Bolsa Família e carteira

É de cabo-de-esquadra a manchete principal da “Folha” de hoje -“Benefícios Sociais afastam trabalhador do emprego formal” (clique aqui).

Segundo a reportagem de Fernando Canzian, “por medo de perder benefícios sociais pagos pelo governo, ou na esperança de conquistá-los, trabalhadores rurais no Nordeste estão se recusando a aceitar empregos com a carteira de trabalho assinada”.

Pronto, conseguiu as provas para confirmar as suspeitas do economista José Márcio Camargo, para quem esses pobres calculistas preferem ficar fora do INSS porque sabem que aos 65 anos de idade receberão automaticamente a aposentadoria rural.

Qual o emprego que estão recusando? Segundo o jornal, “são necessárias iniciativas como anúncios em rádio e em carros de som em feiras para arregimentar gente disposta a ter a “carteira assinada por três meses ou mais e ganhar, como base, um salário mínimo por mês“.

Ou seja, está-se falando de emprego temporário, de carteira assinada por três meses por ano. A partir daí, acusar a Bolsa Família de impedir a formalização do emprego é um exagero inversamente proporcional aos “privilégios” recusados pelos trabalhadores.

Luis Nassif

52 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Douglas, os casos mencionados
    Douglas, os casos mencionados são de emprego temporário. A opção é entre uma carteira assinada por três meses e a aposentadoria rural. Nenhum trabalhador, em sã consciência, vai abrir mão de um emprego permanente com carteira assinada (que lhe permite benefícios imediatos) em troca de um possibilidade de aposentadoria aos 65 anos.

  2. Meu sonho sempre foi este,
    Meu sonho sempre foi este, ficar pobre, mas tão pobre, tão pobre, pra poder passar a sonhar em viver com os 100 paus do bolsa familia. FALA SÉRIO Cisnero, digo Civitta, digo ainda Berico ou Boni ups Frias e MesquitaS, fala sério?! Se tivessemos empregos dignos voces acham que a “turma do social” ficaria sentada e lambendo-se com as guloseimas do bolsa familia? Melhor mesmo ter esta goteria do que vermos crianças carvoeiras ou, ou “trabalhadores” trabalhando por 1/2 salário mínimo. Isso é escravidão ou o que hein?

  3. Oportuna análise de Nakano
    Oportuna análise de Nakano hoje na FSP. Nem tanto pelo teor que, fôssemos minimamente esclarecidos já deveria ser amplamente conhecido, mas pela autoria. É indicadora de quem são os verdadeiros perfeitos idiotas latino-americanos. Vinda de Nakano, insuspeito para os que têm alergia até da palavra “esquerda”, talvez consiga resgatar mentes obscurecidas pela ideologia neoliberal globalizante que, de liberal, no sentido clássico-teórico, tem quase nada.
    Leitura útil, em especial, por funcionários de jornais que não têm pudor algum em utilizar o espaço de que dispõem para tratar de assuntos que não conhecem minimamente.
    Já teve tempo de ler, Nassif?

  4. Esta reportagem, feita por
    Esta reportagem, feita por este veículo ou não, já rola há algum tempo na internet, faz um ou dois meses já recebi um e-mail com esta mesma mensagem, possivelmente na época da eleição para criticar o lula.

  5. A Folha, para variar,
    A Folha, para variar, exagerou nesta, chamar bóia-fria com carteira assinada por três meses de emprego formal é forçar muito a barra, colocar isso em manchete é um acinte, é tratar a nós seus leitores de imbecis. Talvez sejamos mesmo.

  6. “…carteira assinada por
    “…carteira assinada por três meses ou mais e ganhar, como base, um salário mínimo por mês”.
    Mas que desfaçatez! E saber que um cara-de-pau desses ganha vários salários mínimos para escrever e assinar tamanho despautério!

  7. Na matéria da Folha estão
    Na matéria da Folha estão embutidas algumas certezas, que atravessam a consciência de muitos bem aventurados:

    1. Pobre é malandro e não gosta de trabalhar.

    2. Pobre opta sempre pela lei do menor esforço.

    3. Pobre se aproveita do Estado, à custa do dinheiro da esforçada elite.

    4. Pobre age por mentalidade pobre, ou seja, não tem poder de reflexão, e suas escolhas refletem sempre as marcas genéticas de sua condição.

    O que são nada mais que paráfrases de 5. Pobre é pobre porque é pobre.

    Essa “animalização” do “pobre” – ele também só pensa em sexo, comida e diversão fútil – é bem antiga: tem a ver com as visões da corte sobre a população “vilã” e que foram herdadas por certa burguesia não informada.

    O que espanta no Brasil é que isso é compartilhado também por certa “burguesia informada”.

    A menos que não possamos pôr os editores de alguns jornais brasileiros nessa categoria.

  8. Caro Nassif, aqui em
    Caro Nassif, aqui em Alegre/ES, sul capixaba, existe esta crença, de que o Bolsa Família desestimula a procura de emprego. Ninguém quer colher café por 3 meses e depois ficar a ver navios.

  9. Olá,
    Exageros à parte, o
    Olá,
    Exageros à parte, o fenômeno ocorre ou não ? Será que o recolhimento do INSS tambem incentiva a recusa ?
    Quanto à “qualidade” do emprego (3 meses por ano), acho que quem muito pouco ou nada tem, não pode se dar ao luxo de escolher o que fazer, mas esta é só minha opinião de 2 centavos.
    É como se dizia: “Mas doutô uma esmola a um homem qui é são. Ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão.”
    [ ]´s

  10. O polêmico trabalho ( “O
    O polêmico trabalho ( “O mito da estagnação da renda pós reformas no Brasil”) , discutindo o que argumentam ser o crescimento verdadeiro da renda no Brasil, entre 1987 e 2003, pode ser encontrado , em Inglês, em http://www.sbe.org.br/ebe28/pdf/24.pdf .
    O gasto com comida , medida pela proporção de renda gasta ( em % caiu de 45% , em 1987-1988) para
    25% em 2002/2003 .
    Os lares com televisores foram de 57,4% , em 87/88, para 93,4% em 2002/03. Os lares com máquina de lavar foram de 29,3 % em 87/88 , para 52,7 %. E a porcentagem de crianças sub-nutridas foram de 14,2 em 1974, para 2,6 em 1996, medido pela altura inadequada como indicador de sub-nutrição..
    Os resultados são contestados pelo IBGE. O trabalho é denso em termos de equações. Mas na minha interpretação bate com o significativo crescimento da informalidade na economia; mais sonegação, como conseqüência da voracidade da arrecadação sobre a economia formal, que torna a sonegação a salvação da economia e do trabalho.
    Estimo que nossa economia real seja de 3 a 4 vezes a oficial

  11. Nassif
    É triste ter que
    Nassif
    É triste ter que comentar uma reportagem dessas. Ela parte de um pressuposto, já anteriormente descrito. Se este fosse o da dúvida, ao invés do preconceito, a reportagem deveria se ater ao inusitado: como alguém abre mão de R$ 350,00 + benefícios (q. ñ são tão poucos), para “ficar em casa passando fome” com R$ 95,00 p/ mês? Como isso pode estar acontecendo? Porque? E qual a importância dos R$ 95,00 (no máximo) dentro desse contexto? Penso que este deveria ser o papel do jornalismo, ir além dos fatos sem preconceitos, com o perdão da palavra, elitistas. Será pedir demais a um jornal?

    Se o Estado (forjado pela sociedade a duras penas) não serve para corrigir as distorções nas suas causas, para que ele irá servir então? Apenas para prender (matar e torturar, argh!) os cidadãos depois que eles virarem bandidos? Talvez tenha razão aquele comentarista do blog que sugeriu, ironicamente, que deveríamos também passar por grandes guerras e massacres, para aí sim nos igualarmos a outras nações, mais civilizadas(?).
    Abs
    Rafael

  12. Alguns jornalistas(talvez a
    Alguns jornalistas(talvez a maioria) da “grande imprensa”, desconhecem a realidade do POVO brasileiro e transformam em notícia tendenciosa uma realidade cruel.
    Que mal há em um trabalhador miserável fazer opção por um beneficio social e não por um salário que lhe tira a aposentadoria?
    Será que este(s) jornalista(s) imaginam o drama que deve ser na cabeça deste trabalhador ao fazer esta opção por um insignificante beneficio social, pensando no futuro? Esta miserável opção não significa a libertação destes pobres,
    apenas UMA opção. Só isto.

  13. O brilhante reporter Fernando
    O brilhante reporter Fernando Canzian estaria disposto a abandonar o seu emprego na FSP por uma proposta de trabalho temporário por tres meses, mesmo ganhando o dobro do que a Folha lhe paga?

  14. Grande Nassif!

    Eu acho que a
    Grande Nassif!

    Eu acho que a FSP já acabou faz um certo tempo… Deviam mudar o nome do jornal.

    Os efeitos da política de distribuição de renda, ainda tímida, precisam ser estudados, mas parece que ninguém se dá ao trabalho.

    Será que não tem gente achando muito ruim não encontrar mais miseráveis que se sujeitem a qualquer tipo de exploração???

    Essa gentalha agora vai ficar escolhendo? Vai querer escolher se trabalha ou não? Vai querer ter direitos? Isso é um grande absurdo, isso vai desestabilizar as forcas produtivas do país!!! Pobre não pode reclamar, tem mais é que abaixar a cabeça e trabalhar para ganhar um prato de arroz com feijão!!!

    Será que agora vamos ter que pagar, digamos, a exorbitante quantia de 1,5 salários mínimo, em vez de apenas 1, para o trabalhador?

  15. Que cara-de-pau! Será que
    Que cara-de-pau! Será que essas figuras conhecem o Nordeste?
    Perdi a paciência, hein? Invocarei o espírito do Conselheiro… Estes caras são nova versão do Moreira César

  16. Acho justíssimo. Isso é
    Acho justíssimo. Isso é princípio elementar de civilização. País que não sabe cuidar de seus miseráveis não é país civilizado. Aliás, não tem forma mais justa de gastar dinheiro público que com a parcela mais miserável da população.

  17. E as chibatadas?Ninguém vai
    E as chibatadas?Ninguém vai reclamar,essa bonificação? Desse modo teremos de importar mão-de-obra.É do nordeste ,de onde partem as insistentes reclamações, contra esse “privilégio”.Conseguiram sensibilizar até a CNBB, que emitiu uma nota protestando contra a opulência e o empanzinamento das massas,promovido pelo ócio da bolsa -família. O escravagismo está bem arraigado na nossa cultura.E os personagens ,aqueles mesmos dos remotos livros de história:clero,ruralistas e aristocratas falidos.

  18. Para Weden.
    O pensamento de
    Para Weden.
    O pensamento de Locke, Hobbes e A. Smith se referindo a classe operária
    . Abaixo o pensamento de Locke retirado de: Teorias de Estado de Yves Leclerq. “Para ele a classe laboriosa é incapaz de viver de maneira racional. O operário assalariado vive o simples dia a dia. O desemprego não tem causas econômicas, e é uma conseqüências da preguiça e da depravação.” Variantes desta visão liberal tradicional nos iremos encontrar na Social Democracia com Kautsky e Hilferding. O incrível que até Lenine encampou este pensamento, ressaltando que, somente uma única vez em “Que Fazer ?”e por nítida influencia de Kautsky.
    Resumindo; quase 300 anos e o pensamento não muda.

  19. Nassif, bom dia.Voce tocou em
    Nassif, bom dia.Voce tocou em um ponto importante.Querer eliminar benefícios do governo, seria retroagir muito na política social que está dando certo.Quem anda pela região norte e nordeste do país, sente tranquilamente a melhoria da condição de vida da camada da população mais pobre e vê felicidade no semblante de cada pessoa jovem ou adulta.Antes era bem diferente, a industria da seca proliferava e o povo continuava empobrecendo cada vez mais. Hoje os empregadores do NO e do NE estão sendo obrigados a pagar melhores salários pela mão de obra , o que não era possível anteriormente.A bolsa família ainda é um mal necessário para acabar com as desiguialdades sociais.

  20. Você tinha pedido palpites
    Você tinha pedido palpites sobre as razões para o atraso brasileiro, em conformidade com o pensamento de Fábio Giambiagi, o autor de “Brasil, Raízes do Atraso: Paternalismo vs Produtividade. As dez vacas sagradas que acorrentam o país”.

    Pois ai está. A “Folha de S. Paulo” lhe deu um: “Trabalhadores rurais que se negam a entrar no mercado formal de trabalho para não perderem os benefícios da Bolso-Família”

  21. Os media e jornais som
    Os media e jornais som mercadorias com o objetivo principal de manipular a informação. A crença da livre informação não passa q de uma crença.
    A leitura não pode q ser critica pra entender pq escrevem o q escrevem e quais poderosos interesses defendem.
    A escravidão era antieconomica , sendo o escravo um bem capital. Com o trabalhador livre q tem q aceitar qualquer salário per não morrer de fome temos o verdadeiro escravo, barato e dispensável em qualquer momento.
    A fantasiosa e ridícula teoria ortodoxa do salário imagina q o trabalhador possa se recusar de trabalhar quando o salário é muito baixo. Isso seria algo de comum.
    Mas a mesma teoria ortodoxa não especifica se o trab pode se recusar pq tem outros recursos. Ou se nunca pode se recusar pq precisa sobreviver. Nesse caso a teoria é inconsistente.
    É uma questão de civilização e tb de razão de existência do estado criar as condições pq todos tenham dignas condições de vidas. Os mais fortes não precisam do estado. E a produção é sempre uma produção social.
    No Brasil vale o oposto: uma pequena turminha trata a maioria como caos. A miséria regra da exploração. Esse governo e Presidente eleitos per um grande voto popular enfrentam muitas dificuldades pra mudar a situação.
    Per os sábios de plantão e moralistas os miseráveis q não se deixam escravizar completamente som os grandes responsáveis dos problemas econômicos.
    Tem muitos moralistas q ganham um salário muito alem da contribuição produtiva aportada. Os miseráveis produtivos pagam a diferença.
    E

  22. Paulo, não tente dispor
    Paulo, não tente dispor minhas idéias como produtos em gôndolas de supermercados, que não vai conseguir. O que faço é crítica à mídia há no mínimo quinze anos e se tornou uma das marcas do meu trabalho profissional. Há um problema claro: os temporários, com trabalho precário, não estão aceitando registro para emprego de três meses. E o MTb exige registro. E há uma de discussão (à parte desse) de que os programas sociais “viciam” o trabalhador e o levam a não buscar emprego formal ou contribuir para o INSS. A matéria trabalha claramente com trabalhador temporário, mas o enfoque é na segunda direção. Tanto que não se mostra nem nas duas chamadas nem no lide que a recusa parte de trabalhadores temporários. Mostre aí onde está o exemplo de trabalhador que recusou emprego permanente com carteira assinada, conforme você afirma no seu comentário. Todas as “fontes” são “gatos”, pessoas que vivem de arregimentar trabalhador para trabalho temporário em colheita, que é uma das formas mais disseminadas de subemprego rural.

  23. Douglas, me mostre na matéria
    Douglas, me mostre na matéria um caso de trabalhador que tenha recusado emprego permanente com carteira de trabalho assinado.

  24. E tem gente que acha que
    E tem gente que acha que esquerda e direita não existem! A folha é hoje a principal voz da direita no Brasil, mais uma vez conseguiu superar o Estadão. Parabéns! Ah, esses patrões, ficam incomodados com qualquer autonomia do trabalhador. Oferece uma carteira assinada pagando 500,00 por um ano e ninguém vai pensar no bolsa família. Como se sabe, o bolsa família também ajuda também a combater o trabalho escravo.

  25. Laurencio, os nossos
    Laurencio, os nossos economistas costumam dizer: em vez de câmbio, mudanças estruturais, menos impostos, mais infra-estrutura etc. Propõe-se algo que não existe em lugar de uma alternativa à mão. O mesmo ocorreu com a Bolsa Família. Em vez da Bolsa Família, empregos e empregos. Concordo. Mas onde estão os empregos? Além disso, está se falando de um pessoal marginal, que sequer se integrou ao mercado de trabalho. Se pegar os dados do IBGE, verá que na maioria absoluta dos casos (acho que 65%) os aposentados são arrimo de família. É o dinheirinho deles que garante o neto ou o filho na escola e à salvo do aliciamento pelo crime. Quanto ao histórico no assistencialismo brasileiro, posso lhe afiançar que o Bolsa Família é o primeiro programa em larga escala cujo recurso vai direto para o beneficiário. Aliás, foi isso que matou a intermediação dos coronéis e garantiu a votação do Lula. E com acompanhamento de várias instituições acadêmicas, que desenvolveram diversos indicadores. Vai apenas adiar o problema se o governo Lula prosseguir nessa ortodoxia exasperante do BC e não promover a criação de empregos. Mas aí o problema não estará no Bolsa Família, mas na política econômica. Quanto à lei da gravidade, não existe escola econômica que não tenha um foco na inclusão social. Não se trata só de solidariedade, mas também da própria lógica da economia. Quanto às diferenças entre China e Brasil, sugiro aparecer no lançamento do “Cabeça de Planilha”. Há algumas tentativas de explicar a perda de oportunidade.

  26. Mais uma tentativa de negar,
    Mais uma tentativa de negar, que os programas de distribuição de renda, são fundamentais em um dos países mais injustos do mundo. O Bolsa Família é um sucesso e deve ser ampliado.
    Os neoliberais e sua mídia tem realmente um problema grave. É como um AVC que lhes obstrui a passagem de sangue e consequentemente oxigênio, para vastas áreas do cérebro. Não faz bem nenhum lutar contra a realidade. Esta “denúncia” da Folha chega a ser ridícula. Os Frias abandonaram a realidade.

  27. Nesta reportagem existe um
    Nesta reportagem existe um “pano de fundo” de criticar os beneficios sociais.`´E muito claro. Coloca os beneficios sociais como empecilho ao trabalho formal. Interessante são estes assalariados bem-nascidos deslumbrados com o sucesso da boa sobrevivência. Esquecem-se que nasceram bem, que numa corrida de 100 m rasos, começam com 20 m de vantagem. Não estou falando dos ricos, mas destes pobres(de cabeça e de sentimento) que alcançam uma sobrevivência digna e esquecem daqueles que nascem sem um mínimo de condições de dar um passo a frente.

  28. Há bastante estudo sim. Tem o
    Há bastante estudo sim. Tem o pessoal do Marcelo Nery, da FGV-Rio, e mais uma dezenas de instituições. Creio que os estudos podem ser acessados no site do programa. Quanto ao livro, lançamento provável em abril.

  29. Douglas, nossas brigas são de
    Douglas, nossas brigas são de bom nível. E nossas concordäncias, também. Mas veja só sua afirmação: “Nenhum emprego é permanente, todos são precários, a diferença é que o temporário tem data certa para acabar”. Você coloca como se não houvesse uma diferença entre o trabalhador inserido no mercado de trabalho (que pode mudar de emprego ou profissão) e o trabalhador de trabalho temporário no campo (que só consegue os três meses de carteira por ano), sendo aliciados por “gatos”. A diferença é fundamental.

  30. Suponho que não seja uma
    Suponho que não seja uma missão impossível definir com base em fatos se as políticas de renda mínima tem realmente o efeito de acomodar a população:

    . Escolhemos regiões fortemente servidas pelos programas
    . Levantamos números históricos de trabalho formal, antes e depois da implantação dos programas
    . Consultamos entidades empresariais variadas a respeito do mercado de trabalho

    A análise de dados cruzados deverá ao menos sugerir respostas.

    A minha opinião pessoal é que a simplas consulta a diversas associações empresariais dará boas pistas.

    A minha outra opinião pessoal é que, se a reportagem da Folha citou apenas os postos temporários, os permanentes não devem estar sendo atingidos significativamente. Seria muito fácil conseguir testemunhos de outros empresários se isso realmente fosse uma tendência.

    Não é um trabalho jornalístico investigativo absurdo. Bastaria seguir a metodologia simples e barata de passar dois ou três dias batendo de porta em porta.

  31. Vamos analisar sobre a ótica
    Vamos analisar sobre a ótica da economia de mercado:
    Se o trabalhador recusa o salário mínimo por um trabalho por 3 meses, é porque o custo-benefício deste salário está baixo.
    Vejamos: 3 meses X R$ 350 = R$ 1050,00 por ano. Quanto ao salário família: R$ 95 (no máximo) X 12 meses = R$ 1140,00 por ano.

    Solução de mercado: aumentar o salário para além do mínimo até o valor atrativo.
    Porquê o Brasil teria que retroagir socialmente (culpando o Bolsa Família), e não evoluir (e dentro do capitalismo) pagando salários melhores como R$ 400 ou R$ 500 neste caso citado?

  32. Nassif,

    Obrigado pelo
    Nassif,

    Obrigado pelo convite. Se o aperto deixar, irei com prazer, mas desde já, desejo sucesso ao Cabeça de Planilha.

    Você, os economistas, o governo acho ter como solução consensual o crescimento econômico como principal criador de empregos, riquezas e saída desde atoleiro onde se meteu o Brasil. O governo é favorável, diga-se de passagem, por vias tortas. Acha que com mais riquezas terão mais tributos – erro crasso: os tributos entravam o crescimento. Não se pode crescer com o governo tungando quase 40% das riquezas produzidas no país. Digo “tungar” não só porque os impostos são volumosos, mas não se tem a contrapartida. Taxa-se como na Suíça e recebe-se serviço como no Zimbábue. Não se pode crescer inchando a maquina administrativa – estima-se que enfiaram de 30 a 40 mil petistas no Estado brasileiro quando era necessário cortar. Não se pode crescer manipulando o rombo da Previdência. Solidariedade é muito bonito, mas ela tem um custo. Alguém paga a conta. O Brasil não tem condições de arcar com o seu sistema previdenciário. Repare a Alemanha, a França, a Itália que são países com economias muito mais sólidas. Eles estão cortando. Devagarzinho, com uma baita resistência dos sindicatos e funcionários públicos – ninguém quer perder direitos adquiridos, nem eu nem você — mas estão cortando. Não jeito. Faz quando pode ou acaba fazendo de joelhos. A Inglaterra já fez na década de 80. Um governo socialista deu continuidade: funcionou. O Brasil não vai crescer priorizando o comercio externo com os paises do hemisfério sul baseando-se apenas em opções ideológicas. Isso é demagogia. Ou, ñao me leve mal, é mais é fácil de roubar. Não vai crescer por decreto. Dizem: “Este ano vamos crescer 5%.” Ora, enquanto não fechar o ano, o índice é uma estimativa — o Ministério da Fazenda tem 400 observadores es ti man do. Lembra-se do Palocci? Dizia: “Não me perguntem quanto vai crescer.” Ele estava certíssimo. (Ele foi um dos melhores ministros que Brasil já teve, dotado de inteligência singular.) Você escreve que o Bolsa Família inviabilizou o coronel. Lamento, discordar. O Bolsa Família fez do Estado o grande coronel. O programa criou uma massa eleitoral cativa na mão de quem governa. Olha, não é só o PT, os outros partidos perceberam o tamanho do trunfo. Ninguém toca nisso mais, não. A tendência é aumentar. Vai ficar cada dia mais oneroso. O beneficiário não sai da miséria. Atola na dependência. É uma “alternativa a mão”, sem dúvida. Mas certamente uma inclusão artificial, inibidora. O país não cresce tampouco por pensamento mágico. “Olha, vamos baixar um pouquinho os juros, vai produzir um tico de inflação, mas depois a gente controla.” Não controla mesmo. É o estouro da boiada. Isso mesmo, menos imposto, mais infra-estrutura, reforma previdenciária. Isso mesmo, quando a maré subir, sobem os barcos de todos os portes. História da humanidade.

  33. As pessoas parecem muito
    As pessoas parecem muito preocupadas com o pouco que ganham os miseráveis da nação, mas e os efeitos do que ganham os privilegiados?? O judiciário consome 8% do PIB. O salário de um promotor federal paga 5 médicos em qualquer região metropolitana. O quanto melhor seria nosso país se o dinheiro fosse melhor distribuído!!

  34. Agora inventaram mais esta!
    Agora inventaram mais esta! Eu não conheço uma pessoa sequer que não pense em elevar seus rendimentos. Quer seja por promoção, horas extras, ampliação dos negócios, das vendas, da produção. A mídia encontrou uma “raça” que se contenta com o que está ganhando! É incrível, pois a bolsa é menor que o Salário Mínimo!!! É o fundo do poço (para a mídia).

  35. Acredito que toda essa
    Acredito que toda essa polemica, criticas acidas e acirradas da midia e opositores aos programas de governo, a mim parece apenas uma questão de ter ou não “boa vontade”, pois entender a bolsa familia, assim como entender as melhores universidades publicas, carissimas aos cofres publicos, as bolsas para pesquisas em todas as areas de conhecimento, aqui e fora do pais, pagos também com o erário publico, são identicas. Em minha humilde opinião tanto a bolsa familia, como as outras bolsas e universidades publicas, são necessárias e importantes ao País. Acho muito triste que numerosos usuarios das bolsas caras e universidades gratuitas sejam tão mesquinhos que queiram coibir e fiquem se opondo a esse remedio que tanto o nosso Brasil precisa, que é a bolsa familia. Enfim é triste ver contestado um subsidio enquanto outros tantos não são. Solidariedade e generosidade faz bem! Tente, voce ira se sentir melhor.

  36. Ou: há coisa mais inoportuna
    Ou: há coisa mais inoportuna que um jornal sediado na maior cidade nordestina do país vir em manchete de capa com a execrável idéia de que o povo nordestino não gosta de trabalhar?
    Preferia que a “Folha” tirasse o “São Paulo” do nome.

  37. Então a Folha é pró-Lula,
    Então a Folha é pró-Lula, pois demonstrou que há vagas de emprego de alto nível no Brasil, sem candidatos que as preencham.
    Vamos importar mão-de-obra!

  38. Três meses com carteira? Três
    Três meses com carteira? Três meses é tempo de experiência… manda-se embora sem pagar nada! Quem trocaria? A FSP de antigamente, isenta, botaria um título assim: Nordestino deixa de ser bobo.

  39. Não me parece sensato
    Não me parece sensato preferir receber 80 reais do Bolsa Família e dispensar os 350 reais de um emprego temporário com carteira assinada. E terminada a safra, a mãe poderá requerer o bolsa Família novamente. Assim, o que está levando o pessoal a recusar emprego formal (custo a acreditar) é somente a expectativa de receber a aposentadoria especial. Desconfio que o Bolsa Família foi maliciosamente enxertado na reportagem.

  40. Jesus,onde a FSP ,Canzian e
    Jesus,onde a FSP ,Canzian e cia. querem chegar? Hoje,no painel do leitor da FSP,aconteceu uma enxurrada de raiva e preconceito contra os pobres,programas assistenciais,etc.Roosevelt estaria ferrado aqui no Brasil,com o New Deal.Não aguento mais a frase “eu ,que pago impostos,etc”.Tipico pensamento farisaico.Brecht tinha razão sobre a pequena burguesia.O horror,o horror.

  41. Nassif, parabéns pelos
    Nassif, parabéns pelos leitores que cativou neste importante espaço democrático. Que atrai, inclusive, muitos que, provavelmente, vivem em outros países e invejam a vida de abundância dos trabalhadores rurais nordestinos. Que, não bastasse a exuberância tropical de que podem desfrutar, vivem nababescamente com essa quantia mensal fabulosa de 95 reais que o governo ousa lhes oferecer, aprofundando ainda mais as disparidades com os que tem que se submeter às irrisórias quantias pagas por esse mesmo governo aos seus modestos e sofridos credores.

  42. Nassife, boa tarde..
    esta é a
    Nassife, boa tarde..
    esta é a segunda vez que participo do seu blog,admiro vc.não sei tanto da sua pessoa.mas sei que é maravilhoso.sobre,esse reporter.o que eu tenho a dizer é que ;isso é coisa de jornalista conservador,e que não se preocupa muito,com o bem estar dos mais oprimidos,e o que eles querem mesmo e detonar os politicos que trabalham pelo social,eles estão torcendo contra todos os projetos do Presidente LULA.mas quanto mais eles torcem contra mais eles dão certo.Eu fico felis .O bolça familia esta indo muito bem,só não esta melhor porque existe algumas prefeituras corruptas que as desviam para seus proprios interewse.Essa torcida do contra já esteve maior,agora eles viram que;Quem manda é o povo,e que nós vencemos a midia golpista e aos tucanatos.

  43. Olha a Folha de São Paulo não
    Olha a Folha de São Paulo não esconde de ninguém que torce para o governo LULA não dê certo e, como tem um poder muito grande de formação de opinião fica plantando coisas que não tem muito a ver. Um emprego temporário de três meses não representa nada para um trabalhador, se por acaso o trabalhador tiver sua carteira assinada na esperança de passar muito tempo ele não vai recusar emprego nenhum, mesmo porque o bolsa família ainda é representa pouco para uma família, mas vamos aumentar durante o segundo mandato do Governo LULA para ver esses tucanos da Folha com mais ira.
    Teófilo – Piauí

  44. Boa noite Luis Nassif.
    mas
    Boa noite Luis Nassif.
    mas não é possivel,denovo escrevi errado, agora eu engoli o I,não é possível.vou te chamar agora só de Luis,nome Brasileiro ,bonito ,e popular. Abraços.Angela M.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador