboratório, proprietário da patente do remédio mais eficaz e usado, até cedeu gratuitamente a fórmula para que Laboratórios Públicos Brasileiros, fizessem tal medicamento. É o tipo de Vida que não dá retorno financeiro. Aí junta a mediocridade, incompetência de Governos Brasileiros, em especial do Tucanistão, e temos a tragédia da Febre Amarela, dentro da maior megalópole do país. E da região mais desenvolvida. Imagina então Malária, cujos surtos estão nas regiões distantes de centro-oeste e norte do Brasil? O Brasil é de muito fácil explicação. O Mundo também.     

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