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Microsoft apresenta o Windows 8

De O Globo

RIO – No próximo dia 1º de março, fará 20 anos que a Microsoft (MS) começou a anunciar na televisão o sistema Windows 3.1 — uma das mais populares versões do Windows, que apresentou em 1992 o mundo das janelas a muita gente. O sistema se tornou sinônimo de computador pessoal então. Lançado em abril daquele ano, vendeu três milhões de cópias em dois meses, e a Microsoft foi nomeada pela revista “Forbes” a empresa mais inovadora dos EUA.

Agora, duas décadas depois, a empresa fundada por Bill Gates e Paul Allen se prepara para uma nova revolução — o Windows 8. Quando Stephen Elop, presidente-executivo da Nokia (parceira da Microsoft), esteve no Brasil, em dezembro, disse que o novo sistema operacional será rodado com a mesma performance em PCs, notebooks, smartphones e tablets, representando uma nova era para o usuário. Na verdade, MS e Nokia correm atrás da mobilidade, em que Apple e Google já pularam dos computadores para os tablets e smartphones. O Windows, no entanto, pode fazer diferença na equação, por ser o sistema operacional mais usado do mundo (com 90,16% do mercado, segundo a StatCounter).

O primeiro passo para isso é o que a Microsoft chama de interface “estilo Metro” — com aplicativos rodando à toda sob os live tiles, tijolinhos inteligentes que pretendem se tornar o caminho dos programas em vez dos velhos ícones na área de trabalho. Eles se comunicam entre si, permitindo uma interação mais rápida entre os usuários e envio de conteúdo mais ágil. Não por acaso, os tijolinhos estão nos celulares movidos a Windows Phone, como HTC Ultimate e Samsung Omnia W, lançados aqui, e os Lumia 800 e 710 da Nokia, que chegam em março.

— A experiência do Windows 8, que pede o toque, ao contrário do antigo sistema, vai funcionar melhor por meio das credenciais da Windows Live ID — explica Paulo Iudicibus, diretor de Inovação da Microsoft Brasil. — Hoje já temos várias centenas de milhões de Live IDs no mundo: 450 milhões no Hotmail, 330 milhões via MSN e 127 milhões ativas no Skype (há interseções aí). Mas a meta é chegar a 1 bilhão delas em 2015.

Segundo o executivo, cada tijolinho será uma janela para a computação em nuvem, pública ou privada, como no SkyDrive da MS. Além das funções touch, o Windows 8 prevê o uso de gestos e comandos de voz. A semelhança com o novo painel de controle do Xbox 360 não é coincidência, já que este usa o poder do Kinect e aceita comandos de voz (em inglês, mas a tradução para o português está sendo feita). O sistema também se sincroniza em tempo real com serviços na nuvem, como os smartphones, mantendo as informações atualizadas.

 

Office será adaptado ao novo esquema

 

Como o Android Market e a App Store, o novo Windows trará uma Windows Store. A ideia da MS é ter apps em mais de 231 mercados, em cem idiomas. Em dezembro, a empresa anunciou que, ao contrário da tradicional divisão da indústria para os aplicativos (distribuidor ou fabricante fica com 30% e desenvolvedor, com 70%), programadores de apps para o Windows 8 terão 80% da receita se suas criações faturarem ao menos US$ 25 mil.

O sistema foi concebido, ainda, para vários tipos de processadores — do ARM à plataforma x86 da Intel —, o que foi parcialmente demonstrado pelo diretor-executivo da Microsoft, Steve Ballmer, em 2011, no Consumer Electronics Show (CES), em Las Vegas. Para hoje, espera-se a divulgação da primeira versão beta pública do sistema (que deve chegar em fevereiro). E deve ser apresentada o Office 15, que pode adotar a interface Metro, com funções de toque e live tiles para navegar melhor em texto, fotos e e-mails.

— O futuro Office vai ser adaptado ao ambiente do Windows 8. As funções principais estarão presentes no PC, em smartphones e tablets. Mas nestes dois, a fruição completa será melhor através de um dock com teclado acoplado em casa — diz Iudicibus.

Com todas essas novidades, não é de admirar que os usuários estejam temerosos. Afinal, será que tudo que conhecemos será abandonado?

— Não — garante Iudicibus. — Manteremos o compromisso de apoiar as versões anteriores. Um dos live tiles da interface abrirá uma versão tradicional do Windows desktop, permitindo trabalhar como de costume no sistema. Esse tijolinho também será a porta para os jogos desenvolvidos para PC.

A mudança radical está na raiz das críticas. Walt Mossberg, crítico de tecnologia do “Wall Street Journal”, disse que os usuários ficarão chocados.

‘IDEIA É TRANSFORMAR A EXPERIÊNCIA’, na página 16

Luis Nassif

Luis Nassif

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