Sou pesquisador do CNPq e atuo num programa de Pós-graduação bem avaliado pela Capes, com nota 6, numa escala que vai até 7.
Afirmo que esse quadro descrrito pelo RJR sobre a pesquisa no Brasil é muito distorcido, devido às seguintes razões:
1) As avaliações são feitas por comitês que primam pela baixa transparência.
2) Os avaliadores são anônimos, o que dá margem a todo tipo de tráfico de influência, arranjos de bastidores, o famigerado Inside Job. Esse problema está se tornando grave também em outros países, que sempre serviram de modelo para nossa pesquisa. Vejam, por exemplo, algumas rápidas opiniões do Nicolelis sobre isso no twitter:
http://twitter.com/#!/adolfont/statuses/70495387588362240
http://twitter.com/#!/MiguelNicolelis/statuses/70474623925489664
Portanto não é verdade que “todos se uniam pela qualidade”. O sistema estimula que cada um busque se adaptar da melhor maneira ao sistema de avaliação, que está repleto de distorções.
3) As avaliações são, em geral, apenas quantitativas (por exemplo, número de doutores formados, número de artigos publicados etc.) e bastante superficiais. A tentativa de se levar em conta a qualidade através da instituição do Qualis foi um retumbante fracasso. Isso porque a tabela de qualidade do Qualis sofre da mesma falta de transparência e tráfico de influência apontados acima. Não existem critérios objetivos de qualidade e muitas vezes as publicações internacionais sofrem alterações radicais na sua posição no Qualis, simplesmente por conta da mudança do comitê da área.
4) E o principal, quase não existem índices objetivos que induzam uma pesquisa que sirva ao interesse nacional, que produza frutos para a sociedade e não sirva apenas para satisfazer o ego da comunidade acadêmica. A pesquisa não se destaca entre os políticos, porque não se destaca entre a população em geral. E a culpa não é dos políticos, muito menos da população. A culpa é de termos um sistema de pesquisa extremamente ineficiente, que produziu um maior volume de doutores e de publicações, mas não conseguiu articular satisfatoriamente o sistema de pesquisa com um esboço de projeto nacional. Evidente que existem algumas exceções, entre elas a Empraba, a Coppe, o INPE, o ITA , o LNLS etc. Mas são apenas isso, exceções. Em São Paulo existe algum esforço da FAPESP através dos Projetos Temáticos, mas ainda é muito pra “inglês ver”.
Portanto a contribuição do RJR na avaliação da Capes foi muito insuficiente. Não se enfrou as seguintes questões cruciais para a avaliação:
1) O aumento substancial da transparência do processo avaliador, de modo a desestimular o tráfico de influência, tão danoso e tão presente na vida nacional.
2) A criação de índices que avaliem objetivamente a qualidade, inclusive com a criação de congressos com a temática da avaliação científica e tecnológica.
3) A criação índices que induzam objetivamente a formação de grupos de pesquisa sintonizados em temáticas de interesse nacional.
Resumindo ainda faltam muitas melhorias no nosso sistema de avaliação.
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A avaliação da produção científica no Brasil | GGN
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