Fenaj e Sindicato dos jornalistas protestam contra ação de Moro

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Jornal GGN – A Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) e o Sindicatos dos Jornalistas de São Paulo emitiram nota de repúdio à condução coercitiva do blogueiro Eduardo Guimarães, do Blog da Cidadania. As entidades protestam contra a invasão da casa de Edu, bem como a apreensão de equipamento de trabalho, e sua condução à Superintendência da PF na Lapa. Foi, segundo as entidades, mais uma demonstração de arbitrariedade e violação de direitos inspiradas na ditadura militar, tentar fazer com que Edu Guimarães entregasse a fonte de informação que soltou em seu blog. Fere direitos, fere Constituição, fere trabalho do blogueiro e o direito da população à informação. As entidades hipotecam seu apoio ao blogueiro.

Leia a nota a seguir.

Nota da Fenaj e do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo contra a condução coercitiva de Eduardo Guimarães pela PF.

“O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) protestam contra a condução coercitiva do blogueiro Eduardo Guimarães, do Blog da Cidadania, levado de sua residência na capital paulista, na manhã desta terça-feira (21), para prestar depoimento à Polícia Federal (PF) no âmbito da Operação Lava Jato.

Guimarães teve seu apartamento vasculhado, foram apreendidos seu celular, notebook e um pen drive de uso pessoal e o blogueiro foi conduzido à Superintendência da PF no bairro da Lapa, zona oeste paulistana.

A Polícia Federal, em mais uma demonstração de arbitrariedade e violação de direitos inspirada na época da ditadura militar no país, quer violar o sigilo de fonte por Guimarães ter vazado a informação de que o ex-presidente Lula seria conduzido coercitivamente pela PF, o que forçou o adiamento da ação no ano passado.

Além da arbitrariedade da condução coercitiva, sem que qualquer intimação prévia tenha sido feita ao blogueiro, a PF devassa dados pessoais e desrespeita o sigilo de fonte garantido pela Constituição Federal em seu Artigo 5º, parágrafo XIV, em que define que ´“é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional”.

A Polícia Federal ataca, ainda, a liberdade de imprensa e de expressão do blogueiro – a mesma PF que tem vazado informações seletivamente de acordo com os próprios interesses, sem levar em consideração os interesses da sociedade.

O SJSP e a Fenaj expressam seu veemente repúdio à arbitrariedade da Polícia Federal, pois a condução coercitiva do blogueiro também representa um terrível precedente, que coloca em risco um dos mais importantes princípios do jornalismo – garantir o direito da população à informação.

O Sindicato e a Federação também se colocam à disposição de Eduardo Guimarães para lutar contra mais esse ato de lamentável autoritarismo e censura, além de prestar solidariedade e apoio na adoção de todas as medidas legais cabíveis.

São Paulo, 21 de março de 2017.

Direção do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo
Federação Nacional dos Jornalistas – Fenaj”.

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

5 Comentários

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  1. Eh de chorar.  Literalmente

    Eh de chorar.  Literalmente de chorar ler uma coisa dessas acontecendo com Eduardo.

    A putaiada judicialha canalha nao vai colocar um chute no meio do olho do cu da bunda de Moro nao?

    VAO SE FUDER, FILHOS DA PUTA.

  2. CÂNCER EM METÁSTASE

    O que se vê neste deplorável episódio é a enésima comprovação de que já não vigora o Estado Democrático de Direito. O regime de exceção, aprofundado a partir do impixe, tem se alastrado com rapidez, pois a continuada violação da legalidade constitucional é um câncer político, que corrói o tecido social em metástase acelerada.

    E o mais gritante da condução coercitiva de Eduardo Guimarães é o fato de haver sido determinada por Juiz que litiga contra o blogueiro em outra lide. A escancarada violação do requisito da isenção e imparcialidade do julgador agride de forma gravíssima os mais elementares princípios jurídicos. E demonstra a patológica degeneração das instituições do Estado brasileiro, pois absurdos deste tipo não ocorreriam sem a garantia da impunidade, que deriva da politização da justiça (sic).

    Apesar de lamentável, este descalabro de acintoso desrespeito à lei e à Constituição é mais uma prova da necessidade urgentíssima de resgatar a legalidade democrática através da construção coletiva de um projeto político capaz de reverter a trajetória acachapante, agravada após a farsa midiática da AP470. É preciso recriar as formas de fazer política, para transcender o círculo vicioso do messianismo, que tem sido utilizado como modus operandi do fisiologismo espoliador.

  3. Punição ao juiz

    Aposentadoria para Moro, com subsídio integral. Por quê? Porque esta é a punição de um juiz que atenta contra a lei – aposentar-se com o total do subsídio (só perde os penduricalhos que dobram a remuneração).

  4. Imprensa?

    Posição estranha dos sindicalistas, pois nenhum deles reconhece jornalista sem diploma. Não imagino que ele tenha tido o direito de filiar-se e de obter uma carteira profissional que pudesse ter mostrado ao juiz.

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