“Estratégia liberal”: Suécia isola apenas idosos contra coronavírus

Jornal GGN – Reportagem da agência internacional Reuters mostra que a Suécia é o único país entre os vizinhos nórdicos que não tomou medidas de restrições sociais duras contra o coronavírus. Lá, a estratégia é “liberal”, semelhante ao isolamento vertical defendido por Jair Bolsonaro. O foco está nos grupos de risco.

Enquanto Dinamarca, Noruega, Finlândia fecham fronteiras, escolas, restaurantes, bares, comércios não essenciais e suspenderam eventos públicos, a Suécia adotou a política de “poupar” a vida social e a economia do país.

“A Suécia concentrou-se em isolar e tratar os doentes, em vez de fechar faixas da sociedade”, informou a agência.

“Os suecos podem ir a restaurantes, cortar o cabelo e mandar seus filhos para a escola, mesmo com o número de casos e mortes confirmados, sobretudo em Estocolmo, que representa mais da metade das mortes”, escreveu a Reuters.

De acordo com a reportagem, as aulas de algumas escolas e universidades foram suspensas e viagens desnecessárias foram desencorajadas pelas autoridades, que não acham necessário fazer mais.

O “rosto público” da luta contra a pandemia, o epidemiologista-chefe da Agência de Saúde Anders Tegnell, disparou esses dias: “Trancar pessoas em casa não funcionará a longo prazo”, disse ele. “Cedo ou tarde, as pessoas vão sair de qualquer maneira.”

A Suécia tem pouco mais de 6 mil casos e 358 mortes nesta sexta (3). Está atrás de Brasil e Israel, com 8 mil e 7 mil casos, respectivamente.

A “abordagem liberal”, que visa minimizar as perturbações da vida social e econômica, foi criticada por 2.300 acadêmicos em carta aberta ao governo no final de março. Eles pediram medidas de mitigação mais efetivas contra o avanço da doença.

“Ninguém tentou essa rota, então por que devemos testá-la primeiro na Suécia, sem o consentimento informado?”, afirmou uma das cientistas consultadas pela Reuters.

A Reuters ainda informou que a COVID-19 está se espalhando em casas de repouso para idosos na capital, que as instalações médicas já registram falta de equipamentos de proteção. Um hospital de campanha foi aberto em Estocolmo para dar conta dos pacientes graves.

Além da explosão de casos em grupos de risco, poupar a vida social na Suécia pode ser um risco, pois estudos mostram que os portadores assintomáticos da COVID-19 são os que mais transmitem a doença. A vizinha Islândia, inclusive, já fez testes em massa e concluiu que 50% dos casos são assintomáticos.

Redação

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