O cartel sul-africano de diamantes
Por Motta Araujo
Foi Cecil Rhodes quem criou o cartel de diamantes De Beers em 1988, que desde então, hoje menos do que antes, domina a produção mundial de diamantes em bruto, controlando a produção e regulando os preços. O cartel é tão eficiente que outros paises preferem desovar sua produção através da De Beers que mantém a estabilidade de preços, segurando a venda quando há muita produção, para evitar baixa de preços, o controle é feito dia a dia equacionando oferta e demanda no mercado.
A Russia, grande produtora, é um dos parceiros da De Beers, que tem politicas eficientes para manter altos os preços das pedras em bruto, algo que interessa a todos os produtores.
Cecil Rhodes foi um dos colonizadores da Africa do Sul, criou a Rhodesia, provincia agricola de grande produção de cereais( mas hoje uma ruina completa depois da independencia, o Pais mais pobre da Africa, conhecido como Zimbaue) e entrou na mineração comprando uma fazenda de dois irmãos holandeses, os De Beers, que ironicamente nunca exploraram diamantes. Depois de sua morte em 1908, a De Beers foi vendida a Ernest oppeinheimer, judeu alemão que tambem fundou a Anglo American, em conjunto com o banqueiro novaiorquino John Pierpont Morgan, a Anglo American é uma das maiores mineradoras do mundo, quase comprou a Vale, foi a 2ª colocada no leilão de privatização de 1996, é a maior empresa da Africa do Sul.
Hoje a Anglo American controla a De Beers, compraram as ações de Nick Oppeinheimer por 3,2 bilhões de libras.
Até1980 o cartel controlava 90% da produção mundial, hoje a percentagem caiu para 50%, por causa do advento de novos produtores na Asia e na America do Sul e especialmente por causa da produção africana clandestina chamada de “diamantes de sangue”, extraida à bala em regiões conflituosas como Serra Leoa, sem registro de oragem e portanto vendidos com grande desconto para lapidadores de Antuerpia e Tel Aviv, os dois centros diamantários mundiais, hoje Antuerpia perdendo market share para Tel Aviv.
A De Beers sempre fez excelente publicidade para os diamantes, a campnha ” A Diamond is Forever” é uma das mais anigas da publicidade mundial, um diamante De Beers vem com um certificado que é extremamente valioso para revenda da pedra depois de lapidada, é uma especie de selo de garantia da pureza e qualidade porque a De Beers não venda pedras de má qualidade.
A De Beers é parte integrante da vida da Africa do Sul, emprega 20.000 pessoas, traz enormes divisas para o Pais e é provavelmente o mais antigo cartel em funcionamento no mundo, claro que já foi processado incontaveis vezes pelas autoridades ani-trustes do mundo mas segue controlando a produção e o preço dos diamantes.
Um dos segredos mais bem guardados é o estoque de diamantes da De Beers cuja composição jamais foi divulgada, eles tambem tem o mapa das potenciais extrações de cada local, informação muito dificil de se obter e informação que eles guardam cuidadosamente.
A razão da sobrevivencia do cartel é simples: todos tem interesse na sua permanencia, produtores, lapidadores, joalheiros e governos, o cartel garante valor para as pedras e para toda a cadeia intermediaria e ATÉ PARA O CLIENTE FINAL porque ao equacionar o mercado sustenta o valor de revenda das joias de diamente.
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Ô xará, tô esperando sua
Ô xará, tô esperando sua referência a Pearl Harbor. Você acabou se tornando historiador do blog, rs.
Sei que já teve post seu a respeito nos outros anos, mas enfim…
Agradeço sua referencia a
Agradeço sua referencia a historiador, sou um mero curioso mas Pearl Harbor já teve varios posts aqui no blog, trata-se de tema bastante conhecido e comentado, eu me dedico mais a temas pouco conhecidos e obscuros.
Onde AA contribui efetivamente
Sem reparos ao bom resumo do AA, a menos do título, que ficaria melhor se algo com:
“Cartel anglo-judaico-americano NA Africa do Sul. ainda controla produção de diamantes”.
Como dito, os sul-africanos (originais), quando muito, “controlam o fornecimento” de sangue, suor e lágrimas.
PS: lembrando que além de J.P. Morgan, os Rothschild estão entre os eminentes famosos que financiaram Rhodes e a apropriação do nome dos afrikaners De Beers, que antes exploravam os “vinhedos” sem perceber os “cachos” diamantíferos.
Se depender de mim eles
Se depender de mim eles morrerão de fome.
Obrigado a Motta Araújo, pelo
Obrigado a Motta Araújo, pelo artigo, pois nestes dias de pesar pela morte de Nelson Mandela, o que vemos nada mais é que hipocrisias dos governos ocidentais!
Em verdade, o que aconteceu na Africa do sul e ainda acontece, é o saque das riquezas, não só daquele pais, como de todo continente africano!
Sobre a saga de Nelson Mandela, os que gostam de historia e se interessam por, conforme vc diz – ” … temas pouco conhecidos e obscuros.”, sentem o quanto é importante revisitar a historia e descobrir o quanto ela, quando oficial e contada pelos vencedores, não passa de uma grande farsa!
Assim, quero crer que, os que apreciam a verdadeira pesquisa, os bastidores das notícias, ainda podem e devem fazer a diferença!
Ruim
BomMuito bomÓtimoExcelente
Sobre De Beers, diamantes de sangue e Brasil
Caríssimo AA, excelente tópico – permita-me abordá-lo sob outra ótica…
A contenária companhia De Beers foi uma das empresas responsáveis pela Guerra dos Boers (contra a Inglaterra) que culminou na declaração de independência da África do Sul. Seria bonito, não fosse o caso desse novo país controlado pelos imigrantes belgo-holandeses ter criado um governo que institucionalizou – ainda como colônia inglesa (Londres sempre “tolerou” isso) – a política de “apartheid” e o conceito de sociedade africâner (supremacia branca). Política, alías, tão boa para a economia sul-africana (e seus krugerrands) quanto para os negócios privados da companhia. Não se iluda, as gemas extraídas no país são todas exportadas e comercializadas a partir de Amsterdã e Antuérpia, as capitais mundiais do diamante; muito pouco é revertido para o governo ou a sociedade sul-africana, desde sempre. Um detalhe: o advento de Tel Aviv nesse mercado é recente, sendo somente uma “escala” para onde uma considerável fatia da produção bruta mundial converge – os maiores centros de lapidação (e comercialização das pedras finalizadas) ainda são Amsterdã e Antuérpia.
Mas se tal histórico já parece ruim para essa empresa (pouco importando se hoje ela é flamenca, judaica, anglo-americana ou isso tudo ao mesmo tempo), fica ainda muito pior: o principal filão subterrâneo (jazida) de diamante na África estende-se principalmente debaixo do território sul-africano e de três outras nações – Botswana, Namíbia e Angola. Pois bem – TODOS OS CONFLITOS ocorridos nessas nações vizinhas à África do Sul (somente Angola não o é, mas tem fronteiras com a Namíbia) foram movidos por interesses externos focados na manipulação (via controle político) do acesso a essas riquezas (quem seria?). Hoje, as maiores jazidas de diamante da África ficam em Angola (a De Beers já extraiu muito da riqueza sul-africana e também na vizinha Namíbia, via incursões militares e ocupação clandestina de território fronteiriço). Tendo perdido seu principal aliado na luta pelo controle do governo angolano (a guerrilheira Unita), ela agora foca em Botswana e Namíbia. Mas hoje a maior jazida descoberta no mundo é russa – e pra lá vão todos os olhares do mercado…
Obs. 1: com a ajuda da Unita angolana em sua mineração clandestina, a De Beers é a maior responsável pela designação dos “diamantes de sangue” – eram inicialmente angolanas as pedras sem registro de procedência, não de Serra Leoa.
Obs. 2: Pensa que diamante no Brasil é coisa ou muito antiga (MG) ou bem recente (BA)? Pois saibam que nos anos 70 o maior exportador de diamantes das Américas era o Uruguai – que não tinha UMA ÚNICA JAZIDA em seu próprio território. Vendiam ao mundo a produção brasileira de Rondônia e Roraima, protegida pelos militares e um político civil muuuito próximo do regime militar, responsável pela operação (senão clandestina, certamente secreta) de mineração na região.
Pronto, falei demais! Abs.