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Sobre os professores paulistas

Por Marco Antonio Ferreira

Olá Nassif

Bem, o que ocorre é que a SEE de São Paulo, possui cerca de 100 mil professores temporários, e ainda faltam professores em algumas regiões, no final de cada ano é apurado a pontuação de todos os professores para a atribuição de aulas no ano seguinte. Essa pontuação é baseada em tempo de magistério e títulos ( a grosso modo).

Acontece que a Secretaria quis fazer um “concurso” para os temporários, e APEOESP entrou na justiça contra essa provinha, conseguiu que ela fosse classificatória ao invés de eliminatória, sendo assim, a pontuação dos professores seria baseada em: tempo, títulos e nota da provinha. Ou seja, em nada vai mudar a qualidade da educação como tem dito a “secretária de educação” pois só iria haver uma reorganização da rede, sendo os que tiveram a menor nota seriam jogados para as periferias da vida, onde o problema é crônico e muito mais grave que o preparo do professor…

É impossível alguém lecionar com traficante pelos corredores, alunos drogados e ninguém… absolutamente ninguém fala nada!!! Que tal melhorar salários, condições de trabalho ( por que tá feio o negócio!!), segurança (principlamente), fazer concurso todos os anos até acabar com a figura do professor temporário ( que alguns se aposentam nessa situação), investir realmente!

Gastar menos em propaganda e investir de verdade em estrutura e pessoal, formação de verdade e não cursinhos que são resultado de uma “ação entre amigos acadêmicos” fora da realidade vivida pelo professor. Tem muito professor ruim?

Tem! Mas ninguém nasce professor, as pessoas estudam cerca de 15 anos (educação básica e superior) para entrar em uma sala de aula, então é preciso cobrar mais eficiência de quem forma o professor!!!

Luis Nassif

Luis Nassif

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  • Acompanhei a carreira de
    Acompanhei a carreira de minha mãe. Foi professora, diretora e supervisora de ensino. Está aposentada há dez anos. Quando estava na ativa reclamava da falta de recursos, precariedade das instalações e principalmente da politicagem que havia se instalado nas delegacias de ensino. E como bons tempos, lembra da gestão de Franco Montoro. Depois dele foi o desmonte do sistema de ensino do estado.

    A situação é muito grave.

  • O que me espanta é que o
    O que me espanta é que o estado mais rico da federação possua 100 mil professores temporários, Quantos existem EM ATIVIDADES DE APOIO ADMINISTRATIVO E OPERACIONAL ?

    O que me esoanta é que o estado mais rico da federação derrespeite as regras mais simples do serviço público e principalmente do magistério, Que ore coniza, reza e determina que:professores; inspetores de alunos e mererendeiras são.

    São cargos de PROVIMENTO EFETIVO, CUJO INGRESSO NA CARREIRA FAR-SE-A MEDIANTE APROVAÇÃO PRÉVIA EM CONCURSO PÚBLICO DE PROVAS E TÍTULOS.

  • Nassif,
    Acho que é utopia,
    Nassif,
    Acho que é utopia, pois demoraria pelo menos uns 12 anos para ter o grande resultado final e os políticos jamais esperariam tanto. Mas que tal começar a revolução educacional pela alfabetização e ir 'subindo a escada'?
    Explico. Se um bom planejamento for feito, com perspectivas de salários razoáveis, ementas realmente significativas em aumento de conhecimento e melhores condições físicas de trabalho, poderíamos ter crianças muito bem alfabetizadas e educadas formalmente. E aí não tem traficante ou drogado, pois crianças em alfabetização (ainda) não enfrentam estes percalços.
    Isso seria feito ano após ano escolar. Os retardatários de reprovação seriam minoria a cada ano e (talvez) fossem transformados pelo contato com alunos e professores mais motivados. O sistema escolar melhoraria a partir de suas bases.
    Após uns 12 anos, teríamos um grande contingente de alunos mais bem formados na educação básica e poderíamos pensar numa grande revolução universitária.
    Penso que, apesar de utópico, tal plano poderia atrair bons professores, pois é ainda mais utópico querer que professores bem formados se sujeitem a trabalhar em condições precárias. Nós temos amor próprio e auto-estima! Eu mesmo sou um apaixonado pelo meu trabalho nos cursos técnicos em que dou aula, mas jamais faria concurso para trabalhar no Estado, no antigo 2º grau, pois não teria o salário que tenho, nem os estímulos para me aperfeiçoar e muito menos os alunos motivados e dedicados que tenho no ensino técnico federal. Fora o fato de que me sinto valorizado e respeitado como profissional pelos meus pares da área técnica na indústria e na universidade.
    O professor do ensino básico já foi valorizado no nosso país. Ou seja, o passado demonstra que uma outra condição é possível, mesmo que antes o ensino fosse elitista e para uma minoria. Mas a história dos países desenvolvidos e dos tigres asiáticos mostra que pode ocorrer a expansão de um ensino de qualidade para toda a população. E, como afirmaram Milton e Fernando Brant numa canção, quero a utopia, quero tudo e mais, sabendo, além de tudo, que a utopia é realizável.
    Abraços,
    Ademário

  • Senhor Marcos, sou professora
    Senhor Marcos, sou professora concursada. Obrigada pelas suas palavras. Acrescento ainda que fiz mestrado (federal) viajando mais de 500 km e hj sinto jagada num lugar que chamam de escola e com cobranças e cobranças....mas nunca param para nos ouvir....Mesmo ñ fazendo a prova sinto insultada da forma que estão colocando esses zeros...minha filha fez prova para filosofia e a nota saiu para geografia...isto prova a desorganização do sistema. Se fosse um estado sério o senhor governador tinha demitido a tempos esta secretaria....ou ele estah procurando alibi para a desgraça que encontra nossas escolas...jah que estamos a vesperas da eleiçoes presidenciais...
    Precisamos aprofundar essas analises....

  • A capacidade dos professores
    A capacidade dos professores é proporcional à formação dos mesmos, sem investimento não têm qualidade. É a famosa Lei do Mercado e não adianta querer mudar isto, Se não incentiva, não melhora.É plitica da cenoura e do porrete mesmo, o resto é conversa para boi dormir.

  • UM colega meu, que possui
    UM colega meu, que possui doutorado, mas diz que vao continuaria na escola pública porque sua qualificação foi paga com o dinheiro público, quase levou um tiro na cabeça em sala de aula, a bala passou a 4 dedos de distância. Um aluno resolveu atirar nele e um colega desviuou a arma antes do tiro.

    Resultado, o cara se afastou e tá com síndrome de pânico.

    Essas coisas não passam na mídia.

  • O Serra e sua
    O Serra e sua secretária-monstro, não são os únicos a deteriorarem o professor numa ofensiva clara de "quanto pior, melhor", rumo ao auxílio às instituições privadas. O MEC deveria fiscalizar, orientar e punir as faculdades - senão todas, quase todas privadas - que formam professores sem consciência política, formados à distância, sem diálogo, que acham difícil ler Paulo Freire e impossível de aplicá-lo. O PIG ainda acusa o professor por esse caos. Sou professor, ganho dois salários mínimos e meu aluguel come um deles, preciso pesquisar, estudar, preparar aulas, e não vai ser com provinhas, por melhor que seja meu resultado, que alguma coisa vai melhorar....
    Como dizia um personagem de Sartre: "Continuamos...."

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Luis Nassif
Tags: Educação

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