A história de Hetty Green, a bruxa de Wall Street

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
[email protected]

Por Motta Araujo

ÍCONES DO CAPITALISMO – HETTY GREEN, A BRUXA DE WALL STREET – Nascida em 1834, filha de ricos proprietários de navios baleeiros – a indústria de captura de baleias era uma das maiores da Nova Inglaterra na primeira metade do século XIX – Henrietta Robinson aos 6 anos lia jornais financeiros para seu pai e aos 13 anos fazia a contabilidade da firma da família. Com especial dom para dinheiro, herdou do pai US$ 7,5 milhões ainda solteira e lutou como uma leoa para conseguir anular um testamento da tia para ficar com US$ 2 milhões que a solteirona  tinha deixado para caridade.

Com 33 anos casou-se com Edward Green, sem misturar patrimônio, fez um pacto ante-nupcial raro naquele tempo para proteger sua fortuna. Durante a Guerra Civil mudou-se para Londres e, com um apurado faro, comprou bônus americanos que estavam no chão em preço porque não se sabia o desfecho da Guerra. Quando esta acabou, os bônus valiam US$125 milhões, fazendo dela uma das mulheres mais ricas do país.

Em 1882 separou-se do marido, com o qual teve dois filhos, Edward e Silvia. Voltou a morar em Nova York, não usava água quente e nem aquecimento para fazer economia. Com os filhos fora de casa passou a viver em pensões baratas no Brooklyn e em Hoboken, andava disfarçada com chapéus e chales para ninguém saber quem era.

Tinha tanta liquidez que a Prefeitura de Nova York recorria a ela para necessidades imediatas de caixa, pagando juros extorsivos. Hetty Green emprestava dinheiro sob hipoteca e adorava ficar com as propriedades, não tolerava um dia de atraso. Também emprestava dinheiro para bancos e ferrovias, cobrando juros altos.

Sua sovinice era lendária, comia um prato de aveia por dia, nada mais, para fazer economia, quando o filho Ed teve um acidente de trenó e feriu a perna levou-o em peregrinação para as péssimas clínicas públicas, onde não curaram o ferimento, a perna infeccionou e teve que ser aputada, tudo para não pagar um médico particular.

Ao morrer, em 1916, sua fortuna foi avaliada em moeda de 2006 como equivalente a US$ 3,8 bilhões.

Sua última herdeira foi a filha Silvia, que morreu em 1951 e deixou toda a fortuna a 64 instituições filantrópicas, inclusive ao MIT, que com o dinheiro construiu seu laboratório de pesquisa nuclear em um terreno que era de  Hetty Green.

A “bruxa de Wall Street” faz parte de um grupo de acumuladores de dinheiro que não está ligado especificamente a nenhuma empresa, apenas ao dinheiro. Hetty Green é a predecessora do “Lobo de Wall Street”.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

3 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. O que é isso?

    O que é isso? 

    O fabuloso mundo do capital em fascículos? 

    Seria muito bom que o comentarista versasse sobre o início de tudo. 

    O início, o início. De tudo, de tudo. De tudo isso. 

    O que é isso?

  2. Abomino esse tipo e gente:

    Abomino esse tipo e gente: dispõem de recursos, mas preferem ser escravas do dinheiro. Conheço um monte de gente assim, sovinas que sofrem apenas quando não conseguem acumular mais. Me deleito em vê-los sofrer por sua sovinice. O dinheiro quando obtido com mérito e gasto com parcimônia não faz nenhum mal, ao contrário, faz um bem enorme para o ego.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador