Crise: O encalhamento da economia Estadounidense

Enviado por Antonio Ateu

do Resistir.info

16 sinais de que a economia dos EUA está encalhada

– Evidências empíricas de que a próxima retracção já começou

por Michael Snyder

Se o crescimento económico dos EUA cair um pouco mais, estamos oficialmente a ir para o território da recessão. Na quarta-feira disseram-nos que o PIB dos EUA cresceu 0,2% em taxa anual no primeiro trimestre de 2015. Esta taxa é muito menor do que tudo o que os “peritos” estavam a projectar. E naturalmente há toda a espécie de questionamentos sobre se os números do PIB que o governo nos fornece são legítimos. Segundo John Williams, de shadowstasts.com , se fossem utilizados números honestos eles mostrariam que o crescimento do PIB estado-unidense tem sido continuamente negativo desde 2005. Mas mesmo se considerarmos o número que o governo nos apresentou como um número “real”, ele ainda assim mostra que a economia dos EUA encalhou. É quase como se tivéssemos atingido um “ponto de viragem” e há muitos ( inclusive eu ) que acreditam que a próxima grande retracção económica está pela frente. Como verá neste artigo, está a acontecer exactamente agora todo um conjunto de coisas que esperaríamos ver se uma recessão estivesse a começar. Os pontos seguintes são 16 sinais de que a economia encalhou e que a próxima retracção económica já está aqui.

1. Acabámos de saber que o PIB dos EUA cresceu anémicos 0,2 por cento em taxa anual durante o primeiro trimestre de 2015…

O produto interno bruto entre Janeiro e Março cresceu a uma taxa anualizada de 0,2 por cento, disse o Departamento de Comércio, incluindo a imagem de uma economia a travar drasticamente depois de acelerar demasiado no ano passado. O ritmo caiu bem abaixo da marca dos 1 por cento antecipada por analistas e assinala o trimestre mais fraco em um ano.

2. Se se descontar uma muito inabitual acumulação de stocks no número do PIB, durante o primeiro trimestre o PIB dos EUA teria realmente caído a -2,5 por cento em taxa anual .

A única boa notícia: a acumulação maciça de stocks, a maior desde 2010, promoveu o PIB em aproximadamente 3,0%. Sem esta enorme acumulação de stocks de [produtos] não agrícolas, a qual terá de ser liquidada em algum momento (e a um preço muito baixo) o PIB do primeiro trimestre teria sido de -2,5%.

3. Nosso défice comercial com o resto do planeta está a matar totalmente nosso crescimento económico. Segundo o Reality Chek Blog , o crescimento económico estado-unidense teria sido 8 por cento mais alto desde o fim da última recessão se realmente houvéssemos equilibrado o comércio com outros países.

Com os números do primeiro trimestre, o agravamento do défice comercial reduziu o crescimento cumulativo real da economia dos EUA em 7,99 por cento desde que começou a actual recuperação no segundo trimestre de 2009.

4. De acordo com números que acabam de ser divulgados pelo Bureau of Labor Statistics, em uma de cada cinco famílias americanas ninguém tem um emprego. Então como é que pode a “taxa de desemprego” estar nos “5,5 por cento” quando toda a gente está desempregada em 20 por cento de todas as famílias nos Estados Unidos? Isso não faz sentido.

5. A taxa de propriedade de casas nos Estados Unidos acaba de atingir uma baixa completamente nova em 25 anos . Como é que alguém pode afirmar que a classe média está “saudável” quando a percentagem de americanos que possuem um lar é a mais baixa já verificada em mais de duas décadas?

6. Voltando a 2013, 31 por cento de todos os americanos disseram que não previam comprar um lar “no futuro previsível”. Apenas dois anos depois, esse número ascendeu aos 41 por cento .

7. A bolha do empréstimo a estudantes está claramente a estourar. Segundo a Bloomberg , apenas 37 por cento de todos os estudantes que contraíram empréstimo estão realmente em dia nos seus pagamentos e a reduzir seus saldos.

Com os tomadores de empréstimos a lutarem cada vez mais para reembolsar os que contraíram quando estudantes, o Moody’s Investors Service está a advertir que pode levar mais tempo do que o previsto para os investidores obterem seu dinheiro de volta. A classificadora de crédito disse este mês que pode rebaixar rankings sobre US$3 mil milhões de dívidas com classificação máxima pois investidores enfrentam a ameaça de desaceleração de pagamentos do principal ou mesmo de não receberem juros.

A preocupação enfatiza o resultado de um recorde de US$1,2 milhão de milhões em empréstimos a estudantes que está a propagar-se a tudo, desde o mercado habitacional e gastos do consumidor até contribuintes do fisco. Como uma recuperação económica morosa força tomadores de empréstimos a falharem pagamentos ou recorrer a programas de alívio, só 37 por cento estão em dia e a reduzir seus saldos, segundo uma apresentação desde mês do Federal Reserve Bank of New York.

8. A Procter & Gamble anunciou que irá cortar até mais 6.000 empregos da sua folha de pagamentos. Por que fariam isto se a economia está a “ficar melhor”?

9. A McDonald’s planeia encerrar de modo permanente 700 restaurantes com “desempenho fraco” ao longo de 2015. Por que fariam isto se a economia está a “ficar melhor”?

10. Está a ser projectado que metade de todas as companhias de fracking nos Estados Unidos estarão ” mortas ou vendidas ” no fim de 2015.

11. Vendas a retalho nos EUA não caíam tão rapidamente desde a última recessão .

12. Vendas por grosso nos EUA não caíam tão rapidamente desde a última recessão .

13. Encomendas fabris nos EUA não caíam tão rapidamente desde a última recessão .

14. Pedidos de crédito estão a diminuir a uma taxa que não era vista desde a última recessão .

15. O crescimento das exportações ficou negativo pela primeira vez desde a última recessão .

16. Quando a economia dos EUA começa a dirigir-se para outra retracção, a maior parte dos americanos esta completamente despreparada para isso. De facto, um inquérito recente descobriu que 62 por cento de todos os americanos estão actualmente a viver de cheque de pagamento em cheque de pagamento.

[…

29/Abril/2015

O original encontra-se em theeconomiccollapseblog.com/…

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/

Redação

15 Comentários

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    1. ‘esquerdolandia’ de todo mundo, uni-vos!

      Eu não torço nem um pouco pela queda da economia americana e sou da ‘esquerdolandia’. Sabe porque? porque sendo de esquerda sou internacionalista. Me preocupa muito sendo da ‘esquerdolandia’ o que vai acontecer e o que está acontecendo com o povo trabalhador dos EUA. Sendo da ‘esquerdolandia’ primo pelo princípio da solidariedade e não do ‘autointeresse’ como o pessoal da ‘liberalfascitolandia”. O mundo caminha para uma só divisão: entre ricos e pobres. As outras divisões, embora existentes, só interessa fomentá-las a quem está na ‘lberalfascitolandia’, trabalhando pelo status quo dos 1% que detêm 40% da riqueza mundial.

  1. Seria de se espantar se o

    Seria de se espantar se o capital, o poder econômico agigantado e ditatorial, que hoje está devastando economias pelo mundo todo poupasse apenas esse país, os EUA. Esse capital é internacional e assim não considera os EUA nada além de apenas mais um país do mundo. Nenhum estado nacional está, na visão desse capital, acima do poder da iniciativa privada.

  2. Os EUA só irão se recuperar

    Os EUA só irão se recuperar com uma Administração do Partido Republicano. Com Obama e Cia. não há chance.

    1. Só vão se recuperar quando

      Só vão se recuperar quando elegerem um presidente Democrata anti-establishment/mainstream.

      Obama foi uma tentativa de resgatar o auge da era da globalização financeira.

    2. Ué, pensei que o Bush da crise de 2008 fosse republicano…

      O mundo virou esta bagunça financeira desde que o republicano Reagan (e sua parça Tatcher, a mais amada da Inglaterra) liberou geral, assim como seus (in)consequentes colegas de partido.

      Né?

    3. Será mesmo ?
      Qual o bom nome

      Será mesmo ?

      Qual o bom nome republicano que existe ?

      Até onde eu sei, o último republicano foi o W. Bush que levou o País a uma das mais sérias crises de sua história, após a boa administração Clinton.

      Obama também é ruim, será que a Hilary não seria melhor que a alternativa republicana ?

    1. Você não tem o “prazer” de
      Você não tem o “prazer” de ouvir seu chefe dizer, todo o santo dia, que a economia dos EUA cresce e que não há crise Internacional, que o problema é o Brasil.

      Cansa essa papagaiada.

  3. Ao contrário do mercado

    Ao contrário do mercado financeiro que foi um aliado predatório dos EUA para ocupar o resto do mundo, e conseguiu o subtrair violentamente; o modelo do governo de liberar fundos trilionários para reparar a crise interna de 2008 não revestiu o status quo incumbido de significar a forma humana, por uma diferença de que o tempo, em que o elemento concreto reside, exterioriza o valor de dentro para fora.

  4. Mundo Global, mudo!

    A ciranda financeira e mais dinheiro do que capital produtivo. A crise do capital e seu ciclo esta garantindo um mundo multipolar e difícil!

    Não é politica, indústrias, capital, etc. são as variáveis econômicas se movimentando em varias plataformas diferentes (país).

  5. é a politica, esperto!

    Tenho repetido: o diagnóstico que me parece mais razoável é o da estagnação secular. Nenhuma economia sobrevive por muito tempo com 1% da população detendo 40% da riqueza mundial (isso, segundo os dados oficiais) sem uma profunda transformação politica. Nem se reverte isso sem uma profunda transformação politica, mas em outra direção. Não há politica econômica keynesiana, monetarista, schumpeteriana, o diabo a quatro que de jeito nisso. Basta olhar para a história: sempre que o capitalismo chegou a essa situação, a poltica se tornou o elemento dominate para encontrar saídas. E no momento, o quadro não é nada animador. OS governantes do mundo, que servem e são parte dos 1%, querem manter a situação a qualquer custo. O fascismo sob forma renovada aparece como solução para eles. Resta saber o que será a solução para os outros 99%. Mas dos republicanos, democratas, social-democratas, conservadores é que não vai vir. Se fosse já teria vindo.

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