Defesa de Eike pede que ele fique isolado dos outros presos em Bangu

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – A defesa de Eike Batista apelou, nesta segunda-feira (30), para que o empresário alvo da nova fase da Lava Jato seja isolado dos demais presos de Bangu 9, presídio no Rio de Janeiro. Eike entregou-se à Polícia Federal após retornar de viagem e estaria preocupado com a possibilidade de sofrer algum tipo de violência dentro da cadeia pública Bandeira Stampa.

Bangu 9, de acordo com a Folha, “é uma unidade conhecida por ser uma das mais novas do sistema prisional do Rio, mais limpa e menos violenta que a maioria das unidades.” Mas está operando com superlotação de 120%.

Como não concluiu uma faculdade de Engenharia na Alemanha, Eike não tem direito de aguardar seu julgamento em uma cela especial. A defesa alega, contudo, que o status do empresário que já foi o homem mais rico do Brasil está com “sua integridade física em risco e [a prisão com outros detentos] torna iminente a ameaça à sua vida.”

“É público e notório que o sistema carcerário no Brasil está falido. As recentes notícias no tema em comento provam que as penitenciárias se transformaram em verdadeiras ‘usinas de revolta humana’, uma bomba-relógio que o judiciário brasileiro criou no passado a partir de uma legislação que hoje não pode mais ser vista como modelo primordial para a carceragem no país”, diz a petição da defesa.

A Folha publicou que Eike foi dividirá uma cela com outros cinco presos selecionados por serem considerados “de baixa agressividade”. Eles trabalham no setor de faxinas da unidade prisional. 

Ainda de acordo com o jornal, Eike poderia ter sido interrogado pela Polícia Federal assim que chegou ao Rio, mas ainda não foi. “Investigadores ouvidos pela Folha dizem que o empresário pode colaborar mais com as autoridades após ver as condições do presídio em que ficará.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

14 Comentários

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  1. “Peraí”

    “Peraí”, deixa eu entender. Se um pobre desempregado fosse pego roubando um kg de feijão para dar para sua família, ele teria algum privilégio na hora de ir para o xadrez???

  2. Sei não….Será que o Eike emplaca 2017 ?

    Que o Eike pague provadores para o que for ingerir e tenha um sono leve, pois o PMDBesta e a DemoTucanagem estão enraizadas em grupos de milicianos .

     

    * Há informações de que ele está cofinado na mesma cela de chefes de milícias .

  3. Prisão desse Sr. foi um
    Prisão desse Sr. foi um grande espetáculo. Somente em 2010 de imposto de renda, pagou 670 mi. Brasil e seu complexo de vida-latas, foi preso por ter ousado afrontar o PSDB.

    1. Finalmente seremos únicos em algo

      além do Penta no futebol.

      Segundo o Eike, no JN, seremos o único País com transparência total nos negócios.

      Com o botão ironia on, disse que acha a Lava Jato uma maravilha, e que o MPF está passando o Brasil a limpo.

    2. prisão….

      Assim como Marcelo Odebrecht, não creio que Eike deveria estar preso antes de todas as figuras políticas. Está havendo uma distorção, uma inversão. Estão vendendo o estorquido como se fosse o mandatário. A extorsão parte de quem tem o Poder. O poder pela obra, pela execução, pelo orçamento, pelo prazo, pelo controle da Polícia, do Judixiário, do MP, dos Órgãos de Fiscalização, de produzir leis e usa-las como e quando bem entender. A corrupção parte de quem detém o Poder. A condenação destes deveria ser por cumplicidade. Já que não tem “bobo” nesta história. As empresas e economia nacionais não deveriam nem ser atingidas. São milhares de pessoas e famílias que nada tem a ver com isto. Mas já que prenderam o tal, porque o presídio para onde o levaram não é bom o suficiente para este preso e tem que ser bom para centenas de presos apinhados naquele calabouço medieval? A cada ato, surge uma nova barbárie nacional.    

  4. acredito que tem muito o que revelar do sistema…

    como, por exemplo, como é que o “Brasil”, o sistema, faz para que alguns consigam ficar com as riquezas do país ao produzirem ricos como ele

    como já foi o queridinho de alguns,  conforme amplamente noticiado, desnecessário dizer quem são e onde habitam

  5. Eike, à mercê de mafiosos.

    É um arquvo vivo. E já deu demonstrações de que pode colocar “tucanos de alta plumagem” na cadeia com suas revelações.

    A modelo do “mensalão tucano”, o assessor da Yeda Crusius que sumiu e foi encontrando boiando em um lago a mais de 1500km de Porto Alegre, o “suicídio” do policial civil que acusava gravemente o “Pó Pará”.

    Seu eu fosse o advogado do Eike, chamava a Anistia Internacional. Antes que fosse tarde demais.

  6. coisa funciona mais ou menos assim…

    em todo aquele que aparece mostrando-se capaz de prever tudo, imediatamente jogam luz em cima

    mas apenas para ofuscar a vista ( função principal da lava jato )

  7. Todos são iguais perante a
    Todos são iguais perante a lei, mas se a pessoa tiver sido um dos mais ricos do país sua integridade física deve ser considerada pelo juiz, caso contrário deve aguardar seu julgamento em superlotação torcendo pra não ser morto…

  8. PRISÃO ESPECIAL

    Acerca da polêmica sobre a prisão de Eike Batista e a repentina preocupação de alguns batedores de panelas em relação ao sistema carcerário.

    Sou contra cela especial para quem tem diploma universitário, não deixa de ser um sistema de cotas às avessas por motivos para lá de avessos aos direitos sociais e humanos. Isto porque não dá conta de corrigir um erro histórico como no caso das cotas raciais, mas sim de perpetuar privilégios seculares de quem já os tinha em abundância. Me lembra a lei do boi decretada em 1968 pelo ditador militar gen. Costa e Silva, que reservava até 50% das vagas nos cursos de escolas superiores de Agricultura e Veterinária como Agronomia, para filhos de fazendeiros.

  9. O empresário-vilão e o Estado bandido

    Reflexão interessante sobre o Eike, os empresáros e o Estado brasileiro.

    O empresário-vilão e o Estado bandido

     

    Geraldo Samor

    Depois de se desenrolar espetacularmente no mundo financeiro, a tragédia da ascensão e queda de Eike Batista entrou ontem em sua fase criminal, com o acusado chegando em avião de carreira e sendo levado ao presídio para a tosa que lhe marca como réu. 

    A prisão do ex-bilionário fez muita gente comemorar, e continuou a longa catarse nacional possibilitada pela Lava Jato.

    Mas o que restará quando a adrenalina baixar e a sede de justiça estiver saciada? O que teremos aprendido com tudo isso, nós que não estamos presos e temos que retomar esta luta diária e construção coletiva chamada Brasil?  Que ensinamento tiramos da queda dos poderosos?

    A prisão de Eike Batista renova a oportunidade para discutirmos onde terminam os empresários-vilões e começa o Estado bandido. Um não existe sem o outro.

    Primeiro, as ressalvas — que, por óbvias, seriam desnecessárias, mas insisto: Todos somos responsáveis por nossos próprios atos, e o braço da Justiça tem que alcançar a todos que delinquiram. Mais: todo adulto deveria ter a capacidade de dizer ‘não’ quando o papo não é reto.

    Isto posto, ninguém vive no mundo da teoria; ou, como ensinou o filósofo Ortega y Gasset, “Eu sou eu e a minha circunstância.”

    Fora a cleptomania patológica — da qual Sergio Cabral parece ser o exemplo mais chocante — há realidades práticas que explicam por que a corrupção ocorre em grande escala no Brasil, e a partir daí temos uma ideia do que fazer para que isto comece a mudar. O maior ente corruptor no dia-a-dia do brasileiro é o Estado: suas instituições e seus representantes. 
    O emaranhado de regras, a incessante mudança das mesmas, a latitude de interpretação por parte dos agentes do Estado, e um Judiciário cuja morosidade desonra a toga — tudo isso cria o caldo de cultura que permite a um fiscal ou governador pedir, e constrange um empresário a pagar.

    “É humanamente impossível cumprir todas as regulações que temos,” diz um empresário à coluna. “Imagine um arame farpado. Agora, imagine 100 arames farpados.  Imagine que eles estão bem perto um do outro, e que você tem que atravessar um campo de 100 metros cheio deles.” 

    Ninguém sai sem um arranhão.

    Como o agente público tem o poder discricionário de multar (ou não) e de aprovar (ou rejeitar), quanto mais numerosas e confusas as regras, maior o espaço para aquela subjetividade que vem com uma piscada de olho.  Neste capítulo, o que os empresários mais temem é o famoso instituto do ‘meu entendimento.’  Quando um fiscal diz, “No meu entendimento…”, o empresário sabe que o monstro cinzento da burocracia está prestes a engoli-lo.

    A geometria ensina que a menor distância entre dois pontos é uma reta, o empresário brasileiro é forçado a percorrer este trajeto em curvas: um caminho que dissipa a energia criativa e consome recursos em áreas-meio (contadores, advogados…). É um Sistema que cria inconveniências para vender ‘soluções’, empurrando gente honesta para a ilegalidade.

    Muitos empresários (pequenos, médios e grandes) se reconhecerão nestes dilemas. O empresário toma risco e trabalha com prazos e retornos. Já o Estado tem seu próprio timing, e seu ‘dono’ são 200 milhões de brasileiros que não estão ali na hora, aptos a julgar sua performance.  Um fiscal que ‘senta’ numa autorização pode inviabilizar um projeto. “Você tenta abrir uma quitanda ou coloca um carrinho de pipoca na rua, e já vem o policial pedir o dele: é a ‘taxa de proteção’,” diz um amigo da coluna. “Uma vez, numa blitz, mesmo eu estando todo certo e com tudo em dia na documentação do carro, o guarda me disse, ‘Mas mesmo assim você vai deixar uma caixinha pra gente, né?’”  Quem não conhece alguém com uma estória dessas pra contar? ‘O problema, caro Brutus, não está nas estrelas, mas em nós mesmos,’ refletiu Shakespeare.
    Essas corrupções infectaram o tecido social brasileiro há séculos, e a Lava Jato, ainda que sinalize um novo norte moral, não vai extingui-las nem com a prisão de todos os acusados. Este trabalho será da sociedade como um todo. Não basta desconstruir esse modelo corrupto. Precisamos desburocratizar o Estado e inverter sua lógica atual. Sem isto, daqui a 20 anos ainda estaremos aqui, no mesmo muro das lamentações, amaldiçoando os empresários de amanhã.  De vez em quando um deles será tosado em Bangu, para a satisfação efêmera e ilusória da massa.

     

  10. Acho que quem foi preso não foi o Eike, mas um dos seus sósias

    Mas não se preocupe: pode ser mesmo o eike Batista, até porque ele não mais pertence à Casa Grande e ainda ameaçou os Tucanos de alta plumagem.

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