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Bolsa Família e carteira

É de cabo-de-esquadra a manchete principal da “Folha” de hoje -“Benefícios Sociais afastam trabalhador do emprego formal” (clique aqui).

Segundo a reportagem de Fernando Canzian, “por medo de perder benefícios sociais pagos pelo governo, ou na esperança de conquistá-los, trabalhadores rurais no Nordeste estão se recusando a aceitar empregos com a carteira de trabalho assinada”.

Pronto, conseguiu as provas para confirmar as suspeitas do economista José Márcio Camargo, para quem esses pobres calculistas preferem ficar fora do INSS porque sabem que aos 65 anos de idade receberão automaticamente a aposentadoria rural.

Qual o emprego que estão recusando? Segundo o jornal, “são necessárias iniciativas como anúncios em rádio e em carros de som em feiras para arregimentar gente disposta a ter a “carteira assinada por três meses ou mais e ganhar, como base, um salário mínimo por mês“.

Ou seja, está-se falando de emprego temporário, de carteira assinada por três meses por ano. A partir daí, acusar a Bolsa Família de impedir a formalização do emprego é um exagero inversamente proporcional aos “privilégios” recusados pelos trabalhadores.

Luis Nassif

Luis Nassif

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  • Douglas, os casos mencionados
    Douglas, os casos mencionados são de emprego temporário. A opção é entre uma carteira assinada por três meses e a aposentadoria rural. Nenhum trabalhador, em sã consciência, vai abrir mão de um emprego permanente com carteira assinada (que lhe permite benefícios imediatos) em troca de um possibilidade de aposentadoria aos 65 anos.

  • Meu sonho sempre foi este,
    Meu sonho sempre foi este, ficar pobre, mas tão pobre, tão pobre, pra poder passar a sonhar em viver com os 100 paus do bolsa familia. FALA SÉRIO Cisnero, digo Civitta, digo ainda Berico ou Boni ups Frias e MesquitaS, fala sério?! Se tivessemos empregos dignos voces acham que a "turma do social" ficaria sentada e lambendo-se com as guloseimas do bolsa familia? Melhor mesmo ter esta goteria do que vermos crianças carvoeiras ou, ou "trabalhadores" trabalhando por 1/2 salário mínimo. Isso é escravidão ou o que hein?

  • Oportuna análise de Nakano
    Oportuna análise de Nakano hoje na FSP. Nem tanto pelo teor que, fôssemos minimamente esclarecidos já deveria ser amplamente conhecido, mas pela autoria. É indicadora de quem são os verdadeiros perfeitos idiotas latino-americanos. Vinda de Nakano, insuspeito para os que têm alergia até da palavra "esquerda", talvez consiga resgatar mentes obscurecidas pela ideologia neoliberal globalizante que, de liberal, no sentido clássico-teórico, tem quase nada.
    Leitura útil, em especial, por funcionários de jornais que não têm pudor algum em utilizar o espaço de que dispõem para tratar de assuntos que não conhecem minimamente.
    Já teve tempo de ler, Nassif?

  • Esta reportagem, feita por
    Esta reportagem, feita por este veículo ou não, já rola há algum tempo na internet, faz um ou dois meses já recebi um e-mail com esta mesma mensagem, possivelmente na época da eleição para criticar o lula.

  • A Folha, para variar,
    A Folha, para variar, exagerou nesta, chamar bóia-fria com carteira assinada por três meses de emprego formal é forçar muito a barra, colocar isso em manchete é um acinte, é tratar a nós seus leitores de imbecis. Talvez sejamos mesmo.

  • "...carteira assinada por
    "...carteira assinada por três meses ou mais e ganhar, como base, um salário mínimo por mês".
    Mas que desfaçatez! E saber que um cara-de-pau desses ganha vários salários mínimos para escrever e assinar tamanho despautério!

  • Na matéria da Folha estão
    Na matéria da Folha estão embutidas algumas certezas, que atravessam a consciência de muitos bem aventurados:

    1. Pobre é malandro e não gosta de trabalhar.

    2. Pobre opta sempre pela lei do menor esforço.

    3. Pobre se aproveita do Estado, à custa do dinheiro da esforçada elite.

    4. Pobre age por mentalidade pobre, ou seja, não tem poder de reflexão, e suas escolhas refletem sempre as marcas genéticas de sua condição.

    O que são nada mais que paráfrases de 5. Pobre é pobre porque é pobre.

    Essa "animalização" do "pobre" - ele também só pensa em sexo, comida e diversão fútil - é bem antiga: tem a ver com as visões da corte sobre a população "vilã" e que foram herdadas por certa burguesia não informada.

    O que espanta no Brasil é que isso é compartilhado também por certa "burguesia informada".

    A menos que não possamos pôr os editores de alguns jornais brasileiros nessa categoria.

  • Caro Nassif, aqui em
    Caro Nassif, aqui em Alegre/ES, sul capixaba, existe esta crença, de que o Bolsa Família desestimula a procura de emprego. Ninguém quer colher café por 3 meses e depois ficar a ver navios.

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Luis Nassif

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