Como a imprensa ajudou a eleger Trump mesmo com cobertura negativa

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – A imprensa estadunidense ajudou a eleger Donald Trump mesmo com uma cobertura negativa da candidatura do republicano ante a da democrata Hillary Clinton, que era a favorita para os grandes veículos.

Um estudo feito por jornalistas dos EUA mostra que a exposição de Trump, ainda que muito negativa, foi tão grande que se fosse comprada em forma de anúncios, custaria o equivalente a 55 milhões de dólares.

Outro fator relevante é que, “Para muitos analistas, a derrota da candidata revelou uma desconexão entre parte da imprensa americana e o americano comum”, apontou reportagem da BBC Brasil.

“A distribuição dos votos de Hillary revela certa sintonia entre os jornais e o eleitorado da democrata: ela derrotou Trump em praticamente todas as grandes cidades americanas, onde se concentram os assinantes dessas publicações. Já Trump teve melhores resultados em cidades pequenas e zonas rurais, onde os principais jornais têm menos influência.”

Por João Fellet

Da BBC Brasil

Como imprensa dos EUA pode ter ajudado a eleger Trump, mesmo com cobertura negativa

Donald Trump ainda não assumiu a Presidência dos Estados Unidos, mas já parece ter declarado sua primeira guerra. O alvo: jornais e TVs que considera desonestos e que estariam promovendo uma cobertura injusta de seus atos.

As queixas, que ecoam críticas que o bilionário já havia feito durante a campanha, agravam a já a turbulenta relação entre jornalistas e o presidente eleito e jogam luz sobre a influência da imprensa na eleição americana.

Trump e muitos de seus defensores acusam grandes jornais e emissoras de realizar uma cobertura tendenciosa e favorável à candidata derrotada, Hillary Clinton.

Mas análises apontam que o presidente eleito pode ter sido favorecido pela grande visibilidade que obteve nos meios de comunicação ao longo da campanha – ainda que o tom de boa parte da cobertura sobre ele tenha sido negativo.

Roupa suja

Na segunda-feira, Trump convidou jornalistas e executivos das maiores emissoras de TV americanas para uma reunião em seu escritório em Nova York. O grupo concordou com um pedido do empresário para que o conteúdo do encontro não fosse divulgado. Segundo relatos, os jornalistas esperavam discutir o acesso a informações no futuro governo.

Após a reunião, porém, alguns dos presentes disseram que Trump usou o evento para se queixar da forma como tem sido tratado pelos órgãos. Um artigo no site da revista The New Yorker diz que o empresário reclamou especialmente das redes CNN, que chamou de “mentirosa”, e NBC.

O artigo atribui as informações a jornalistas que participaram do encontro e não quiseram ter suas identidades reveladas.

Já Kellyanne Conway, assessora de Trump, disse que a reunião foi “muito cordial, franca e honesta”.

Após a eleição, Trump também fez críticas públicas à imprensa no Twitter. No dia seguinte à votação, ele afirmou que manifestantes que protestavam em várias cidades dos EUA contra sua vitória eram “incitados pela mídia”.

Dias depois, passou a criticar o The New York Times, um dos mais importantes e influentes jornais americanos, pelo que chamou de “cobertura altamente imprecisa do ‘fenômeno Trump'”.

Ele disse que, por causa da cobertura, o jornal estaria perdendo milhares de assinantes. A informação foi rebatida pelo diário, que disse ter atraído 44 mil novos assinantes desde o dia da eleição, o maior aumento desde 2011.

Na terça-feira, Trump chegou a cancelar uma visita programada ao jornal, mas recuou. No encontro, ele disse que tem sido tratado “muito injustamente”, mas que tem pelo órgão “um tremendo respeito”.

Até o programa humorístico Saturday Night Live, da NBC, entrou na mira do presidente eleito. Trump afirmou que a atração, na qual ele é imitado pelo ator Alec Baldwin, é enviesada e mostra apenas um lado. Ele fez cobranças para que o programa seja mais equilibrado.

Continue lendo aqui.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

15 Comentários

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  1. Parece que a BBC Brasil está pegando o jeito brasileiro de …..

    Parece que a BBC Brasil está pegando o jeito brasileiro de Brasileiro de escrever notícias!

    Talvez João Fellet devesse se dissidir a ter uma só opinião numa reportagem única, pois segundo o mesmo:

    “A distribuição dos votos de Hillary revela certa sintonia entre os jornais e o eleitorado da democrata: ela derrotou Trump em praticamente todas as grandes cidades americanas, onde se concentram os assinantes dessas publicações. Já Trump teve melhores resultados em cidades pequenas e zonas rurais, onde os principais jornais têm menos influência.”

    Logo após ele escreve:

    ” A imprensa estadunidense ajudou a eleger Donald Trump mesmo com uma cobertura negativa da candidatura do republicano ante a da democrata Hillary Clinton, que era a favorita para os grandes veículos.”

    O artigo está bem do estilo das “reporcagens” de Veja, O Globo e outros, pois logo no início ele diz que onde os jornalzões norte-americanos tem penetração, ou seja, influenciam o eleitorado a opinião destes órgãos de imprensa ajudaram Clinton.

    Logo após ele reforça dizendo que em locais onde estes jornais não tinham influencia quem ganhou foi Trump.

    Porém o título da “REPORCAGEM” é “Como imprensa dos EUA pode ter ajudado a eleger Trump, mesmo com cobertura negativa”, ou seja, que a opinião negativa ajudou a eleger Trump.

    Nunca vi algo tão confuso escrito por alguém que tem a Grife BBC, se fosse um artigo meu um amador, num blog qualquer, não recebendo pagamento por isto, tudo bem, porém um repórter da BBC, profissional, não é para aceitar isto.

    Esta “reporcagem” é um lixo simplesmente porque utiliza os seguintes dados:

    – Cidades maiores com maior influência dos grandes jornais => dão vantagem a Clinton

    – Cidades menores sem influência dos grandes jornais => dão vantagem a Trump.

    Conclusão estúpida da “reporcagem” apesar da imprensa ter influenciado no lugar que ela atinge, no lugar que ela não atinge ela influenciou ao contrários.

    COMPLETA FALTA DE LÓGICA TÍPICA DA IMPRENSA BRASILEIRA.

  2. Eu já disse isso mais de uma vez aqui

    No continue lendo você verá:

    “Segundo uma pesquisa do Centro Shorenstein de Mídia, Política e Políticas Públicas da Harvard Kennedy School, a cobertura jornalística a Trump nos oito maiores jornais e emissoras dos EUA durante as prévias rendeu-lhe espaço equivalente a US$ 55 milhões em anúncios publicitários.”

    Foi o que eu disse em:

    https://jornalggn.com.br/comment/1019243#comment-1019243

    https://jornalggn.com.br/comment/1019399#comment-1019399

    A new report from Harvard Kennedy School’s Shorenstein Center on Media, Politics and Public Policy analyzes news coverage of the 2016 presidential candidates in the year leading up to the primaries. This crucial period, labeled “the invisible primary” by political scientists, is when candidates try to lay the groundwork for a winning campaign—with media exposure often playing a make or break role.

    The report shows that during the year 2015, major news outlets covered Donald Trump in a way that was unusual given his low initial polling numbers—a high volume of media coverage preceded Trump’s rise in the polls. Trump’s coverage was positive in tone—he received far more “good press” than “bad press.” The volume and tone of the coverage helped propel Trump to the top of Republican polls.

    The Democratic race in 2015 received less than half the coverage of the Republican race. Bernie Sanders’ campaign was largely ignored in the early months but, as it began to get coverage, it was overwhelmingly positive in tone. Sanders’ coverage in 2015 was the most favorable of any of the top candidates, Republican or Democratic. For her part, Hillary Clinton had by far the most negative coverage of any candidate. In 11 of the 12 months, her “bad news” outpaced her “good news,” usually by a wide margin, contributing to the increase in her unfavorable poll ratings in 2015.

    Continua aqui

     

    1. Cara Vânia, o que aconteceu foi exatamente ao contrário que ….

      Cara Vânia, o que aconteceu foi exatamente ao contrário que sugere o título da “reporcagem”.

      O que dizem os números:

      Onde a penetração dos grandes jornais é grande os eleitores foram influenciados por estes.

      Onde a penetração dos grandes jornais é insignificante e os eleitores não foram influenciados por eles.

      A “REPORCAGEM” está sem pé nem cabeça, é completamente imbecil.

          1. Depende de sua profundidade

            Se você se atém  ao trecho da reportagem da BBC aqui publicada, a conversa será superficial, voluntariosa apenas. Pra mim de nada velerá. Portanto, tô fora.

            Se você procurar se aprofundar e ler a pesquisa na qual a reportagem se baseira, aí sim, podemos discutir.

          2. Se eu fosse ler a pesquisa, escrevia o artigo.

            Taí Vânia, quem é animadora de torcida não sou bem eu, se o time está perdendo entra com os pomponzinhos e anima o pessoal.

            Tem tanta coisa para ler que não vou perder o tempo lendo mais esta, se quiseres faças outro artigo, leia, coloque tuas opiniões e eu comento, agora se queres continuar animadora de torcida, motivando os outros, sacudindo pomponzinhos e dando pulinhos podes fazer, mas digo a verdade acho estas animadoras de torcida mais uma imbecilidade norte-americana.

          3. Duas coisas

            Em primeiro lugar, a qual torcida você se refere? Eu não estou e nunca estive fazendo torcida pra ninguém. NUNCA FIZ. Muito ao contrário, estou denunciando um fascista, um mentiroso, um oportunista. Ou você já viu uma única vez eu, no mínimo, amenizando os erros de quem quer que seja nessa história (governos dos EUA, a saber). NUNCA. Nem defendi, nem apoiei, nem ocultei os erros de quem quer que seja. De Reagan, Clintons a Trump, passando por Obama. Nenhuma palavra a favor de nenhum deles. Repetindo: nem ao menos amenizei os erros e desvios destes, ao contrário das coquetes daqui, que quando não aplaudem o Trump, suavizam seu fascismo declarado.

            Sobre escrever “artigos” (como se popularizou esse termo, não?), tenho humildade e modéstia suficiente para não cometer esse erro. Além da minha enorme autocrítica.  Pra ser sincera, até para ler eu tenho um filtro poderoso. Dificilmente leio bobagnes escritas por aí a torto e à direita. Mas às vezes não resisto e leio uma bobajada qualquer, aí comento.

             

          4. Minha cara amiga, em política estás parecendo ZERO.

            O problema dos USA não são os Clintons, o Obama, o Trump ou o raio que seja. São todos farinha do mesmo saco e não adianta fulanizar o adversário como o Trump fosse a origem de todos os males.

            Há mais de séculos que os USA vem primeiro atacando quem está perto, primeiro os seus índios, depois os mexicanos e depois o resto da América Latina e o mundo.

            Esta fulanização da política serve somente para dizer. OH estamos mal porque elegeram o Trump! Estamos mal porque o imperialismo norte-americano que sucedeu o inglês vem matando, torturando e derrubando os governos dos países periféricos, logo o Trump é mais um.

            Que se estabeleça a confusão na terra deles, que as contradições levem os democratas contra os republicanos, que se ralem na política, pois não haverá nenhuma solução enquanto não houver uma mudança de fato.

            Denunciar a garfeada que deram na eleição do Bernie Sanders é muito mais importante do que se posicionar que Trump é ou não fascista, Hillary era uma psicopata homicida, logo entre morrer afogado ou queimado prefiro que eles que se danem.

    2. “animadoras de torcida”

      Mas as mais novas coquetes da esquerda brasileira animadoras da torcida do Trump não querem saber de fatos e dados. Estão automaticamente convencidas da veracidade sobre qualquer bravata do Tio Trump..

      Source: Media Tenor, January 1-December 31, 2015. Tone figures based on positive and negative statements only. Neutral statements are excluded.

      1. Minha cara amiga, se disseste o que dizes que disseste, erraste.
        Vânia, vamos falar sério. Não disseste coisa nenhuma, pois se estivesse falado o que aparece nos dados das eleições é exatamente contrário ao que está escrito no título da reportagem, e podes me chamar do que quiseres, pois agressões ad hominem são típicas de quem não tem razão.
        .
        O que está claro que a super-esposição de Trump na grande imprensa das grandes metrópoles levou ele a uma derrota fantástica beirando a 80% a 20% nestas cidades, é só constatar os dados.
        .
        Ao mesmo tempo nestas cidades a “grande imprensa”, que aqui chamaríamos de PIG, pois está até estimulando a golpes contra o candidato eleito, esta imprensa manteve uma pauta que não era mentirosa, afinal de contas nos USA as indenizações são caras, porém puxaram a exaustão de qualquer declaração do falastrão do Trump tudo de merd@ que ele disse na campanha (que não foi pouco). Porém as merd@s que Killary fez durante a sua vida de secretária assassina da defesa não falaram nada.
        .
        Porém dentro da lógica de um NYT e congêneres, matar milhares de pessoas no terceiro mundo é algo menor, mas bolinar algumas secretárias há dez ou mais anos é algo extremamente relevante para a segurança do mundo.
        .
        Por isto e por outras que ser chamado de animador de torcida acho bem menos pernicioso do que ser chamado de apoiador de GENOCIDAS.

        1. Meu caro Rogério

          Deixe de ser preguiçoso, perca mais tempo em ler do que em escrever. É um conselho.

          A reportagem da BBC pode até estar mal-ajambrada, alias, como muitas por aí e por aqui.

          Porém, a pesquisa na qual a reportagem se baseia é muito interessante e relevante para analisar os FATOS. Recomendo fortemente que faça uma leitura da mesma. Depois podemos conversar.

          abraços

          PS: mais uma vez, segue o link

          http://shorensteincenter.org/pre-primary-news-coverage-2016-trump-clinton-sanders/

  3. Essa eleição reafirma um velho ditado…

    E esse ditado (não lembro bem, mas parece ser uma corruptela duma fase de Oscar Wilde) é:

    “Falem bem ou falem mal, mas falem de mim.”

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