Jornal GGN – A criação do Programa Mais Médicos soou como uma ótima alternativa para centenas de médicos espanhóis que podem, aderindo ao programa, fugir da crise econômica ao migrar para o Brasil, ganhar experiência e, ainda, receber um salário de R$ 10 mil, equivalente a € 3,3 mil, superior à média da Espanha. Entretanto, a falta de informações concretas sobre as condições de trabalho e moradia, ainda faz com que muitos médicos hesitem em se inscrever ao programa.
As incertezas dos médicos espanhóis foram reveladas ao jornal O Estado de SP, na primeira semana de inscrições do programa, que pretende aumentar o número de profissionais em regiões carentes. Dados divulgados na quinta-feira, em Brasília, indicam que 11,7 mil profissionais se candidataram ao programa do Governo Federal.
Em entrevista ao jornal O Estado de SP, a médica Ángela Álvarez Sellan relata que espera se juntar à lista dos 915 profissionais estrangeiros que se inscreveram no site do Ministério da Saúde para preencher as 10 mil vagas abertas no Brasil e acredita que não terá dificuldades para se adaptar ao País, mas ainda não conseguiu superar uma barreira bem mais prosaica: a da burocracia. “Estou tentando me inscrever, mas é difícil, porque a página não funciona. São muitos papéis, certificados médicos, penais, tudo. Falta um pouco de informação”, diz.
A médica que reside em Carranque, povoado de ares rurais e apenas 4 mil habitantes localizado a 35 km de Madri, não se importaria em trabalhar em zonas rurais no Brasil, contudo, não seria uma opção para ela morar na periferia de uma grande cidade. “Tenho de pensar na segurança. O meio rural não me dá medo, mas a periferia, sim”, salientou.
Além da localização, Ángela se preocupa também com a infraestrutura disponível para a realização de seu trabalho. “Se receitamos um antibiótico, as pessoas têm acesso. Não sei se é assim no Brasil. Espero que não só queiram apenas levar médicos, mas também aprimorar a infraestrutura de saúde”, relata ela.
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